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Após sair de casa, Michael caminhou pela praça que ficava próximo a sua casa e sentou num banco. Ficou receoso após o encontro com Sinueh. Nunca que ele imaginou que ela o chamaria para contar que estava carregando um filho em seu ventre. O que seria dele agora? Teria que contar para Clara, isso era óbvio. Ele sabia que era o certo a ser feito, ele tinha que ser fiel ao que prometeu. Era isso: Era um caminho sem voltas. Estava decidido!

Ele levantou e correu para casa. Estava com muitas saudades do serzinho que era dono do seu coração e preenchia sua vida de alegria. Abriu a porta e encontrou Clara com sua filha nos braços. Ele correu até elas e deu  um beijo na cabeça de cada uma. Ali era o seu local sagrado, junto delas.

- Chegou cedo hoje. Aconteceu alguma coisa? — Clara perguntou curiosa.

Ele deveria contar. Ele deveria contar. Ele iria contar...

- Eu...eu tive um imprevisto no trabalho hoje e resolvi vir para casa mais cedo, amor.

Ele fraquejou. Ele sabia! Sabia que era errado esconder, mas pensou que se omitisse esse fato, não haveria problemas maiores com Clara desconfiando de cada passo seu daquele dia em diante. E achou que esta fosse a melhor decisão.

- Que tipo de imprevisto? Você não foi demitido, foi? — Ela ergueu a sobrancelha e já sentia a aflição tomando conta do seu corpo.

- Não querida, não fui demitido. E nem irei! Está tudo bem!

- Certeza que não está escondendo nada? — Ela tentou mais uma vez.

- Claro. Er...Claro que sim! Senti saudades suas. — Ele deu um leve beijo em seus lábios, o que a fez sorrir.

- Você nunca perde essa mania de mudar de assunto dizendo que sentiu saudades... — Ela falou entre um sorriso e outro.

- Minha mania é sorrir agora é sentir a maior saudade do mundo quando estou longe das mulheres da minha vida. — Ele falou abertamente e pegou sua filha nos braços.

Clara o observava com um olhar terno e apaixonado. Michael pegou sua filha Lauren, que estava sonolenta e mexeu em seus cabelos que agora possuíam uma franja em cima dos pequenos e olhinhos semicerrados dela.

- Você é tão linda que chega a causar náuseas no meu estômago. — Ele disse orgulhoso e sorrindo igual um bobo.

- Ai, como você é bobo! — Clara diz sorrindo para ele.

- Mas é a verdade. Olhar para ela e para você me dá náuseas. Quero descobrir como consigo conviver com vocês me rodeando. — Ele a abraça de lado e fala em seu ouvido. — Acho que preciso de um filho que as pessoas me abordem na rua para falar que ele seja a minha cara. Porque nossa Laur é sua cópia. Tento definir se isso me deixa feliz ou triste, mas acho que o lado feliz ganha. — Ele sorri novamente.

- Não acredito que está dizendo isso! Ela se parece com você, olha só para ela. Sem falar que mesmo sendo desse tamanho, ela já sabe usar de artimanhas para conseguir o que quer e isso definitivamente veio de você. — Ela diz com entusiasmo.

- Isso é um sim para o que eu acabei de falar? — Ele chega mais perto dela e rouba um beijo.

- Nem pensar! Esqueceu que um filho apenas é necessário uma quantia relevante de leite? Imagina dois?

- Ah, amor... para tudo encontra-se um jeito. O que você me diz?  - Ele insiste.

- Não podemos sustentar dois filhos com as condições que temos atualmente. — Ela diz afirma seriamente.

- Eu vou conseguir aquela promoção, você vai ver! — Ele dá um belo sorriso e a abraça. — Aí as preocupações acabarão. Talvez consiga até um cargo de confiança depois.

- Eu acredito no seu potencial, M. Tenho certeza que você pode conseguir, mas não esqueça que não precisamos de muito, apenas o suficiente para que nada falte a nossa pequena Laur. — Ela passa a mão entre os cabelos da filha que dormia tranquilamente.

- Obrigado amor. Não sei o que seria de mim sem você. Sem vocês! — Ela encosta a cabeça no ombro dele e ele abaixa a lateral para ficarem próximos um do outro. — Não deixarei que nada falte a nenhuma de vocês. Quero que nossa família seja a mais unida e que possa crescer feliz.

- Certo, Senhor coelho. Agora me devolve minha filha que irei leva-la ao berço. Preciso acostumá-la a dormir sozinha caso queiramos um pouco de privacidade, não é mesmo? — Ela pisca para ele e sussurra um "Eu te amo"

- Eu te amo mais! — Ele diz de volta sorrindo.

Michael está no sofá e pensa no que acabou de fazer. Acabou de mentir para a mulher da sua vida para proteger Sinueh. Sabia que tomou um caminho sem voltas quando optou pela omissão, mas não tinha como ser de outra forma. Agora ele teria que conseguir a promoção e assim passar a sustentar sua família de forma digna e contribuir para o auxílio da mulher que compartilhou seu segredo até então não revelado a ninguém. É. Ele estava com medo, mas não podia deixar isso o dominar. O ideal era que seu plano de carreira fosse suficiente para acobertar seu pequeno deslize pessoal.


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Olá pessoal!!! Mais uma vez, nunca escrevi fic na minha vida. Se não estiver legal, não me batam. :/

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