POV CAMILA
Estava sentindo um friozinho na ponta do meu pé e fiz o que sempre faço geralmente: puxei-o para dentro do cobertor e me encolhi o máximo virando para o lado ainda com os olhos fechados. Lembrei então que estava dormindo na cama da Lauren, na casa dos avós dela e que ela estava ao meu lado. Olhei para frente e lá estava uma bela garota adormecida sob os lençóis na mesma postura que a minha, coberta até a metade do rosto, e pude contemplar o contorno do nariz dela que estava ali exposto para quem quisesse ver, como no caso só tinha eu ali, tratei de aproveitar. Fiz menção de levantar um pouco sem mexer muito na cama, pois não queria acordá-la e vasculhei indícios da minha suspeita na noite anterior. Apoiei-me nas duas mãos e estiquei o pescoço até o outro lado dela, para poder encontrar a marca que havia me chamado a atenção e com um pouco de esforço, consegui vê-la. Foi apenas uma parte, mas sua multicor continuava tão impactante que destoava do tom da pele que rodeava a mancha. Havia alguns fios de cabelos cobrindo e também tinha as duas camisetas dela por cima, mas eu consegui ver a boa parte da extensão, e isso serviu para confirmar minha suspeita. Aquilo me deixou assustada e apreensiva. Que tipo de coisa estava acontecendo com a Lauren? Tentei lembrar os momentos desde que nos conhecemos, e não era a primeira vez que percebia algo assim. Voltei para o meu lugar e continuei olhando para o rosto dela... em poucos minutos a vejo se remexer na cama e antes de ela abrir os olhos eu coloquei a mão em sua testa para conferir sua temperatura.
— Você está febril. — Provavelmente ouvir isso a fez despertar de seu sono por completo.
— E sua mão está gelada. — Ela rebateu.
— Não está gelada, você está com febre. — Continuei.
— Não, eu não estou! cof cof, ela tentou disfarçar e logo levantou da cama indo direto para o banheiro. Estranhei, mas a Lauren era toda estranha de qualquer forma.
Quando saiu, ela já havia tomado banho e pegou algumas roupas voltando ao banheiro novamente para se trocar.
— Bom dia! — Ela falou após sair pela segunda vez e perceber que eu estava entretida com o celular na mão.
— Bom dia...
— O que houve? São os seus pais? — Ela se aproximou da cama segurando a toalha e enxugando o pescoço lentamente. — Eles brigaram com você? Olha, me desculpe te meter em problemas. Posso conversar com eles se quiser.
— Se fossem eles isso seria um milagre. — Levantei o pulso com o visor do celular que mostrava o total de 0 chamadas recebidas. — Eles provavelmente nem deram por minha falta. — Dei com os ombros mostrando desânimo.
— Não fica assim. Talvez eles... — Ela ponderou um pouco e eu sabia que ela estava tentando achar uma justificativa para me animar. — estivessem exaustos e pensaram que estivesse no quarto... — Ela fez uma cara de dúvida e eu fiz que não com a cabeça. Ela entendeu e sentou-se na cama próximo a mim. — Ou talvez na realidade sejam apenas pais relapsos... e não percebam que você queira o mínimo da atenção deles.
— Você acha? — Ela fez que sim com a cabeça e eu lhe concedi um sorriso. —
E os seus pais? Nenhum sinal? — Ela negou e voltou-se para a saída do quarto.— Provavelmente minha mãe deve ter feito a cabeça do meu pai e apenas ele deve estar preocupado comigo, mas aposto como vovó já deve tê-lo avisado de que estou aqui. — Ela suspirou lentamente. — Eu vou descer e ver se ajudo com o café da manhã. Você pode tomar banho e descer em seguida, ok? — Assim que assenti, a vi fechando a porta, mas me adiantei fazendo outra pergunta.
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Redemption
LosoweUma rixa antiga entre vizinhos era o que deveria manter duas famílias terminantemente afastadas, mas não foi isso que o destino tinha planejado