.28 Sempre Pode Piorar

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POV CAMILA


Acordei me sentindo diferente, não sei exatamente o que está havendo comigo mesma. Depois que cheguei em casa e fui para o quarto, fiquei tentando olhar pela janela do meu quarto para a casa da frente sem conseguir enxergar nada útil, desisti de tudo e fui dormir, meu corpo estava exausto da noite mal dormida anteriormente. Mas uma coisa era certa, foi uma coisa totalmente fora do comum. Se fizesse uma lista de barreiras de segurança que ultrapassei provavelmente a veriam assim:

  

Sair no meio da noiteAceitar companhia de uma pessoa estranhaEstar num carro suspeitoEntrar no mar durante a madrugada apenas com roupas de baixoSer assediada por uma pessoa estranha e perigosaCorrer junto com uma pessoa estranha por estar sendo perseguida por outra pessoa estranha, perigosa e com péssimas intenções.Dormir fora de casa sob as estrelas e com vista para o marSentir atração pela primeira pessoa estranha com um humor peculiar para me irritarDeixar a pessoa estranha doente num carroFicar preocupada e querer notícias da pessoa estranha que de repente não é mais tão estranha assim.


Essa lista faz sentido? Absolutamente não! Não acredito que tenha colocado o item sobre atração. Bom, para quem começou colocando a pessoa estranha e depois tirou esse adjetivo não tenho muito que falar o quanto estou surpresa comigo mesma. Desde que acordei fico pensando essas coisas sem sentido sobre ontem. Já estou ficando irritada. Não quero mais pensar nisso! Atração? Dá pra acreditar nisso? Que piada! Digo, não que a Lauren não seja bonita... bem, feia ela não é. Quer dizer... ahhh, aqui estou eu pensando novamente.

Decidi parar de pensar nisso antes que ficasse mais bizarro e fui para a sala. Sophi estava lá e ficamos um tempo juntas assistindo TV, como as aulas dela já haviam começado só nos víamos uma parte da tarde, já que papai era muito rigoroso com horário dela dormir. Minha mãe não estava em casa, provavelmente foi para a casa do Vovó, ela vem fazendo visitas frequentes a ele, agora que sua saúde está um tanto fragilizada e não tem ninguém que o faça companhia além dos empregados.

Por vezes penso se este é o mesmo fim a minha família. É triste constatar isso, mas quando estiver formada irei comprar minha própria casa e administrarei os negócios da família, isso quer dizer que terei pouco tempo para ficar em casa. A Sophi talvez se faça mais presente aos nossos pais, assim eu espero, porque não me vejo com num elo com os dois mais tarde, pode ser apenas coisa de momento, mas por agora isto é o que penso. De qualquer forma, Alejandro não parece que irá se tornar um senhor de meia idade caquético tão rápido, talvez minha mãe fique com os nervos desestabilizados ou caso fique apenas Sophi e eu tenhamos nossa própria casa, que evidentemente não será essa e possamos aproveitar um pouco do que a vida nos reserva... TRACCCCCCC

Fui interrompida do meu pensamento sobre o futuro quando ouço o barulho do copo de vidro caindo e derramando suco por todo o tapete que fica entre o sofá e a TV.

– Sophi! – Falo alto detonando surpresa. – O que há com você? Por que deixou esse copo cair?

– Eu não deixei, ele caiu sozinho. – Ela olha para mim e dá essa desculpa estúpida como se eu fosse acreditar.

– Vai chamar a Tereza para limpar isso agora! Se a mamãe chega e vê isso ela vai ficar irritada e ... – não termino a frase porque a vejo se jogar em cima do sofá, ignorando minha ordem.

– Vai você! Eu não quero perder meu desenho. – Lanço um olhar furioso e vou até a cozinha. Que pestinha! Pensando bem, talvez deva eliminar por hora a minha pequena irmã da lista de pessoas que poderão me fazer companhia quando tiver uma casa própria. Informe Tereza, nossa empregada, a ir até a sala limpar a sujeira e ela assente indo imediatamente. Quando estava indo rumo a escada para ir ao meu quarto novamente, dou de cara com meu pai entrando em casa.

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