Redemption

.33 O que tiver vontade

Pov. Alejandro

 Camila estava estranha, mais que o normal. Se ela acha que pode me fazer de idiota, está enganada porque já percebi que teve mais coisas acontecendo naquela casa e ela está tentando manter isso fora do meu conhecimento. O que ela não sabe é que irei descobrir o que há por trás do papo furado que ela contou para mascarar os fatos. Camila vem mudando o seu jeito aos poucos nessas últimas semanas, mas hoje isso ficou mais evidente, o que posso considerar é que tudo aconteceu depois que a garota filha da Clara chegou, então elas devem ter algum tipo acordo? Não sei, mas não vou demorar a descobrir o que está havendo.

Se for isso, vou investigar o que poderei fazer para usar essas duas ao meu favor. Imagino que se a garota fez com que Camila mentisse para mim, ela esteja desenvolvendo sentimentos e isso é bom, até o momento em que trará bons frutos para meus planos. O problema será se isso fugir do controle, sei que Camila poderá esquecer o que é importante. Terei que fazê-la perceber que aliar-se ao inimigo é uma ótima tática quando temos uma carta na manga para um ataque surpresa. E se ela não conseguir fazer o trabalho direito, eu terei que estar com ela para auxiliá-la no que deverá fazer.

É isso! Eu já sei qual será o próximo passo.

Pov. Lauren

Acordei e logo senti uma pontada de dor de cabeça. O relógio ao lado da minha cama indicava que já eram 17h14min, resolvi ir tomar um banho para tentar amenizar a situação e assim o fiz. Quando saí, ouvi vozes que logo identifiquei como sendo dos meus pais, o problema era que eles pareciam um pouco alterados. Ok, não lembro de uma única vez tê-los visto brigar desde que me conheço por gente. Fui até o topo da escada, onde o som da discussão estava mais claro.

— Como pode achar que um de nossos filhos estariam envolvidos com isso, Michael? — Minha mãe estava falando alto, como se tivesse despreocupada com alguém em casa.

— Não dá para ignorar que encontramos uma quantidade relevante de entorpecentes no porta-luvas, Clara. Obviamente que isso não é meu, e imagino que seu também não.

— Ao que tudo indica está tentando dizer que um de nossos filhos está metido com isso então? — Então era isso? Como o Chris pode ter deixado algo assim por aí? Meu Deus, o cérebro dele deve ter fritado mesmo.

— Se você não quer enxergar a verdade, eu irei a cada um deles perguntar o que significa isso? — O vi mostrar um saquinho cheio de um pó branco para minha mãe. — E é bom que eles não tentem negar porque isso é inaceitável. Não tem absolutamente nenhum motivo para que façam esse tipo de coisa consigo e conosco. — Ele apontou para ambos e minha mãe continuava com a expressão irritada em sua face.

— O Chris não se meteria com isso! — Ela afirmou numa certeza extrema e ouvir aquilo fez com que as paredes do meu estômago se fechassem. — O conheço perfeitamente e eu... eu teria percebido algum sinal dele. — Não queria, mas senti algumas lágrimas se formarem em meu rosto.

— Não tem como afirmar isso! — Foi a vez do meu pai falar exaltado. — Não pode afirmar isso, porque caso estejam envolvidos, uma carga de culpa cairá sobre nós, pelo nosso relapso. Clara, não fuja disso! E principalmente, não deixe a sua preferência cegá-la. — Ele virou-se para ela e foi até o sofá. — Eu acredito na educação que dei aos dois, foi igual para ambos e sei que ficarei muito magoado quando souber a verdade.