A Última Peça do Quebra-cabeça

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- Vampiros????? -nós duas perguntamos. Peter olha de lado para Sara e me faz uma proposta:

- Helena, preciso de uma palavrinha com você.

Eu olho com carinho para Sara e passo a mão em seu braço. Ela compreende e volta a se sentar onde estava. Eu fecho a porta atrás de mim e paro no hall de entrada da mansão. Cruzo os meus braços e mantenho a minha postura firme. Peter está desconfiando de Sara.

- O que foi? Humm? - eu pergunto desafiadora.

- Helena...você não acha no mínimo estranho que esse "massacre" foi descoberto enquanto Sara estava aqui?

-Peter...ela não faria algo assim. Ela está abalada demais, preocupada com suas irmãs bruxas do que em acabar com nós. - Peter revira os olhos. - Eu sei que a história das Osborne e dos Bartholy não é das melhores, mas bruxas são muito mais racionais do que vampiros. E me diga uma coisa: Você sentiu cheiro de sangue quando chegamos aqui?

- E você sentiu a aura dela quando chegamos?- ele pergunta num tom de competitividade comigo. Eu trinco os dentes e ele continua: - Quem te garante que ela não camuflou tudo e estava te distraindo enquanto vampiro por vampiro tinha seu corpo separado de sua cabeça?

- Peter... - eu respiro fundo - até você entrar na biblioteca, a conversa não tinha chegado aos 15 minutos. Nem nós, vampiros, que somos tão rápidos, conseguimos matar em tão pouco tempo assim!

- Helena, os cortes foram feitos de um jeito muito frio e calculista, de forma muito precisa e não parecia ter sido feito por garras ou mãos. -ele mantém o olhar firme em mim.

Eu balanço a cabeça negativamente e não olho meu moreno de olhos verdes em seus lindos olhos. Tento me esquivar, mas Peter me prende contra a parede e eu sinto os músculos de seu torso enrijecidos sobre mim. Ele me encara e diz friamente:

- Estamos no início de uma guerra. Não seja ingênua, Helena.

Eu sussurro com rancor e mantendo a minha postura firme, eu retruco:

- Eu já vivi uma guerra antes, Peter.

Seus olhos esmeralda mudam para um vermelho-carmim e sua expressão de frieza se converte em uma expressão de desgosto. Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, Peter pisca algumas vezes, balança a cabeça (como se estivesse tentando se livrar de alguma coisa que está "tentando entrar em sua cabeça") se afasta na velocidade da Luz. Ao me virar, vejo que Sara estava ouvindo a conversa por uma fresta na porta. Ela me olha triste e eu sem graça, peço desculpas e a abraço.

- Não se preocupe. Nós vamos descobrir que está por trás dos ataques - tanto o do centro da cidade como o que ocorreu na floresta conectada à mansão. -eu a asseguro.

Sara está visivelmente instável. Ela concorda com o que eu digo e vejo que ela está lutando muito para segurar o choro. Eu a encorajo a chorar:

- Não segure. Será pior. Se há uma hora para chorar, esta hora é agora porque quando estivermos no meio do confronto, não teremos tempo para expressar emoções ou sentir o que a nossa alma quer sentir.

- Nossa...você é uma comandante e tanto, heim? -ela diz tentando sorrir um pouco. - Eu ouvi histórias sobre você e como era a sua performance em campos de batalha. Não foi à toa que aquele...demônio do Viktor escolheu você.

Eu sinto uma sensação estranha ao ouvir o nome do...meu...ex-sequestrador e...ex-marido. Sara percebe que eu fico tensa e isso causa um "pequeno" desconforto nela, fazendo com que desvie os seus lindos olhos castanhos e morda o canto do seu lábio inferior. Para quebrar um pouco essa tensão, eu casualmente solto um: "Sasageyo!"

Sara dá uma risadinha e completa:

- "Shinzou wo Sasageyo!"

Nós duas rimos...descontroladamente. De repente, Drogo invade a biblioteca e visivelmente irritado e com...um certo medo, ele nos diz:

- Acho que encontramos o culpado pela morte dos vampiros na floresta...e das pessoas... -ele não consegue terminar a sua frase.

Eu me aproximo de Drogo e lhe pergunto:

- Drogo... O que está acontecendo? Como assim você e Peter já sabem que é???? Isso está rápido demais!

Drogo desvia o olhar e passa as mãos por seus cabelos loiros desgrenhados, típica atitude de quando ele se sente encurralado ou quando fica sem graça e, com certeza, neste caso, não é a segunda opção. Eu abaixo os meus olhos e vejo uma mancha mediana de sangue na lateral inferior esquerda em seu casaco branco. Nunca vi Drogo com esse casaco sujo, nem de mancha de batom ou seja lá o que for. Ele encara os seus pés e seus movimentos impacientes e repetitivos demonstram o quão amedrontado ele está, como se quisesse agir, mas algo o está impedindo... Mas o quê? Ou melhor... Quem?

Por um breve momento, um silêncio toma a mansão. Nenhum ruído sequer é ouvido. Até os batimentos cardíacos de Sara estão abafados, quase que...inexistentes e a nossa aura está praticamente...sem energia.

Sara começa a ficar ofegante e seus olhos castanhos ficam negros como uma floresta densa às 3 horas da manhã. Drogo grunhe e quebra o parapeito de uma janela e eu...sinto minha forma humana se esvair e se tornar feroz. Começo a juntar as peças desse estranho e misterioso quebra-cabeça e quando estou prestes a encaixar a última peça...

-PETER! -nós três exclamamos.

Meu amado vampiro é arremessado contra a porta de entrada da mansão. Por onde seu corpo passou, um rastro de paredes e piso quebrados foram deixados para trás, abrindo passagem para o meu pior pesadelo:

- Viktor.

-Helena.

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Oi gente!!!!!!

Só queria dizer que vocês são demais!!!!

Boa leitura e...

MORDO VOCÊS!!!!

Lua de Sangue - Is It Love? Viktor BartholyOnde histórias criam vida. Descubra agora