Expectativas

91 8 6
                                    

-Humm... -engulo em seco.

O que ela pensa que está fazendo no meu quarto????

-Peter...? Eu...Aaaah!

Helena está visivelmente constrangida. Suas bochecas estão levemente coradas e ela vira o rosto para não me encarar. Eu trato de pegar uma almofada para tampar o meu amigo aqui em baixo.

- He-Helena...eu sinto muito, mas...o que te traz aqui...no meu quarto? - eu pergunto um pouco sem graça.

- Já se vestiu? -ela pergunta ainda sem me olhar.

- Hum...ainda não, mas dei um jeito de cobrir...alguma coisa...

Então, ela se vira e...grita?!?

- CARALHO, PETER! QUAL É O SEU PROBLEMA? PENSEI QUE TINHA SE ENROLADO NA TOALHA OU ALGO TIPO. MAS VOCÊ AINDA ESTÁ PELADO!!!

Eu franzo a testa e retruco:

- Quê?!? SIM! EU ESTOU PELADO, MAS PELO MENOS O MEU PAU ESTÁ COBERTO!

Ela ri de nervoso e me joga uma calça jeans que estava pendurada na porta do guarda-roupa.

Eu olho para ela e digo:

-Vire-se...por favor...

Ela assente com a cabeça e fica de costas para mim. Eu jogo a almofada na cama e visto a calça. A minha pele ainda está um pouco molhada do banho e, com isso, o tecido da calça atrita um pouco na hora de vestir, mas nada que complique mais a minha situação!

-Pronto! -eu a aviso.

Helena ainda está preocupada em ter uma surpresinha ao se virar, contudo, eu lhe asseguro que não estou mais como "vim ao mundo".

- Pode olhar... -eu digo sem graça.

Helena não se move. Ela está se apoiando no meu piano e vejo seus músculos tensos. Eu me aproximo dela.

-----------------------¤

Estou a milímetros de distância de seu corpo e o meu peito roça um pouco em seu braço. Eu a observo por alguns minutos. Seus olhos estão fechados e ela está tendo dificuldade de controlar a sua respiração. Eu tiro um cacho do seu rosto e o coloco atrás de sua orelha. Ela, então, com uma voz baixa e vacilante me pergunta:

- O que você quer...Peter?

Eu me aproximo dela e com um pouco de hesitação, sussurro:

-Eu quero você! Só você...

Neste momento, Helena abre os olhos, mas não me encara. Eu dou um beijo na sua bochecha e passo um braço ao redor de sua cintura. Sinto ela rígida contra mim. Nossa diferença de altura me dá muitas vantagens, mas a respeito muito. Eu encosto a minha cabeça na dela e continuo sussurrando o meu delírio.

- Eu te amo...eu te amo... - eu deposito beijos suaves no topo da sua cabeça. -Sinto sua falta... -tenho dificuldade em controlar as minhas emoções e sinto que vou desmoronar a qualquer momento.

Por outro lado - como já era de se esperar- Helena ignora a minha declaração e me afasta, colocando a sua mão no meu peito. Eu resisto. Ela me implora distância.

- Por favor, Peter...

- Helena...- eu insisto e aperto seu corpo contra mim.

-Peter...eu só...vim ver como você está... Não crie expectativas...

Eu me afasto.

Lua de Sangue - Is It Love? Viktor BartholyOnde histórias criam vida. Descubra agora