A Mansão Bartholy

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Não demorou muito para chegarmos em Mystery Spell. O clima estava ameno e muito convidativo para um passeio no parque, mas achei melhor ficar recolhida na minha nova moradia.

Assim que chegamos, desci da Lamborghini de Viktor e fui em direção ao porta-malas do maravilhoso veículo. Peguei minha mala vermelha de tamanho médio e minha necessaire preta, repleta de jóias que Viktor sempre fazia questão de me presentear.

(Que mulher não gosta de jóias?)

E ele sabia muito bem disso! Só tenho isso de bagagem. Vampiros não precisam de muito para se manter vivos. Há aqueles que amam ostentar (cof, cof...Viktor Bartholy...cof, cof) e aqueles que preferem o menos de tudo (cof..euzinha! cof).

Apesar do pesares, Viktor nunca carregava mala nenhuma com ele. Toda vez que viajavamos, ele nunca levava nada com ele, afinal, como ele mesmo diz: "O mundo é meu! Tudo me pertence! Estou em todos os lugares!". Portanto, qual a vantagem de ficar carregando trambolhos toda vez que precisa se ausentar de casa? Além de ser um vampiro poderoso, em cada canto do mundo, Viktor tem uma propriedade, então...digamos que essas propriedades tenham roupas, estacas e tudo que um vampiro poderoso possui.

Viktor e eu não conversamos muito sobre como poderia ser a nossa nova residência, nem sequer procuramos uma moradia em um desses "catálogos" online de busca por casas. Sendo assim, eu não fazia ideia do que nos aguardava.

- Pegou tudo do carro, saborosa? - ele diz enquanto abre os enormes portões da residência.

- Não me chame assim!

(Detesto quando ele me chama disso! Me sinto como uma refeição... Talvez...é assim que ele me vê.)

- Ora, gracinha! Pare de fazer taaaanta mal-criação! Venha...tome cuidado com as pedrinhas no caminho. Não quero que vc caia e machuque esse lindo rostinho...uhunm..

-Pare de bobagem, Viktor! Eu não sou mais uma criança!!

Olho para trás e percebo que os vampiros pau-mandados de Viktor estão rindo de nós, mais precisamente de mim. É díficil de acreditar, mas...ele até que tem senso de humor (quando ele quer ter, claro!), ainda que na maior parte do tempo seja um humor perverso.

- Desculpa, sweet child, mas eu amo te provocar! Hahaha! - ele diz enquanto aperta as minha bochechas e ameaça morder o meu pescoço.

- Bobo! - eu resmungo.

- O que disse? - ele me olha divertido.

- Nada não! - eu respondo com um ar inocente.

Andamos por entre uma quantidade absurda de mato. Só pelo jardim, dava para ver que o lugar não via um cortador de grama há séculos! Os portões pelos quais passamos, estavam emperrados e muito enferrujados...imagine a casa!!!!

Após alguns minutos andando no Sol...(sim! No Sol! tivemos problemas durante a viagem. Eu tive outra dor de garganta e acabei atacando o nosso motorista e o carregador de malas. Temos humanos trabalhando para nós. Coitadinhos! Eu avisei que não seria uma boa ideia!) enfim, depois desses minutos tortuosos, finalmente, chegamos na fachada do nosso novo lar. Vintage, porém elegante. Maaaaas...estava um pouco...acabadinho.

- Viktor?

- Hum?

- O que é isso?????? - questiono enquanto aponto as minhas mãos para a construção quase em ruínas.

- Uma casa...oras! - ele diz debochado.

- VIKTOOOOOOR! - eu grito, colocando as minhas mãos em seu peito musculoso, numa tentativa de pará-lo e fazê-lo prestar atenção em mim. - Somos vampiros, tudo bem! Mas, morar em um lugar em que provavelmente teremos que tomar banho a cada 5 minutos por causa do cheiro de MOFO que deve ter, isso é muita... VAMPIRADA SUA!!!!!

- HAHAHAHAHA! -todos riram de mim!

- Criança....O que é isso? Você disse que não se importava com nada, então...

- Viktor...você realmente é... é...

- Sooooou????

- AHHRRRRRGGGG!!! Vai se lascar!!! Aliás...Onde estão os outros quatro membros ? - digo tentanto me recompor.

- Calma, criança! Você se surpreenderá e... quanto aos outros...eh..."filhos"...já estão aqui. (Viktor também se referia a seus transformados como filhos, não era comum, mas para isso, eles deveriam ter um poder sobrenatural de muita importância para ele.)

( O quê? Como assim???? Eles já estão aqui???)

Um dos ratos de Viktor, abriu a dupla porta de madeira italiana e fez um sinal para que todos entrassemos. Viktor me surpreendeu...mais uma vez! Assim que entramos, não pude conter um "OH!". Por fora, a casa estava horrível, mas por dentro...

- É linda!

- Eu disse! Vamos! Não fique aí parada no meio do caminho como uma abestalhada! Doruke, suba com as malas e as deixe no penúltimo quarto do segundo andar. Muriel, verifique as redondezas e Luidwig, preciso que vá ao hospital mais próximo pegar algumas bolsas de sangue. A moçinha, em breve, sentirá sede outra vez.

- Sim, mestre! - todos responderam.

Corri para a sala de estar e me joguei no sofá! Estava um pouco fraca. Apesar de ter uma pulseira que me protege do Sol, se eu ficar muito tempo exposta a ele, sinto meus poderes sobrenaturais se esvaindo.

Enquanto eu checo o meu novo...Ai! Como é nome disso? Ah, sim...celular, com muita dificuldade, ouço uma voz grave e firme, mas ao mesmo tempo doce, vinda da entrada da sala de estar.

- Problemas com a tecnologia?

- Oh! Ahhh...sim...eh...não! Estou aprendendo. - eu disse um pouco sem graça.

- Não se preocupe! Com o tempo, você se tornará mais habilidosa nisso.

Eu apenas sorrio para ele.

- Gostaria de poder voltar a andar no Sol. Onde obteve isso? A senhorita me permitiria verificar esse bracelete...por obséquio?

(" Por obséquio?????" Quem é que fala isso nos dias de hoje??? Santo Drácula!)

Eu observo curiosa o homem alto e musculoso parado à minha frente sem respondê-lo. Vê-se já que é um vampiro...de minha época..talvez? Pelas suas vestimentas, ele com certeza é de 1800. Eu era uma criançinha nessa época.

- Senhorita...?

- Oh! Sim! Perdão! Uma bruxa que Viktor tinha como escrava fez para mim. Faz muito tempo!

- Humm... Uma bruxa?

- Sim.

Tenho que adimitir: ele é o vampiro mais lindo e mais viril e mais educado e mais másculo que eu já vi em todos esses séculos! Após alguns minutos de trocas de olhares, ele diz:

- Não nos apresentamos. Desculpe-me. Como se chama?

- Helena. E você?

- Nicolae.







Lua de Sangue - Is It Love? Viktor BartholyOnde histórias criam vida. Descubra agora