Lua de Sangue - Is It Love? Viktor Bartholy

O Resto do Clã

Depois que Nicolae saiu, pude ter uma momento só para mim naquela mansão. Como ele mesmo disse: "fique à vontade", eu literalmente fiquei à vontade. Fiz um tour pela mansão, quase me peper! Bebi mais umas três bolsas de sangue, visitei a biblioteca da mansão, acendi a lareira e passei a maior parte do tempo sentada no sofá lendo o manual do meu iPhone. Fazer o quê? Sou antiga! Não me adequei a tecnologia ainda!
Passadas algumas horas, começei a ficar entediada com tanto silêncio e...solidão. Olhei ao redor e começei a me sentir um pouco claustrofóbica, então decidi sair e ir para a parte dos fundos da mansão. Assim que pisei na varanda dos fundos, um cheiro de lavanda inundou o meu nariz. O vento estava calmo e suave; os meus cachos negros balançavam para trás deixando o meu rosto a mostra e o vento me tocava como uma suave carícia. Não sei porquê, mas como seu eu não tivesse o controle de minhas pernas, elas me levaram para mais adiante. Diferente do jardim da entrada da mansão, o dos fundos era incrível! Tinha um parquinho de criança, uma fonte de água luxuosa e um canteiro repleto de flores, cada uma mais linda e mais cheirosa que outra. Enquanto caminhava, passei meus dedos, bem de leve, pelas pétalas daquele canteiro. Eram tão macias e delicadas que fiquei com medo de destruí-las. A beleza daquele jardim era tanta que, por um momento, fechei os meus olhos e respirei fundo...

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- Ihihi! Hihihi! Você não vai me pegar!

Uma voz infantil soava longe. Era um lugar lindo. Um campo...cheio de flores. O cheiro de lavanda se fazia presente. O dia estava muito bonito. Era ensolarado e eu pude sentir o Sol tocando a minha pele.

- Ahhhh, sua danadinha! Eu vou te pegar sim! Venha já aqui! Hahaha!

O homem que corria desengonçadamente atrás da menininha, era alto e forte, mas ao mesmo tempo...doce e carinhoso. Eles estavam se divertindo muito brincando de pega-pega.

- Nããooo! Ahhhhh! Você me pegou!

- Eu disse! Agooooraaaa...prepare-se para o ataque final...

- Ahhhh! Papai....Hahaha! Para com isso! Faz cócegas! Hihihi!

O homem pegou a garotinha nos braços e a rodopiou no ar. Encheu-a de beijinhos que faziam cócegas nela.
Do outro lado do campo, uma voz femina gritava os dois.

- Ei! Vocês aí se divertindo! O bolo está pronto!

Os dois, imediatamente correram para a casa onde a mulher de aparência angelical se recostava no batente da porta, segurando uma tijela de barro nas mãos.

- Eu vou chegar primeiro!

- Não vai não!

-Vou sim!

- Haha!

- Parem vocês dois! - disse a mulher.

- Desculpe, querida! -disse o homem enquanto beijava os lábios dela.

A casa era bem simples: de madeira, com poucos móveis e um vaso de planta pequeno, pendurado na entrada da moradia. A meninha sentou-se à mesa e o moço sentou-se ao seu lado, acariciando as suas bochechas gordinhas. Em seguida, duas meninas entraram no ambiente. Carregavam cestas cheias de tulipas e margaridas. A garotinha estendeu os bracinhos para abraçá-las e foi carinhosamente correspondida pelas duas moças.
Todos se sentaram à mesa, fizeram uma oração e comeram o bolo de nozes feito pela matriarca da casa.

Durante a refeição, todos os membros daquela família trocavam olhares e sorrisos afetuosos. Eram felizes e demonstravam muito amor um pelo o outro. Com certeza, era a família mais linda que eu já vi em toda a minha existência. Aquela, era a minha família.

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Abri os meus olhos e senti uma lágrima escorrendo pelo meu rosto. Balancei a cabeça para sair do transe e quando me virei para trás para retornar à mansão...

- AAHHHH! SANTO DRÁCULA! Que susto!

Uma garotinha de cabelo rosado segurando um ursinho monstruoso estava parada na minha frente me encarando com um sorriso sádico no rosto.

- Assustei você? - ela perguntou num tom irônico.

- Não! Nem um pouco! -eu disse tentando parecer firme.

- Ahhh, mas que pena! Preciso treinar mais, então. - ela diz isso levantando uma das sombracelhas de forma bem maliciosa.

- Pois perderá o seu tempo!

- É o que veremos!

( Isso foi uma ameaça??? Não creio nisso!)

- Como é o seu nome? -eu perguntei, tentando fazer amizade com aquela criaturinha.

- Não é do seu interesse!

(Mas que diabinha!)

Antes que eu tomasse qualquer atitude trágica, meus pensamentos em pegar aquela criatura, rodá-la e varejá-la no muro de pedra que separava a mansão de uma imensa floresta, Nicolae aprece e coloca as mãos nos ombros da garotinha, dando-lhe uma bronca.

-Lorie, esse comportamento não foi adequado. Retrate-se imediatamente!

A meninha fez um biquinho emburrado e hesitou um pouco.

- Vamos, Lorie! Lembra do nosso acordo?

Ela enfim, olhou para mim e disse muito contra gosto:

-Desculpa!

Nicolae a virou para ele e falou de forma bem carinhosa com ela.

- Por que você não sobe, toma um banho e se prepara para o jantar?

A tal da Lorie, assente com a cabeça e antes de sair, me olha por cima dos ombros com um sorrisinho suspeito e sai saltitando e cantarolando em direção a porta da cozinha. Eu fito o meu olhar nela, mas novamente, o vampirão me interrompe.

- Ficastes bem aqui?

- Sim!

- Eu sinto muito ter demorando tanto. Com o adiantado da hora, já era para eu ter voltado há muito tempo. Perdoa-me.

Nicolae é um homem tão educado, que até a Rainha da Inglaterra, que é toda cheia de frescura, iria se sentir constrangida.

- Tudo bem, Nicolae. Não se preocupe! Eu precisava mesmo... - olhei de volta para o canteiro. -...de um tempo pra mim.

Ele sorri e me convida para entrar.

----------- Ω -----------

Quando entramos na cozinha, Nicolae me avisou da chegada dos meninos e disse que se eu quisesse arrumar o meu novo quarto para dar uma ajeitada nas roupas de cama, que eu poderia fazê-lo. Eu disse sim e subi aquela imensa escada de mármore.

----------- Ω -----------

Estava me sentindo um pouco...suja, então decidi tomar um banho.

Entrei na porta onde as minhas malas estavam colocadas na frente e já fui tirando a roupa e entrando no banheiro. Ao abrir a porta e olhar para o box...

( Mas o quê???)