O início da vida a dois (JADRÉ) - PÓS BBB

Grávida (????) 🤏🏻🤧

Juro. Por um segundo o mundo inteiro girou ao meu redor. Eu não conseguia dar uma palavra sequer. Não sabia formular uma frase. E nem sabia o que responder para a mãe do PA.
Estava assustada e morrendo de medo.
Meus vômitos já se alternavam com o meu choro. Eu não conseguia não chorar e a pergunta dela parecia um sino batendo o tempo inteiro na minha cabeça.
Meu soluço dava para ser ouvido da sala.
O PA correu pro quarto.
Eu não sabia nem o que falar.

PA: "O que aconteceu gente? Mãe, o que vocês conversaram?"

Eu: "Nada PA. Eu só não consigo sair daqui. Não aguento mais vomitar"

PA: "Vamos pro hospital então, Jade"

Eu: "Não precisa. Deixa sua mãe aqui comigo. Vai lá ficar com o PAzinho"

Mesmo contra sua vontade, ele imediatamente foi.
Eu entrei para o banho e não conseguia parar de chorar. Era impossível não pensar em tudo. Não que tempo significasse algo, mas eu só estava com ele há 4 meses. Eu tenho Diu. Impossível estar grávida. Impossível.

"Minha filha, vem cá. Senta aqui e se acalma. Não vai adiantar você ficar nervosa. Vocês usam camisinha?"

Eu: "Nunca usamos. Eu tenho Diu. Nunca nem pensamos nisso. Nunca fizemos nada pensando que ele pudesse falhar. Ele não falha"

"Meu Deus. Realmente. É quase impossível. Mas não é... tudo depende da vontade de Deus"

Eu: "O PAzinho ainda vai completar 1 aninho. Ele precisa dos nossos cuidados e da nossa atenção. O PA me mataria"

"Pode ter certeza que não. Vocês são adultos e sabem dos riscos que corriam. Conversa com ele. Ele antes de qualquer pessoa, precisa estar ciente de tudo"
...

Eu com toda certeza não conseguiria falar nada, mas também não conseguiria dormir.
Levei todos até a porta, mesmo com a cara de morta e voltei para o quarto.
Mandei uma mensagem para o PA:

"Amor, traz o PAzinho para ficar comigo. Quero o cheirinho dele aqui. Vem também. Sentindo falta de vocês"

Na mesma hora ele chegou. Enquanto ele tomava banho, eu brincava com o bebê na cama. Aquele olhar apaixonado dele pra mim, me desmontava.

"Meu amor, seu papai ama tanto você. A titia Jade também te ama demais. Seu lugar, é único. Ta bom?! Ninguém nunca vai tomar o seu lugar"

Aproximei meu rosto do dele e voltei a chorar. Eu já não sabia mais o motivo do meu choro, mas chorava de forma descontrolada.

PA saiu do banheiro e ele já dormia. Não quis tirar ele de lá.
Essa noite com certeza foi a mais longa da minha vida.
Ele me abraçou fazendo nossa conchinha e eu chorei em silêncio até amanhecer.
Antes das 7, eu já estava de pé.
....

Eu sabia que em algum momento aquela conversa teria que acontecer. Mas eu precisava conversar com alguém, antes de falar com ele.
Liguei na mesma hora para o meu pai. Ele sempre me ouvia, mesmo as 9 da manhã.

Eu: "Pai, eu preciso conversar sério com você. Eu tô desesperada"

"Estou aqui minha filha. Quer que eu vá aí agora?"

Eu: "Não pai, estou no PA. Vou até a sua casa hoje a tarde. Preciso te contar uma coisa. Que eu nem sei ainda, na verdade"

"Você está me deixando aflito, Jade"

Encerrei a ligação, e a essa altura a Nina já tinha escutado meu áudio chorando e já tinha me mandado mais de 50 mensagens.
Ela com certeza estava mais nervosa que eu.

Deixei o PA com seus pais em casa resolvendo as coisas da festa de 1 ano do bebê e fui ao encontro do meu pai.
...
Cheguei à casa do meu pai e de imediato ele notou minhas olheiras e minha cara de choro. Correu e me abraçou imediatamente. Era aquilo que eu precisava, do abraço e do colo do meu pai.
Contei exatamente tudo para ele e aquele homem, era incrível em tudo. Meu pai sempre sabia as palavras certas.

"Você o ama. Não ama? Não importa o tempo. Não importa que usa Diu e nem a sua vontade. Deus sabe antes de nós, o que precisamos. Fique tranquila, você seria uma excelente mãe. Você está rodeada de pessoas que te amam, seu namorado é louco por você. Que mal teria? Não se desespere. Crie coragem e faça um teste de gravidez"

Eu: "Paaai, eu não sei nem me cuidar sozinha. Eu tô com medo do resultado. Não tenho coragem de fazer sozinha"

"Você aprende, filha. Eu tô aqui para tudo. Nunca se esqueça disso. Chama a Nina, ela vai te ajudar da melhor maneira"
...
Saí de lá um pouco mais aliviada. Entrei no apê do PA e todos me olharam juntos. Parecia que todos já sabiam, menos eu.
Eu estava tensa e não sabia o que fazer. Já não conseguia comer há um tempo.
Todos os cheiros me deixavam no banheiro vomitando por horas.
Eu precisava criar coragem.

Saí para encontrar a Nina e pedimos para o motorista do aplicativo passar numa farmácia e comprar o teste.
Eu não me aguentava de ansiedade. Parecia que ia passar mal a qualquer momento. Iria mesmo...
Compramos logo 3, para não ter dúvidas.
Mas cadê a coragem de fazer?
Se desse positivo? Como eu contaria isso para o PA? Meu apartamento não tem lugar para criança pequena. O PA acabou de ajeitar a vida dele aqui em São Paulo.
Desespero batia todo segundo. Em contrapartida, as palavras do meu pai me acalmavam. Tudo acontece quando tem que acontecer.

3 negativos. Ufa! Que alívio...
Com certeza minha gastrite estava atacada.
Não vou nem tocar nesse assunto com o PA.
Ele estava super agitado com as coisinhas da festa do PAzinho e esse não era o momento para falar de algo que não tinha nem acontecido.