De volta ao meu lar...

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Cheguei em São Paulo e desde o pouso, já sentia tudo ser diferente. Da temperatura extremamente baixa, até a forma que eu olhava para tudo ao meu redor.
Eu amava estar ali, amava me sentir em casa, mas não por completo. Eu sofria por dentro e havia me tornado refém dos meus pensamentos. Mas precisava seguir...
Eu olhava no espelho e via a Jade de sempre. Isso me confortava. Eu sou sinônimo de emponderamento, de força. Eu não podia me entregar. Não tão facilmente.
...
Liguei para os meus amigos e marcamos de nos encontrar as 22:00. Em qualquer lugar seria bom, mas pela agitação que me envolvia, preferimos que fosse no meu apartamento.
Todos chegaram e as carinhas eram as melhores, a saudade de estar com eles era imensa, e o colo da Nina naquele momento era meu lugar preferido no mundo.
Bebemos, pedimos Comida Japonesa e conversamos sobre tudo. Fael ria me mostrando o Twitter, Nina era mais contida e não pegava nem no celular, ela sabia que eu não estava bem.
Adentramos a madrugada como nos velhos tempos. Não queria que postassem nada sobre essa noite. Amanhã quem sabe, eu poderia dizer algo. Mas hoje não. Eu só queria aproveitar eles.
...
Todos se despediram, e apenas a Nina decidiu ficar. Eu sabia que ela ficaria e mesmo não sabendo o que ela gostaria de saber, eu já imaginava o motivo da insistência em dormir comigo.
Deixamos tudo como estava, tomamos banho e deitamos para dormir.
Eu precisava me abrir para alguém. Ou era ela, ou seria o Léo. Mas o Léo, ah... ele com certeza levaria na brincadeira.
...
Deitada e com medo do que sairia da minha boca, iniciei a conversa. Nina não falava nada, apenas me ouvia. Era aquilo que eu precisava. Mas aos poucos, o silêncio dela me deixava aflita, eu precisava de opinião. A dela.
Quando eu já não tinha mais palavras, ela se sentou e com a calmaria que só ela tinha, nos momentos mais conturbados, disse:
"Amiga, você ama ele e antes de tudo, precisa admitir isso".

Eu gelei. De onde ela tinha tirado isso? Amar? Será?
Não conseguia responder muito, mas  neguei e virei para o outro lado para dormir. Entre um pensamento e outro, disse em voz alta:
"Ele está ferrado na minha mão. Não saberá de mim nem tão cedo" . Dei um riso sarcástico e fui dormir.
Era a única forma deu me sentir em paz, saber que ele também sofreria sem ter qualquer notícia ou mensagem minha.
...
Antes das 9h eu e Nina já estávamos de pé, e a única vontade que eu tinha naquele momento era de dormir o dia inteiro. O frio de São Paulo me fazia sentir ainda mais falta da minha conchinha, e tudo que eu queria era fugir desses pensamentos. Mostrar minha força. Confesso que era quase nenhuma. Ele me desmontava inteira.
Mas ele nem sabia disso.
...
Meu celular vibrou e eu tinha certeza que era sobre trabalho, não quis olhar naquele momento e entreguei nas mãos da Nina para que ela fizesse por mim. Sua cara de espanto, me espantou...

P.A: "Chego às 19h em São Paulo. Quero te ver. Me manda seu endereço, irei direto do aeroporto".

Fiquei 3 minutos olhando sem dar uma palavra. Sentei com calma e senti minha cor voltando ao normal. Não estava nos meus planos esse encontro.
Nina tirou o celular da minha mão e enviou o endereço a ele. Ela sabia que era o que eu queria fazer, e foi rápida.

Eu: "Assim, sem avisar? Está o endereço. Vem a trabalho?"
...
Longas horas até as 19h. Olhava o celular a cada 5 minutos. E antes que tentasse ligar para saber se estava a caminho, ouço as batidas na porta...

O início da vida a dois (JADRÉ) - PÓS BBBOnde histórias criam vida. Descubra agora