021 - RJ

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Estar em casa, era me sentir em paz. Olhar o PA e a Maya dormindo na nossa cama, me dava a certeza de muitas coisas.
Minha cabeça ainda estava cheia do tanto de informações que eu havia recebido mais cedo.
Eu sabia o quanto aquilo era necessário e na real, lá no fundo, eu já imaginava essa possibilidade. Mas, quando de fato acontece, a gente perde o rumo e não sabe o que fazer.

Estar casado com alguém é entender sobre condições e limites. Não abrir mãos dos seus e nem ultrapassar o do outro. Um cede de um lado, o outro cede do outro. São feitos ajustes, em busca de um bem estar, pois a perfeição, o casamento perfeito, ele não existe.
Se engana quem pensa que aquilo que é postado em redes sociais, é a verdade vivida. Nem nos sonhos.

De forma nenhuma eu aceitaria viver num casamento frustrado ou que não houvesse companheirismo e respeito. E digo isso, num sentido geral. Me respeitar como mulher, como mãe da filha dele e como ser humano.
E sobre isso, eu não tinha um motivo qualquer para falar do Paulo André. A nossa sintonia existia muito antes de nos tornarmos marido e mulher.

Me lembro com clareza do dia do nascimento da nossa filha, do quanto ele foi meu parceiro, da força que ele me passou. Eu tenho certeza de que, se não fosse ele ao meu lado, não teria sido tudo tão perfeito.
Ali, eu tive certeza de que eu o escolheria para o resto da minha vida.
...

Entrei no banho de cabeça, mesmo sendo tão tarde. Eu precisava relaxar. Apesar de rápido, os voos noturnos, sempre me deixavam muito tensa.
Senti a mão do PA encostar nos meus ombros e automaticamente encostei meu rosto e me virei pedindo carinho. Ele iniciou uma massagem e eu só deixava a água escorrer pelo corpo. As mãos dele e a água quente, combinavam perfeitamente e só de saber que ele estava ali, eu já me sentia muito mais leve e tranquila.

Me virei para ele e o abracei forte, sem falar qualquer palavra. A gente não precisa sempre estar falando, nos entendíamos da nossa maneira.
Ficamos assim por um tempo, até ele levantar meu queixo e aproximar sua boca da minha.
Aquele beijo quente e cheio de amor e saudade, me deixava completamente fora de mim.
Retribui seu beijo, me esticando para ficar ainda mais próxima dele.

Ele me segurou forte pela nuca, com uma das mãos. A outra, descia e subia pelo corpo, me arrepiando e me fazendo desejá-lo.
Eu queria ter ele ali, naquele momento. E sentia que ele também me queria.
Abri meus olhos, e o fixei nos seus. Ele apertava os olhos, e passava o dedo pelos meus lábios.

Ele me virou de costas, colocando meu rosto encostado no vidro gelado do box. Meus seios se arrepiavam e eles os segurava com força, me puxando para mais perto de si.
Ainda de costas, ele levantou uma perna minha, se abaixou e me penetrou de uma vez. Eu senti meu corpo tremer e minhas pernas perderem as forças.
Segurei firme em sua mão, e inclinei ainda mais corpo, fazendo ele soltar um gemido baixo em meu ouvido.

Ele gemia e beijava minha nuca e pescoço. Eu rebolava e pedia para ele continuar, sentindo cada centímetro dele dentro de mim.
Não aguentamos mais por muito tempo e chegamos juntos ao clímax.
Ele me segurava firme pela cintura, até eu me recompor por inteira.
Terminei o meu banho e saí do box.

Enquanto sacava meu cabelo, eu pensava na conversa que teríamos que ter. Meu estômago apertava e eu sentia meu corpo inteiro gelar.
Ele parecia sentir minha tensão. Me abraçou forte por trás, beijando meu cabelo e estendendo a mão para eu acompanhá-lo.
Dei um sorriso, e o segui.

P: "Você não chegou tão bem, meu amor? Aconteceu algum imprevisto?"

J: "Um em especial. Mas já está tão tarde, não queria falar sobre isso hoje. Amanhã acordamos mais cedo e conversamos, antes de você sair para treinar. Pode ser?"

P: "Claro. O café da manhã é por minha conta. Eu preparo tudo e te chamo quando estiver pronto.
Não é nada sério ne? Fiquei aflito"

J: "Nada grave, eu diria. Mas quando nos envolve, se torna sério.
Mas vamos dormir.. amanhã temos muito o que resolver por aqui. Quero preparar a festinha de 6 meses da Maya também"

P: "Seu pedido é uma ordem"

Parecia estar há meses longe deles. Minha cama já estava se tornando pequena para nós três. Mas naquele momento, quanto mais apertado estivesse, mais feliz eu ficaria.
A Maya mesmo sem acordar, sem aninhou nos meus braços. Enquanto o PA me abraçou por trás e encaixou seu rosto no meu pescoço.
Dormimos assim a maior parte da noite.
Quando eu despertava um pouco, no meio da noite, e olhava eles dormindo, me sentia tão em paz, que era como se minhas energias estivessem se renovando.
...

PA me chamou as 7h para tomarmos juntos o café da manhã.
Ele era tão cuidadoso nos mínimos detalhes, que até num simples café ele conseguia me surpreender.
Preparou tudo que eu mais amava, do jeitinho dele.

J: "Você é tão maravilhoso. Obrigada por isso. Nem sei o que seria de mim, sem você"

P: "Eu que te digo isso. Sou um homem muito melhor, mais maduro, mais sábio, mais feliz e completo. Devo isso a você"

J: "Eu te amo.
Agora a parte mais séria da conversa.."

P: "Talvez eu consiga adivinhar, só pela sua tensão desde ontem. Você vai precisar morar no Rio de Janeiro ?"

J: "Sim. Dentro de um mês, a Glória irá  precisar de mim . As gravações serão intensas e não possibilidade de uma ponte aérea"

P: "Mano, que doideira.. eu imaginei que pudesse ser isso, mas agora você me confirmando, meio que a realidade caiu sobre a minha cabeça. Meus treinos são todos aqui, tudo relacionado ao meu trabalho é aqui"

J: "Eu imaginei tudo isso que está me dizendo. Mas... você não precisa ir comigo. Mas a minha filha vai. Não existe a possibilidade da Maya ficar tanto tempo longe de mim"

P: "E existe a possibilidade de você ir sem mim?"

J: "Na minha cabeça, não. Mas eu jamais atrapalharia seus planos, seus treinos para as olimpíadas, por um sonho meu. Não é justo"

O silêncio tomou conta do lugar. Eu olhava firme para ele e via seu olhar buscando uma resposta. Em vão. Naquele momento, nem eu e nem ele sabíamos o que falar.
Ficamos em silêncio até que ele se levantou da mesa, me deu um beijo na testa e foi treinar.
Eu sabia que tudo seria resolvido da melhor forma. Na verdade, tinha certeza absoluta disso.
Se fosse preciso que cada um morasse em uma cidade para vivermos nossos sonhos, seria feito.

Em segundos, aquele meu medo de início de relacionamento se instalou novamente em meu peito: a distância.

O início da vida a dois (JADRÉ) - PÓS BBBOnde histórias criam vida. Descubra agora