Vamos resolver..

3.8K 152 19
                                    

Eu não poderia acreditar que aquilo realmente estava acontecendo. Que saco! Coincidências, oportunismo desse povo, invasão de privacidade, tudo junto.
Ao mesmo tempo em que eu me sentia triste, eu sentia raiva por ter minha vida tão exposta de uma hora para a outra.
Eu não conseguia pensar em mais nada que não fosse o P.A. Eu não tinha culpa de absolutamente nada, e ele não poderia nem imaginar isso. Eu no lugar dele também não gostaria de ler nada daquilo. E, apesar de ser uma difícil missão, eu o entendia.
...
Eu coloquei minhas mãos sobre o meu rosto, tentando me esconder de mim mesma. Que loucura! Eu queria ter forças para levantar e encarar isso de frente. Juro, era a minha maior vontade. Mas não conseguia... Eu estava triste e exausta.
Voltei a dormir na tentativa de encontrar saída para isso. Eu precisava antes de tudo, pensar no que fazer.
...
Eu: "Você entendeu tudo errado, Paulo André"

Ele não disse mais nada. Sempre online, e eu o observando o tempo todo. Eu sabia que ele tinha lido, ele até começou a digitar algo, mas não concluía. Eu estava agoniada. Será que deveria ligar para ele? Será que ele vai me atender? Vou ligar.

Eu: "Oi P.A. Te mandei mensagem e não respondeu. Não leu ou não quis?"

P.A: "Respeitei o meu momento. Não tenho muito o que dizer"

Eu: "Tem sim. Você sabe que tem. Pode falar o que você quiser. Eu quero que você saiba que foi tudo um mal entendido. O João..."

Nesse exato momento ele me interrompeu. Não cheguei nem a concluir a minha fala.

PA: "O João.. o que tem o João, Jade? Eu não tenho absolutamente nada com ele. Nem conheço o maluco. Na verdade, nem com você eu tenho. Somos solteiros. Esteja tranquila sobre os seus atos e eu estarei tranquilo sobre os meus"

Eu: "Não estou te entendendo"

P.A "Está sim, Jade. Você não é boba. Somos livres. Eu agora vou focar no meu trabalho e quero que você faça o mesmo"

Eu: "Onde você está? Vamos conversar pessoalmente"

PA: " estou no Rio. Ficarei por tempo indeterminado aqui. Mas não se preocupe, eu tranquilão. Agora vou desligar. Preciso ajeitar algumas coisas aqui no quarto. Beijos"

Eu: "Calma, calma. Semana que vem eu estou no Rio, eu posso te procurar?"

PA: "Vamos ver como vai ser"
...
QUE PESADELO HORRÍVEL.

Desliguei aos prantos. Uma vontade absurda de sair gritando, processando todo mundo. Um nó insuportável na garganta.
Meu peito parecia que estava sendo esmagado, uma sensação angustiante. Eu nunca tinha me sentido assim. Eu só queria me esconder do mundo. Infelizmente não era possível.
...
Cumpri ao lado da Nina todo meu cronograma de trabalhos. Hora ou outra ela me interrompia para conversarmos um pouco. Ela me divertia e eu até esquecia um pouquinho o que estava rolando. Era nítido quando a lembrança surgia. Eu olhava o celular, rodava as redes sociais e nada.
Léo chegou no meu apartamento fazendo festa e como sempre, não deu a mínima para o que estava acontecendo. Segundo ele, as novidades estavam fazendo isso com a cabeça do PA. Tudo ficaria bem.
Ele me acalmava demais. E mesmo eu conhecendo bem a bronca do Paulo André, eu fiz um esforço para acreditar que isso aconteceria. Vai ficar tudo bem.
...
Eu dormi abraçada com a Nina. Ela sempre estava ali para mim. Sempre!
Fazia questão de me aconselhar, e nem sempre passava a mão na minha cabeça.
Ele tentava de todos os jeitos me animar e eu fazia um esforço por ela.
Me mostrava memes que faziam com minhas fotos, me mostrava vídeos fofos que me lembravam da minha estadia na casa...
Na minha cabeça eu só repetia "Vai ficar tudo bem".
...
Já faziam 2 dias do ocorrido, e nada. Nem uma mensagem. Nem uma ligação.
Ele realmente estava focado em outras coisas. Eu não conseguia focar em nada. Apenas estava levando.
Cumpria sempre minha agenda de trabalhos, mas sempre de olho no que ele postava e com quem estava. Eu não comentava nada, mas fazia questão que ele soubesse que eu estava vendo tudo. E na verdade, ele não fazia questão de esconder.
...
Acordei bem disposta, apesar dos 3 dias sem falar com ele.
Somos adultos. O que antes era uma certeza, se tornou uma dúvida... "Será que vamos nos acertar?". Apesar disso me corroer, não queria deixar me destruir. Eu olhava nossa foto no Instagram e sorria com os olhos cheios d'água. Ele tinha todo meu amor e eu não podia fazer mais nada naquele momento, que não fosse respeitar o seu espaço.

Decidi sair para jantar com as meninas: Vivi e Nina. Elas finalmente conseguiram me tirar de casa. Ninguém me reconhecia mais, nem eu mesma. Eu jamais me deixaria abater por qualquer motivo... elas sabiam que eu estava muito enrolada. E eu nem fazia questão de negar.

Bebemos, rimos, conversamos sobre tudo. Era perfeito estar com elas.

Nina quis me deixar em casa, por ser a mais próxima, fui a primeira a ser deixada.
Eu já desci do carro disposta a mandar um textão para ele pedindo perdão por tudo. Até pelo que não tinha feito...
Não deu tempo!
Seu story terminou de enterrar aquilo que mal tinha nascido..

"Olha quem chegou de surpresa no Rio..."
Essa frase acompanhava sua foto com a mãe do seu filho.

Se eu tentasse dar um passo a frente, eu cairia. Minhas pernas estavam congeladas... Só podia ser sacanagem com a minha cara.

O início da vida a dois (JADRÉ) - PÓS BBBOnde histórias criam vida. Descubra agora