Sentimentos à flor da pele.

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Eu teria que voltar para São Paulo sozinha, para cumprir minha agenda de trabalhos e entregar o que eu precisava.
PA ficaria por lá, para cumprir seus trabalhos também.
Era a pior parte pra mim. Me despedir dele, da família dele e do PAzinho. Mas eu precisava resolver minhas coisinhas pessoais e colocar minha cabeça no lugar. Dessa vez, sozinha.
Nina foi comigo, era meu ombro amigo, meu porto seguro. Eu só queria ela ali comigo.

Embarquei já com o coração na mão. Meus medos eram outros, totalmente diferente. Eu não conseguia coordenar meus pensamentos, ao que realmente estava acontecendo na minha vida.
Eu estava feliz, mas parte de mim queria sair correndo e me agarrar nos braços dos meus pais. Um medo absurdo de não ser suficiente, de não saber me virar.
Em algum momento isso passaria, mas por enquanto era somente isso que eu conseguia pensar.
...

Cheguei em São Paulo e o Léo que tinha ido nos buscar dessa vez. Ele parecia sentir que algo tinha acontecido.
Eu usava óculos escuro, mas meu nariz vermelho já me denunciava.
Me abracei com ele e por ali fiquei um tempinho.
Posamos para alguns fotógrafos que estavam por lá, mas não demoramos muito.

Léo: "Que cara é essa Jadezinha? Fala pro seu irmão. Não está feliz em me ver?"

Eu: "Para Léo. Claro que estou. Na verdade, eu queria te ver mais do que qualquer outra coisa na vida" - Meus olhos já estavam cheios d'água. Isso era uma raridade e ele na mesma hora, com aquela sensibilidade invejável do Leonardo, soltou a pérola.

Leo: "Fala logo. Ta gravida? Terminou com o André?"

Eu: "Eu grávida Léo. Não me mata. Mas eu tô grávida"

Pela primeira vez na minha vida, eu vi o meu irmão perder as palavras. Me levando ao completo desespero.
Eu sabia exatamente o que ele falaria, mas naquele momento eu precisava do seu apoio.

Léo: "Como vocês deram esse mole? Nossos pais sabem? Caraca Jadezinha. Eu vou ser tio, meu Deus.
Vem meu neném. Não chora não. Você vai se virar bem nessa também"

Suas palavras me traziam conforto. Mesmo com o jeito louco dele, ele é o grande amor da minha vida. Eu sabia que ele não soltaria nunca a minha mão.
...

Já cheguei trabalhando muito. Fiz terapia, entreguei o meu melhor em todas as campanhas. Estava orgulhosa de mim.
Dei algumas entrevistas para sites importantes e falei um pouco sobre essa rotina de viagens, trabalho e relacionamento.

Entre um enjoo e outro, eu conseguia me manter ali de pé. Nina o tempo inteiro ao meu lado. Ainda não tínhamos conversado muito sobre a minha gravidez, e eu aproveitei que estava sozinha com ela para fazer isso.
Já estava chorando antes de falar, mas eu sabia que me faria bem ouvir minha melhor amiga. Mesmo que ela não me falasse o que eu queria...

Eu: "Amiga, o que eu vou fazeeeeer?

Nina: "Que pergunta é essa Jade? Claro que você vai ter esse neném ?"

Eu: "Óbvio. Ta louca?! Eu digo sobre meus trabalhos, minhas viagens. Meu estilo de vida"

Nina: "Nada muda, amiga. Fica calma. Você ainda tem tempo para se adaptar. Seu nicho vai mudar um pouco. Mas olha a Virginia, ela continua voando. Mesmo sendo mãe. Isso não muda muita coisa, vai acrescentar. E eu aqui. Eu vou te ajudar em tudo. Eu amo o seu neném, assim como eu te amo"

O início da vida a dois (JADRÉ) - PÓS BBBOnde histórias criam vida. Descubra agora