Eu tinha em mente todas as dificuldades que eu poderia enfrentar estando sozinha numa cidade com a minha filha. Tudo seria novo. O único momento em que estive sozinha integralmente com ela, foi logo após o seu nascimento, quando o PA precisou competir na Inglaterra.
As lembranças, inclusive, não são as melhores.
Consigo me lembrar perfeitamente do quanto eu sofri sozinha o puerpério, o quanto ninguém conseguia suprir o espaço vazio que o PA tinha deixado.
Ainda sim, consegui passar.
Não seriam dias fáceis, mas tudo se acertaria.
Eu jamais exigiria que ele fosse comigo, mas ao mesmo, não suportava a ideia de abrir mão da minha família.Tudo parecia acontecer ao mesmo tempo. E o que era para ser um grande sonho, momento de êxtase, estava se tornando momento de aflição, de medo.
Acima de tudo, eu precisava ditar minhas prioridades. E a minha família, sempre estaria no topo dessa lista.
...Deixei a Maya com a babá e decidi passar na JadeJade com a Nina para decidirmos sobre as próximas promoções.
Durante o caminho, acabamos tocando nesse assunto.N: "E aí Jade, já conversou com o PA?"
J: "Mais ou menos. Conversamos hoje pela manhã. Ele não ficou muito satisfeito. Eu senti nele, o mesmo medo que eu estou sentindo"
N: "Normal né?! Não se esqueça que o mesmo amor que você sente, ele sente. O mesmo medo que você sente, ele também sente. A filha de vocês, só tem 6 meses. Você acha que ele quer ficar distante? Já basta que ele vive longe do Pazinho"
J: "Eu não tinha pensando por esse lado. Quando nós conversamos, eu afirmei para ele que a Maya iria comigo. Acho que agi errado né?"
N: "Não preciso nem dizer né Jade. O PA é um super companheiro para você, e não merece isso. Você acha que ele vai competir bem, sabendo que você e a filha dele estão no Rio de Janeiro?
Não é mais sobre você e o Paulo André, é sobre o melhor para todos. Vocês são uma família e precisam de um consenso"A Nina sempre sabia o que falar e não as poupava. As palavras dela caíram na minha cabeça como uma martelada. Como eu fui egoísta com o PA. Pensei que estava ajudando, mas no fundo, só estaria prejudicando.
Tivemos um dia super produtivo. Conseguimos colocar todos os planos e projetos na mesa. Aos poucos, a marca ganhava uma nova cara e eu conseguia expandi-la.
Saímos de lá quase 16h. Eu estava morta de cansada, e ficando resfriada. Muito provavelmente minha imunidade estava baixa, pelo excesso de trabalhos e noites mal dormidas.
Ainda assim, eu estava disposta a dedicar essa noite ao PA. Não para termos qualquer coisa, mas para conversarmos sobre os próximos passos da nossa família.Tudo que a Nina conversou comigo, estava refletindo na minha cabeça. Mais uma vez eu tinha me expressado mal e eu sentia que o PA havia ficado chateado. Mas como sempre, ele não iria falar nada comigo.
Ele sempre cedia, estava sempre aceitando as minhas condições... Estava na minha hora de ceder um pouco, de pensar nele.
...Durante o dia, não havíamos trocado nenhuma mensagem e quando eu cheguei em casa, ele ainda não estava.
O PA quando estava muito tenso com alguma coisa, descontava tudo em seus treinos.Eu estava trocando a roupinha da Maya quando ouvi o barulho da porta. Continuei o que estava fazendo e percebi que ele havia entrado no quarto.
Ele ficou parado na porta observando eu trocá-la e se aproximou quando eu acabei.
Me deu um beijo demorado e me abraçou forte. Senti meu coração se encher de amor e culpa.Com a Maya em seu colo, ele sorria e dançava com ela, tirando as melhores gargalhadas. Como eu sou apaixonada por eles dois... Eles são a minha vida.
Em poucos minutos ela já dormia em seus braços e ele a colocou no berço.
...J: "Amor, eu quero falar com você"
P: "Claro. Vamos lá para a sala, pra ela não acordar"
Sentei encostada nele, e ele me envolveu com os braços.
J: "Antes de tudo, quero te pedir desculpas se mais cedo pareci egoísta, ou qualquer coisa do tipo. Nunca foi a minha intenção. Na real, eu pensei que dessa maneira estava te ajudando também"
P: "Jade, eu não vou mentir para você. Minha cabeça não funcionou nem por um segundo hoje. Eu só imaginava a minha vida longe de você e da minha filha. Parecia que você estava contando com a minha ausência, sem ao menos tentar resolver"
J: "Não. Nunca foi isso. Eu quero e preciso de você comigo por onde eu for. Não tem sentido algum, não ter você lá ou em qualquer lugar do mundo que eu estiver. Eu não soube me expressar. Me perdoa"
P: "Eu estou disposto a ir, a vir, a ficar com a Maya lá, a trazê-la pra cá quando for preciso.. Eu sei que a minha profissão me permite isso e nesse momento, a sua não"
J: "Eu queria tanto ouvir isso. Mas o medo, me fez agir por impulso. A distância sempre foi um medo pra nós. Eu não quero te ver sendo prejudicado pelos meus sonhos, por algo que eu estou escolhendo."
P: "Quando éramos só eu e você, a gente poderia pensar assim. Hoje somos três, em um só. Não podemos mais pensar individualmente. E eu sei, que você faria o mesmo por mim, como já fez muitas vezes.
Já conversei com o meu pai, e os treinos serão no Rio de Janeiro durante que estiver lá"J: "Como assim já conversou?"
P: "Eu jamais abriria mão da nossa família. Isso seria abrir mão dos meus sonhos também. Eu não conseguiria sem vocês"
J: "E nem eu, sem vocês. Me desculpa por ter sido tão egoísta. Eu estou me sentindo culpada e infantil"
P: "Já passou. Estamos aqui para ensinar e aprender um com o outro"
...Eu não merecia alguém como ele. A culpa, a vergonha tinham me invadido. Eu fui egoísta em pensar que poderia ir, e que não afetaria em nada na vida dele.
Todos os dias ao lado do PA eu conseguia evoluir como ser humano. Sem dúvidas, a vida com ele era muito melhor. E nem por um segundo, eu deveria pensar que funcionaria diferente.Ficamos juntos assistindo filme e aproveitando aquele nosso momento. No dia seguinte, começariam as buscas por um novo lar. E agora.. rumo ao Rio de Janeiro.
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O início da vida a dois (JADRÉ) - PÓS BBB
FanfictionO pós BBB tão sonhado e esperado, pelos olhos dela: Jade Picon. Lembrando que: nada aqui é verídico. Os nomes principais serão mantidos, e os dos coadjuvantes serão trocados, mas tudo será entendido perfeitamente em seus devidos contextos.