Dois grandes amores 👨‍👦‍👦

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Durante toda a minha adolescência e início da vida adulta, ouvi minha mãe dizer que um dia eu a entenderia, sobre todas as coisas.
Mesmo que ela sempre tenha sido a mãe liberal, nós nunca estamos 100% satisfeitos com o que temos.
Sempre gostei de ser livre, de fazer do meu jeito, de ir e vir.. e mãe, como todas as outras, precisam ter controle sobre isso.

No tempo em que morei com o meu pai,  vivi uma realidade completamente diferente, onde o que eu mais sentia falta, era de todos os dias ter o colo da minha mãe. Em toda e qualquer oportunidade, eu estava lá com ela.
Até que, por influência dela mesma, decidi ir morar sozinha.
Confesso que, em larga escala, esse foi o maior feito para mim.
Sempre tive vontade, mas parecia me faltar coragem.

Hoje, além de casas diferentes, moro em outro estado. As vezes me perco na minha vida e nos meus pensamentos e sinto falta daquele aconchego dos meus pais. Mesmo sabendo que a qualquer momento que eu precisar, eles estarão aqui de prontidão, me sinto na obrigação de cumprir meus papéis sozinha.
Digo isso como mãe, mulher e esposa.
Principalmente como mãe..

As vezes é desesperador olhar para os lados e não ter com quem dividir o fardo que só quem é mãe, é capaz de carregar.
Tenho a sorte de ter o PA ao meu lado, que mesmo em dias que ele precisaria acordar cedo, não se recusa a passar a noite com a Maya no colo, para eu dormir um pouco mais.
Sem dúvidas, sem ele seria impossível.
...

Acordamos no sábado super dispostos e felizes. Véspera do dia dos pais, meus sogros estavam chegando e principalmente ele.. O Pazinho. Confesso que minha ansiedade maior era para vê-lo correndo pela casa nova, brincando com os brinquedinhos dele, mexendo em tudo.
Meu sábado seria totalmente dedicado a eles.
Coloquei a Maya na cadeirinha, coloquei a cadeirinha do Pazinho no carro e saímos.

J: "Amor, precisamos comprar um carro maior. Meu Deus.."

P: "Com certeza. Imagina quando o próximo bebê nascer? Não vai ter espaço direito.."

J: "Não vai ter próximo, nem tão cedo. E mudando de assunto... na volta, podemos tirar a Maya da cadeirinha e eu coloco ela no meu colo. A viagem é rápida. para os seus pais conseguirem ir com a gente"

P: "Minha mãe não vai concordar com isso não, mas tudo bem.. vamos tentar"
...

Chegamos ao aeroporto e ficamos no desembarque esperando por eles. De longe eu os avistei. Soltei a Maya da cadeirinha, e eu fui na direção deles.
Minha sogra entregou o PAzinho para o PA, que naquele momento, não conseguia conter a emoção.
Era sempre incrível ver o reencontro deles.
Ele estava tão grande, tão esperto, cada vez mais parecido com o pai.

Meu sogro pegou a Maya do meu colo e ficou ali dando beijinhos em sua barriga. Era o que ela mais amava. Se acabava de rir. E eu, morrendo de amores.

Me aproximei do PA, para dar um beijinho no Pazinho e para minha surpresa, assim que me aproximei, ele jogou os bracinhos em minha direção pedindo colo.
Dei um grito, uns pulinhos de felicidade e na mesma hora o peguei.
Enfiei meu nariz em seu pescoço e dei um longo cheirinho. Que saudade daquele perfume dele. Cheiro que me remetia amor, que me fazia lembrar de quando eu o conheci.

Por uns minutos, viajei lá para maio do ano passado, quando eu o conheci.
Eu não imaginava o quanto a mulher possuía esse instinto materno, até precisar cuidar de um bebê. Eu não sabia fazer nada, não tinha jeito, tinha medo de tudo.. Hoje lembro disso e dou risada.
Cuido dele e da Maya juntos. Dou banho nos dois, dou mamadeira e colo.
E será sempre assim.. Aqui, nunca faltará afeto, aconchego e colo. Mesmo quando ele já for um rapaz.

O início da vida a dois (JADRÉ) - PÓS BBBOnde histórias criam vida. Descubra agora