Nascimento 👼💖

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Me despedi de tudo ali no apartamento. A sensação que eu tinha, era de dever cumprido enquanto eu era apenas eu.
Cada mínimo detalhe daquele lugar tinha tido sua importância na minha vida particular e no meu relacionamento.
Eu não conseguia olhar para um canto, que não tivesse marcar de nós dois.
Invisíveis, mas não aos meus olhos.
Estava nostálgica, emocionada e feliz.
Quando eu voltasse, não seria mais eu... seríamos nós. E para sempre nós.

Refiz toda a minha vida em 21 anos. O que aprendi, o que ensinei. O que ganhei e o que perdi. Foram tantos momentos bons, que os ruins ficam minimizados e sequer são lembrados. Me perco nos pensamentos ao lembrar da minha vida ao lado do Paulo André, meu grande amor.
Eu não sabia mais que poderia amar assim, até realmente amar. Um amor avassalador, forte e maduro.
Amor que me reiniciou e me fez reviver. Amor que me deu o maior amor do mundo, o da minha filha.

Engravidar não foi fácil. Não foi fácil entender e aceitar. Perguntei e questionei mil vezes a Deus sobre os propósitos dEle, hoje não busco entender, eu o vivo. Todos os dias acordava e a sentia mexendo. Era como se nada mais no mundo importasse, éramos só nós duas.. Eu cantava, dançava e conversava com ela. Cada vestido, laço ou sapato eu a mostrava, explicando em que momento ela usaria.
Minha filha, se você soubesse o amor que a sua mãe têm por você.
Esse mundo está assustador, ruim e difícil. Mas te prometo fazer a criança mais amada e feliz do mundo.
Eu, seu pai e seu irmão imaginamos seu rostinho todos os dias. E, ansiosos contamos os segundos para a sua chegada.

PA: "Malas no carro, cadeirinha no lugar... Vamos?"

O abracei forte. Estávamos na sala, prestes a fechar a porta e fecharmos um ciclo maravilhoso da nossa vida. Nunca mais seremos só nós dois. E ainda bem por isso... Já consigo imaginar o PAzinho e a Maya correndo por ali.
Na verdade, numa casa. Com piscina, quintal e espaço para se divertirem.

Eu: "Vamos meu amor"

PA: "Você é tão forte. Meu orgulho. Eu te amo. Quando doer, aperta a minha mão até esmagar"

Eu: "Então me da aqui que está doendo. (Risos)
Eu te amo infinito"

E assim fomos rumo ao hospital.
...

Escolhemos a melhor maternidade de São Paulo, para que independente de como procedesse o parto, eu estivesse amparada.
Saímos de casa as 7h, já com a minha médica nos guiando e controlando minhas contrações.

Coloquei a playlist "Maya" e fomos ouvindo pelo caminho. Apesar da dor, estava possível sorrir e ainda cantar fazendo um microfone com a mão.
Minha felicidade poderia ser sentida há quilômetros de distância.

Eu: "Aumenta, aumenta..."

Tocava "As coisas tão mais lindas" do Nando Reis. A música que o PA todos os dias cantava, com a boca coladinha na minha barriga. A música dele para ela.

PA: "Minha menina tão amada. Minhas meninas tão amadas..."

Minhas dores estavam bem espassadas. Quando vinha a contração, ainda não era algo insuportável.
Era forte. Eu fechava os olhos e só aguardava ela passar.
Chegamos ao hospital às 8h e fomos recebidos pela Dra. Carolina e sua equipe.
Todos dispostos a fazer o melhor por mim e pela Maya.
Eu não fazia ideia do que aconteceria aquele dia.

Enquanto a equipe entrava comigo, o PA fazia minha ficha.
Meu quarto já havia sido escolhido por nós, semanas antes. Estava todo preparado me esperando...
Uma janela bem grande com a vista da cidade. Eram dois ambientes separados e eu já podia imaginar como aquilo ficaria quando todos soubessem que a Maya tinha nascido.

O início da vida a dois (JADRÉ) - PÓS BBBOnde histórias criam vida. Descubra agora