Recomeço?

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Bem, acho que exagerei um pouco com relação aos meus pensamentos sobre o Taylor, me deixei levar pelo calor do momento, e pelas suas lágrimas. Definitivamente não estou apaixonada, que loucura, embora ele seja bonito e um cara legal. Jerry também era assim. Entretanto, não tem como negar, criei uma forte admiração pelo garoto, Ben é incrível!

O que me deixa encabulada é que ele aparenta ser perfeito demais, o que me encanta e ao mesmo tempo me preocupa. Ninguém consegue ser assim, provavelmente estou vendo apenas seus momentos bons. Quero ver os ruins também pra ter certeza de que não é só uma farsa.

Pego o livro que estava lendo na mão, antes mesmo de começar a me vestir, abro-o por um segundo apenas para ler o começo mais uma vez, é uma bela frase: "O fogo é uma coisa linda, formada por várias cores, explicado pelo triângulo do fogo, mas nunca consegui e talvez eu nunca consiga entender como funciona, tudo é bem planejado." Fico pensando sobre como as coisas são exatamente dessa forma: bem planejadas pela mão do destino, mas não temos a capacidade de entender, mesmo quando tudo está revelado diante de nós. Coloco-o de volta na prateleira e volto aos meus afazeres, tenho que começar a me arrumar.

A noite está bonita, o céu limpo, acompanhado pela lua no seu máximo esplendor garantem isso.

Estou indecisa sobre o que usar, seria bem mais fácil se fosse um vestido, mas como são duas peças eu sempre fico perdida. Visto uma blusa justa que deixa os meus ombros à mostra e me olho no espelho. Torço o nariz, não ficou como esperava, porém acredito que a culpada pela quebra de expectativas seja minha, achei que ia ficar parecida com Madelaine Petsch.

– Beth! – Mamãe bate na porta do quarto. – Seu pai está te esperando!

– Estou indo! – Respondo calmamente, tentando dar melodia a voz, enquanto bagunço silenciosamente meus cabelos, desesperada, não acredito que já esteja na hora.

Corro na ponta dos pés para o closet e saio de lá com uma calça de moletom preta e uma blusa branca. Visto tudo num segundo e coloco o colete jeans por cima. Vou para o espelho e penteio os cabelos úmidos com tanta rapidez que já sei que o couro vai doer o resto da noite. É o preço que se paga por tentar ficar bonita. Enfio rapidamente os tênis nos pés, sem me dar ao trabalho de sentar, e faço a última conferência no meu look.

Pego o meu celular sobre a cama e desço as escadas o mais rápido que minhas pernas me permitem fazer sem cair. Quando passo pela cozinha me deparo com a minha mãe, sou reprovada com o olhar, como sempre, já que sabe que me atrasei, de novo. Chega a ser irritante, não importa o que eu faça, tiro boas notas, sou educada, prestativa e sociável, além de obediente, mas nunca vou ser boa o suficiente. Guardo o meu sentimento atrás de um sorriso sem graça, beijo seu rosto e me despeço, indo direito para a garagem.

– Beth – ela rompe o silêncio no meio do caminho, me fazendo parar e olhar para trás. – Filha... Tem certeza que tá tudo bem?

– Claro, mamãe! Eu tô ótima – minto, tentando passar aquele mesmo tom animado de antigamente, porém não sei se consegui.

– Não, tem alguma coisa errada com você, depois da festa você é outra pessoa. Foi realmente só uma briga que aconteceu? – Cruza os braços.

– Beth! Vamos! – A voz do meu pai ecoa da garagem.

– Eu tenho que ir – ando de costas, fingindo lamentar por não poder me explicar.

Os olhos dela se estreitam, ela sabe que estou escondendo alguma coisa. Será que eu deixo tão na cara assim pra todo mundo? Começo a suspeitar que sim.

Estou indo até uma lanchonete na praça de alimentação do shopping para encontrar com a minha melhor amiga, para comermos o que ela diz ser a melhor torta de maçã da cidade e aproveitar o tempo para quem sabe ter algumas ideias para o trabalho de economia doméstica. Ainda não sei o que fazer sobre o caso da Tara, não tenho certeza se estamos progredindo.

Meu Amor Adolescente [Completa]Onde histórias criam vida. Descubra agora