Fatalidade Amarga

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A sala se encontra vazia, somos meia dúzia de gatos pingados, aguardando a aula de história que acontecerá daqui a quinze minutos.

O dia amanheceu lindo, não tem nada diferente que o torne tão belo assim, mas ao menos para mim está, porque estou muito feliz por finalmente me resolver com relação aos meus sentimentos. Não disse para o Taylor que gosto dele, acredito que ainda é cedo demais, porém, admitir isso para mim é um bom começo.

Parando para pensar, é meio estranho e empolgante ao mesmo tempo pensar que suas ações são extremamente parecidas com os garotos que eu amo nos livros, sempre gostei dos que, não importa o que aconteça, fazem o certo.

– Eu avisei que ia acabar assim, só não achei que seria tão rápido – Laura dá um meio sorriso, continuando nossa conversa.

– Podemos pular essa parte? – meus olhos rodam as órbitas quando vejo seus braços cruzarem, ela está esperando que eu confesse. – Tá legal, eu admito, você estava certa, de alguma forma, eu gosto dele. Feliz?

– Nem tanto, podia ser outro, não aquele tonto. Parte de mim queria estar errada.

– Para! A partir de hoje, é proibido ofender o Ben, não quero ouvir você falar mal dele.

– Então tape os ouvidos – ri.

– Laura – firmo o timbre da voz, mostrando que estou falando sério, embora ela saiba que no fundo, não estou totalmente.

– Tá, já sei – a testa franze. – Me conta os detalhes então.

Tento esconder a felicidade e a empolgação que sinto, mas não consigo. O resultado dessa explosão de sentimentos é um gritinho fino, junto a um balançar catatônico de mãos. As pessoas no fundo da sala balbuciam alguma coisa, o que me faz olhar para eles e repensar minha ação por um instante, devem estar pensando que sou uma idiota. Não posso me exaltar tanto aqui.

– Primeiro a gente começou a dançar na chuva, depois nós chegamos tão perto um do outro que quase nos beijamos! – explico, falando mais baixo.

– Quase?

– Sim.

– Por que você não o beijou?

– Porque eu nem sei se ele gosta de mim! – Eu a meço com o olhar por conta de sua reação. – O quê?

– Você deveria ter acabado com isso logo – uma linha surge entre suas sobrancelhas. – Sem arrodeios.

– Nem você fez isso com o Jerry quando gostava dele, por que eu deveria fazer?

– Pra evitar me desgastar com seu romance – ri mais uma vez, porém dessa vez reajo diferente, dando um tapa em seu ombro.

Nossa conversa é interrompida por nada mais nada menos que Jerry Jones e sua turma, os garotos entram na sala, cumprimentando a maioria das pessoas, até eu recebo um "oi" do estuprador. Confesso que toda vez que o vejo de perto, sinto meu corpo tremer, tenho pavor só de imaginar que ele pode tentar alguma coisa, mesmo acreditando que não faria isso em público, ainda assim, morro de medo, e por isso, sempre faço as rotas pelos corredores de maneira que não nos encontremos, quase sempre dá certo.

Respondo sua saudação normalmente, mesmo não querendo, minha amiga evita até olhar em seus olhos, de tanto ódio. Logo após eles, vem a peste e suas amigas, todas passam por nós com aquele mesmo olhar costumeiro de desprezo, e vão se sentar junto aos garotos.

O grupo mantém o bom humor, a maioria dos alunos os tratam bem e isso me irrita. Escuto Jerry propondo mais uma rodada de guerra de balões, que ainda é conhecido como o melhor dia da escola, com a diferença que dessa vez tudo está diferente: o trio não está mais reunido, Tara não está mais aqui para trazer a tranquilidade que só ela conseguia, e bem, Laura e eu sabemos de toda verdade.

Meu Amor Adolescente [Completa]Onde histórias criam vida. Descubra agora