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— Está pronta? — sussurrou Cole, no ouvido de Lili.

Ela balançou a cabeça. Como alguém poderia estar pronto para aquilo? Eles
iam fazer a droga da dança do acasalamento na frente de todo o mundo, embora a dança não remetesse diretamente àquilo — estava mais para um tango, mas ainda assim.

Não conseguia entender por que vovó estava forçando os dois a se apresentarem, mas lá estavam, no meio da pista de dança, esperando a música
começar. Então vovó pigarreou ao microfone.

— Ah, não — sussurrou Lili. — Isso não pode ser bom. Ela vai cantar durante a dança?

— Não acho que dê para ficar pior — murmurou Cole.

— Essa coisa está ligada? — Vovó deu batidinhas no microfone, provocando um barulho agudo, então deu uma risada bem alta. — Ah, adoro tecnologia!

— É, vovó, nós sabemos — disse Lili.

— Estou tão feliz em ver meus dois netos casados! A dança que vai começar foi minuciosamente planejada. Cada movimento tem um significado.

— Eu estava brincando — disse Cole. — Acabou de ficar pior. Ela vai explicar
o ritual do acasalamento.

— O primeiro giro — começou vovó — significa o amor verdadeiro. O segundo, uma vida feliz para sempre nos braços um do outro. Os ancestrais acreditam que essa dança remeta aos ciganos. Eles acreditavam que uma dança poderia unir duas pessoas para sempre, apesar do lugar onde foram criadas, da raça, de feridas passadas...

Enquanto vovó continuava a falar, os olhos de Lili se arregalaram, assim
como os de Cole.

— Então, meu presente de casamento para Lili e Cole é essa dança. Que eles aprenderam há algumas semanas. Surpresa! E aproveitem!

A música começou.
Lili não conseguiu se mexer. Vovó tinha planejado tudo, a dança e todo o restante. Tinha certeza disso.

Ela engoliu o nó na garganta quando Cole caminhou ao seu redor e a puxou
para os braços dele. Ele a girou uma, duas vezes, sempre a encarando com tanta intensidade que teria sido impossível não se apaixonar de novo e de novo. Cada vez que Cole a girava, Lili via uma nova parte daquele sorriso que a encantava, que dizia “eu amo você” e “eu quero você”.

Cole a puxou para mais perto enquanto Lili envolvia a cintura dele com uma das pernas e se curvava para trás. Ele deu um beijo no pescoço dela e a girou
outra vez. O resto da dança era cara a cara.

Cole se inclinou para a frente, e seus lábios roçaram a bochecha de Lili.

— Eu sentiria a sua falta, mesmo que nunca a tivesse conhecido. Sentiria a
sua falta, porque saberia que uma parte de mim nunca estaria aqui.

Ela prendeu a respiração.

— Mesmo se eu nunca tivesse conhecido você.... Eu ainda a desejaria.

Cole passou os dedos pelos ombros de Lili e puxou a cintura dela ainda mais
para perto.

— Mesmo agora, sinto sua falta. — Os lábios dele roçaram sua orelha. —
Porque, cada vez que toco sua pele, parece que você não está perto o bastante. Meu corpo dói, pedindo que a gente se aproxime mais. Mas, mesmo quando não tem nada além da pele a nos separar, meu desespero não diminui. Nunca vai diminuir. Porque o que eu desejo é a sua própria essência.

A dança terminou com os dois se encarando.

Lili fechou os olhos enquanto puxava o rosto de Cole mais para perto, passando os braços em volta de seu pescoço. Os dois estavam lá, parados. Os lábios deles se encontraram com suavidade, então Cole suspirou.

— Vou passar a vida correndo atrás de você, desejando, mimando, descobrindo você...

Com um gemido, seus lábios envolveram os dele. Cole a ergueu nos braços e a girou pela pista de dança, aprofundando o beijo, pressionando, buscando, explorando. Calor começou a emanar de todos os poros do corpo de Lili, que também sentia arrepios percorrerem os braços e as pernas. Cole pressionou mais ainda seu corpo contra o dela, e depois ainda mais, porém não era o suficiente.

THE CHALLENGE. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora