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Virgem. Ela era virgem. Ele a usara para sexo casual e, fazendo isso, poderia ter arruinado a garota perfeita. A garota mais maravilhosa do mundo, sua alma gêmea.

Cole deu um beijo carinhoso na testa dela e se afastou.

— Aonde você vai? — perguntou Lili.

— A lugar nenhum — respondeu ele, e estava falando sério. Não iria a lugar
algum, a não ser que ela fosse junto.

Deixou as calças caírem no chão e se
aproximou da cama. Lili o encarou. Droga, ele poderia observá-la o dia inteiro!

O cabelo loiro caía sobre o sutiã de renda vermelha. Lili tinha mesmo comprado lingerie. Caía bem nela, bem até demais, considerando os pontos pretos que estavam surgindo em sua visão. Ia perder a cabeça se não pudesse tê-la naquele instante.

Cole se ajoelhou na cama.

— Tenho uma coisa a dizer.

— É mesmo? — Lili tremeu sob o toque dele. Cole pegou sua mão e envolveu seu dedo com a boca, sugando-o.

— Estou com ciúmes deste dedo há uma hora. Na verdade, fiquei com ciúmes até do chantilly.

Ela gemeu.

— E agora?

— Agora quero lamber você. — Ele colocou as mãos no quadril dela. —Inteira. Sem me esquecer de nenhuma parte.

— Nenhuma? — Ela arqueou as sobrancelhas.

— Nenhuma — repetiu Cole, beijando-a, aprisionando seus lábios.

Ele a pressionou contra a cama e a beijou, absorvendo-a, e então percebeu, naquele momento, que o gosto dela ficaria gravado nele para sempre. Tudo nela combinava perfeitamente com ele, que só estivera cego demais para notar, antes. E agora nunca a deixaria ir embora.

Os lábios de Cole se encontraram suavemente com os dela, enquanto ele
pressionava seu corpo contra o calor do corpo dela. Mas, quando ela suspirou, ele se afastou.

— Que foi?

— O que mudou?

As palavras não vinham. Então Cole não só havia perdido o jeito, como também parecia incapaz de comunicar uma das coisas mais importantes que
tinham acontecido em sua vida.

Lili fechou os olhos de leve. Quando os abriu outra vez, estavam marejados.
Cole segurou o rosto dela entre as mãos e respondeu, bem baixinho:

— Eu. Eu mudei.

Ela franziu a testa.

— Fui eu, não você. Você sempre foi constante. Não importava se queria me esfaquear ou me beijar, você nunca mudou. Fui eu, estou diferente.

— Simples assim? — Lili parecia cética.

Mas que droga! Ele queria primeiro se perder nela, e só depois ter a conversa
séria. Mas sabia melhor que qualquer um que as mulheres não eram assim.
Então, com o autocontrole que raramente conseguia ter, Cole se afastou e se sentou na cama, apenas de cuecas, esperando que Lili também se sentasse.

Quando ela se sentou, Cole a envolveu com os braços e a tirou da cama,
carregando-a até o banco junto à janela, onde poderiam olhar para o lago, para suas memórias antigas — o passado dele.

Quando Lili estava acomodada em seu colo, Cole pegou um cobertor da cesta no chão e os cobriu. O contato com a pele dela fazia seu corpo inteiro formigar. Os dois estavam na cadeira, juntos, com as pernas emboladas. Cole
apoiou o queixo no topo da cabeça de Lili e a abraçou de lado.

— Foi bem ali, perto do deque.

Lili suspirou.

— O quê?

— A primeira vez que me droguei.

Ela enrijeceu.
Cole engoliu em seco.

— Eu ainda era um garoto, além de um idiota, jovem e arrogante demais. Sei
o que está pensando: algumas coisas nunca mudam. Mas não consigo nem
imaginar no que eu teria me transformado se ele não tivesse me encontrado.

— Ele?

— Victor. — Cole apertou as mãos de Lili. — O pai de Camila. Eu tinha bebido tanto naquela noite! Tive sorte de continuar vivo. Não parava de beber porque não parava de cheirar cocaína. Me sentia invencível, como se pudesse voar. Quer dizer, não fiquei nem um pouco cansado. Só queria passar a noite acordado, na farra. Eu me sentia um adulto, achava que aguentaria.

— O que aconteceu?

Cole riu.

— Bem, meus pais estavam passando o fim de semana fora. Eu tinha ficado
em casa com Dylan, mas ele tinha saído com alguns amigos e me deixado sozinho. Então, dei uma festa. Só algumas pessoas. Todas estavam no último ano do colégio ou eram ainda mais velhas. Fiquei me achando o máximo. “Bem, continuando.” — Cole pigarreou. — Meu pai tinha pedido a Victor que ficasse de olho na gente durante o fim de semana. É claro que eu não sabia. Ele me encontrou dentro d’água: eu tinha caído do deque e batido a cabeça em um dos barcos amarrados. Todos os meus supostos amigos estavam chapados demais
e não repararam. Mas Victor pulou na água. Ele salvou a minha vida.

Lili apertou ainda mais as mãos dele e disse:

THE CHALLENGE. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora