Era isso.
O carma tinha vindo cobrar seu preço e deixara um coração de presente para
Cole. Um coração tão mole e irritante que ele estava a ponto de enlouquecer.Ela sorriu. Ele ficou todo bobo, bobo de verdade, e seu coração pulou no peito. Quando Lili se ofereceu para ir com ele à cidade, Cole ficou animado. Sim. Animado por passar a tarde com Lilj no cartório. Mas o que estava acontecendo?
Dois meses antes, ele teria ficado com vontade de morrer. Mas, no momento, estava ansioso por ficar perto de Lili, uma garota — ou melhor, uma mulher.
Seu encontro mais longo em anos seria no cartório. Tinha de ser um mau sinal. Vovó se esquecera de pegar a certidão de habilitação para o casamento depois que Camila e Dylan haviam passado no cartório para provar que eram mesmo quem diziam ser.
De qualquer forma, tudo o que Cole precisava fazer, como padrinho, era
pegar a habilitação e depois levar Lili para almoçar. Não parecia difícil. Tudo bem, era ridículo que ele, entre todos os outros, tivesse de fazer isso, mas vovó
tinha dado um chilique tão grande no café da manhã que ele teria aceitado fazer qualquer coisa, até ir para a África lutar pelos direitos dos leões, só para que ela parasse de falar.Dylan e Camila estavam ocupados resolvendo problemas de última hora com a banda e todos os outros estavam ajudando a arrumar o local, então só sobraram Lili e ele.
Lili estava louca para sair da casa, pois vovó a seguia por todos os cantos,
dando ordens. Jace pedira para ir com eles. A resposta de Cole? Sem chance. E vovó, bendita fosse, alegou que precisava dele bem na hora, o que com certeza era uma desculpa. Não que ele ligasse. A situação funcionara a seu favor.O cartório não era muito longe da casa. Tinha acabado de abrir quando Cole e
Lili chegaram e foram até o balcão.— Posso ajudar? — perguntou a atendente, uma velha senhora. Os óculos quadrados estavam apoiados na ponta do nariz, e ela usava batom vermelho forte e uma blusa azul-roy al. Parecia um clone de vovó.
— Sim — respondeu Cole, tranquilo. — Precisamos pegar a habilitação para o
casamento dos Sprouse's.— Ah. — A senhora pareceu desapontada. — Um momento. Só preciso... — Tremendo, ela murmurou alguma coisa enquanto procurava em uma pasta na mesa.
Lili mordiscou o lábio inferior, batucando no balcão com as unhas enquanto a mulher procurava. Cole, agindo como o lunático em que se transformara, ficou só observando Lili. O cabelo estava preso em um rabo de cavalo alto, dando uma visão perfeita das maçãs do rosto salientes e do pescoço delicado. Ele queria esticar a mão e tocá-la, sentir a pele suave sob os dedos.
— Então, tem um problema — começou a senhora, e pigarreou. — Não estou
com ela.— Como? — Cole desviou a atenção de Lili e olhou para a mulher. — Não
está com a licença? Mas eles vão se casar no fim de semana!— Certo... — A mulher sorriu, nervosa. Os dois dentes da frente estavam
manchados de batom. — Tenho uma ideia, mas eu poderia ser demitida...— Sou todo ouvidos. — Cole tentou se manter calmo. — Porque eles precisam desse papel domingo à noite.
— Podemos acelerar o processo. Posso forjar a data, mas terei de deixar os
nomes em branco no documento.— Por quê? — perguntou Lili. — Não pode simplesmente digitar os nomes
também, e forjar tudo?— O pessoal iria descobrir — sussurrou a mulher, gesticulando para trás, indicando as outras pessoas que trabalhavam no escritório. — E, como disse, eu poderia ser demitida.

VOCÊ ESTÁ LENDO
THE CHALLENGE. (Concluída)
Romance"Como vai? Quer dizer, faz tanto tempo!" Na verdade, fazia onze meses, uma semana e cinco dias. Mas quem é que estava contando? Não ela. Cole Sprouse é rico demais, bonito demais e arrogante demais: qualidades que, anos antes, fizeram Lili Reinhart...