𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐋𝐈𝐕𝐄𝐒 𝐍𝐄𝐗𝐓 𝐃𝐎𝐎𝐑 - hinny

PRÓLOGO

[HARRY]

Só me faltava essa.
Só me faltava essa.
Só me faltava essa.

Eu tinha duas festas de aniversário marcadas para essa semana.
Tinha um rolê na casa do Simas marcado para o sábado.

Mas vou ter que deixar tudo isso de lado para tomar conta de um pirralho que não sabe nem andar direito (foi mal Teddy, eu te adoro mas você não está colaborando).

Realmente, só me faltava essa.

Depois de passar a semana anterior inteirinha me matando de estudar para recuperar minha nota em trigonometria, eu só queria passar o feriado curtindo com meus amigos e passar um tempinho com a Cho. Era só o que eu queria.

Mas minha mãe veio com a grandiosa notícia de que eu iria ter que ser babá essa semana. Fala sério, ninguém merece.

"- Pelo menos você tem a outra semana livre, cara" - foi o que meu pai respondeu quando eu pedi sua ajuda nesse probleminha. Eles realmente não me entendem.

Não me leve a mal, eu gosto de crianças, mas... Prefiro que fiquem longe de mim.

Não suporto ouvir aquele choro fininho. Não consigo identificar quando é fome, o número dois ou só birra mesmo.

- Fala sério, mãe!! - falei, seguindo a ruiva em direção ao quarto do casal - A senhora sabe que eu não sei cuidar de criança.

- Está na hora de você aprender, Harry - ela respondeu, colocando um suéter branco dentro da mala - Você sabe o quanto essa viagem é especial para mim, seu pai e seus tios, e também sabe que nós já adiamos demais.

Revirei os olhos.

- Que saco - resmunguei - A tia Tonks não pode ficar com ele?

- Ela vai trabalhar na primeira semana do feriado.

Por Deus, quem trabalha no feriado??

- E o...

- Harry, pare de tentar achar um substituto para o seu trabalho. Você é o padrinho do Teddy, óbvio que um dia ou outro iria ter que tomar conta dele. Saiba lidar com as consequências! - minha mãe falou, encarando meus olhos como se estivesse fazendo um raio-x da minha alma - Você adora o Teddy, o que está havendo?

- Gosto dele, mas... Não ao ponto de ficar um semana trancado com ele.

- Não precisa ficar trancado com ele. Vocês podem ir na pracinha que tem aqui perto.

Revirei os olhos novamente. Realmente não adiantaria tentar. 

[GINA]

- Sabe, eu tô cansada de correr o mais rápido que eu posso - falei, aumentando meu tom de voz. Todos na mesa se calaram imediatamente - Pensando se eu chegaria lá mais rápido se eu fosse um homem. Se por acaso eu fosse um homem, vocês me criticaram por ter conseguido um emprego pra ajudar com as contas aqui em casa? Bem, eu acho que não.

- Estamos pensando no seu futuro, Gina. E a escola? Você é uma só, é claramente impossível conciliar as duas coisas - Percy interferiu

- Eu sempre consegui conciliar. Mas antes eu fazia isso escondido, com medo da reação de vocês. Ah, fala sério! Tô cansada de ser tratada com inferioridade só por que eu sou uma garota. Eu não sou frágil, eu não sou fraca, eu posso ser o que eu quiser. E se minhas notas ficarem baixas, eu tenho que aprender a lidar com as minhas próprias consequências!

Eram sempre as mesmas brigas, e o machismo era o motivo delas.
Posso dizer, com todas as letras: eu amo minha família.
Mas isso não impede de termos algumas discussões as vezes.
E o motivo da discussão da vez é o meu emprego como babá.