𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐋𝐈𝐕𝐄𝐒 𝐍𝐄𝐗𝐓 𝐃𝐎𝐎𝐑 - hinny

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[HARRY]

- Mi, você viu a Gina? - pergunto, me aproximando da morena - Eu demorei porque não estava encontrando gelo pro refri.

- Ah... Ela estava por aqui - Hermione diz olhando em volta, e arregala os olhos quando olha pra frente. Ela leva as mãos a boca, em estado de choque - Harry...

Olho na direção que ela aponta, e me deparo com a cena mais nojenta que já vi em toda a minha vida.

Draco Malfoy estava com as mãos na cintura de Gina Weasley. Ela o beijava com prazer, o suficiente pra eu saber que aquilo estava ocorrendo com seu consentimento e sua aprovação.

Sinto meu estômago revirar.

Eu sou um idiota mesmo.

Sou um idiota por achar que a irmã do meu amigo poderia sentir algo além da amizade por mim. E um idiota por achar que ela não iria ficar com mais ninguém depois do que tivemos na festa das gêmeas.

Um idiota por acreditar que nós dois poderíamos ter algo. Idiota por achar que poderíamos fazer isso acontecer.

E um idiota por confiar em Gina.

Com tantos garotos por aí, por que logo Draco Malfoy?

Ela sabia de tudo que Draco havia me feito passar. Sabia do meu passado com ele, e mesmo assim está com os braços em volta de seu pescoço, o beijando como se fosse a melhor coisa do mundo.

Senti um buraco se abrir bem debaixo dos meus pés. Minha garganta estava seca, e sem querer, eu deixo os dois copos com refrigerante caírem no chão.

- Harry, eu... - Hermione me encara com pena

- Eu preciso sair daqui - respondo, e é isso que faço.

Caminho até o jardim, ainda cambaleando pela cena que vi.

Eu não conseguia tirar a imagem dos braços de Gina em volta do pescoço de Draco.

- Pai - falo, assim que ele atende a ligação - O senhor pode vir me buscar?

- Claro, filhão. Mas... Ainda tá cedo. Aconteceu algo?

- Não... Nada demais. Eu só não tô me sentindo muito bem - minto, mas em parte é verdade.

Eu estava me sentindo enjoado. Tudo a minha volta estava girando, como se eu fosse desmaiar a qualquer momento.

Eu só queria que Gina tivesse um pingo de consideração por mim. Depois de tudo que a gente passou? Acho que a minha amizade não significa tanto pra ela assim.

Após algum tempo, meu pai estaciona em frente a casa. Eu entro no carro, sem falar uma palavra.

[...]

Meu pai respira fundo e pesadamente quando termina de estacionar o carro.

- Você pede pra eu ir te buscar mais cedo, não fala nada o caminho inteiro... - meu pai diz, e eu respiro fundo. Ele me encara, com um olhar preocupado - O que aconteceu, Harry? Você está pálido de um jeito que eu nunca vi.

Eu precisava colocar aquilo pra fora. Precisava desabafar com alguém.

- Eu... Meio que... Acho que gosto de uma pessoa - falar isso em voz alta tira um peso enorme das minhas costas.