Capítulo 66

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Depois das devidas apresentações, todos se sentaram. Rebeca no início ficou apreensiva com medo de deixar escapar qualquer coisa sobre a relação dela com Juliette. Tinha que tratá-la com indiferença. Primeiro falaram sobre o problema com o vizinho encrenqueiro, Juliette os tranquilizou dizendo que antes de qualquer medida mais drástica conversaria com Bernardo. Depois ela e João os deixaram a vontade para conversar sobre o estúdio e repassarem alguns compromissos.

- Já agendei com alguns músicos na semana que vem. Os equipamentos chegam essa semana. Daqui vamos lá ver o estúdio, está ficando bom viu.

- Eu quero é testar a acústica. – Felipe falou empolgado. – Você me disse que tem um amigo seu aqui, o que tocou com você.

- Sim, Gil.

- Chame ele, vamos pra lá fazer um som, trouxe minhas coisas.

Quando estavam saindo Juliette voltou à sala.

- Desculpa gente, preciso pegar uns papéis.

- Ah fique a vontade, sinta como se a sala fosse sua. – Felipe brincou.

- Ah sim, muito agradecida. – Juliette sorriu.

- Já estamos indo, vamos ao estúdio ver como tudo ficou. Queremos testar aqueles brinquedinhos.

- Ah sim, espero que tenha ficado bom. – Juliette remexia nuns papéis em cima da mesa.

- Não quer vir? Gostamos de platéia. – Felipe chamou num momento de empolgação.

- Eu... – Olhou para Sarah que nada falou.

- Só vou atrapalhar.

- Que nada, como disse, todo músico gosta de se exibir, vai lá.

- Ta certo, quando terminar aqui eu dou uma passada lá. Se ainda estiverem tocando eu subo.

- Ok.

Saíram e no carro Sarah falou com Felipe.

- Felipe, fica chamando todo mundo pra ir lá, nem sabemos se as coisas estão funcionando. - Sarah falou.

- O técnico não ia hoje? Deve ter ao menos ligado os retornos.

- Sim, mas ele me disse que testaria aos poucos, pois se der problema em algum equipamento fica mais fácil de achar o problema.

- Fique tranquila, é só para descontrair, afinal eles estão nos ajudando. – piscou para Rebeca.

Na realidade Felipe sabia quem era Juliette por intermédio de Rebeca, que durante o trajeto para o escritório foi lhe contando resumidamente a história. Desde que conhecera Sarah e começaram a estreitar o relacionamento, ele ficou sabendo sobre a sua sexualidade e não tiveram problemas. Tanto que ele agora queria dar uma forcinha. Assim que chegaram ao estúdio se encantaram. Estava nos finalmente, faltava alguns equipamentos, mas a parte de vedação de som estava toda pronta.

- Rebeca, vai lá, grita e tira a roupa para vermos se o som não vai escapar. – Felipe brincou.

- Palhaço. Eu posso até gritar, mas striptease só pagando.

- Duas crianças. – Sarah revirou os olhos. Olhou ao lado e pegou o violão que havia levado, tocou as cordas e viu que estava desafinado. Mexeu ajustando as cordas e em pouco tempo estava afinado de novo.

- Muito nojenta você. – Felipe a observava. – Quero ver mesmo se está no tom certo, aposto que ta meio acima.

Sarah riu e deu língua pra ele.

Conferiram pelo teclado e a afinação estava em cima.

- Morra com minha inveja. – Felipe riu.

- Eu lhe ensino meu segredo depois.

WAVE - SARIETTE Onde histórias criam vida. Descubra agora