Capítulo 97

1.4K 101 13
                                    

Rebeca remarcou os compromissos de Sarah e tentou adiantar o que podia.

- Rê, depois das seis não marque mais nada, porque vou assistir o ensaio da orquestra de novo.

- Sim senhora. Amanhã eu vou visitá-la em casa viu?

- Ta bom. – Sarah sorriu sem graça.

- Não faz essa carinha. Vai dar tudo certo amiga.

No ensaio da orquestra os alunos estavam agitados com a presença dela, sabiam que ela estava ali para rever algumas músicas e mudar os arranjos. Sarah esperava eles tocarem e depois fazia as modificações junto com Ana.

- Gostaria que os violinos fizessem isso aqui. – tocou no piano o que queria. – Já fica a deixa para o trompete.

Os violinistas repetiram o que ela havia tocado e no fim acertaram a parte que estava estranha. O tempo passou que ela nem percebeu. Juliette chegou carregando uma sacola e a chamou. Sarah desceu do palco para recebê-la.

- Aposto que não comeu.

- É, eu fiquei meio enrolada aqui. – Sarah tentou justificar.

- Precisa comer amor, senão não faz o jejum direito. Trouxe um lanche, senta aqui e coma.

- Na verdade não estou com muita fome. – fez uma careta.

- Mas vai comer, anda, senta aqui que eu divido com você.

Juliette ia tirando pedaço por pedaço e dando a Sarah .Tomaram o suco dividindo uma com a outra.

- Pronto, agora está alimentada. – a morena sorriu.

- Já estou acabando aqui, você me espera?

- Claro.

Juliette a observava conversando com os músicos e ficava admirada com o jeito delicado. Sarah era meiga, simpática, sabia tratar bem as pessoas e isso era nato nela. Não fazia o mínimo esforço para ser agradável. Conseguia olhares de cobiça, mas não retribuía nenhum deles. Inclusive os de Ana que Juliette percebeu.

Em casa, deitadas já pra dormir, Juliette fez um comentário que tirou Sarah de seus pensamentos.

- Essa Ana poderia ser ao menos mais discreta ao olhar pra você. A orquestra inteira sabe que ela gosta de você.

Sarah achou graça.

- Você ficou reparando nela?

- Não tem como não reparar, está na cara. Sabe que eu aprendi a controlar meu ciúme? Porque se isso fosse há uns anos eu teria ido tirar satisfação com ela.

Sarah levantou, se sentando na cama e olhou com seriedade.

- Não precisa disso, não dou motivo para ter ciúme.

- Sei disso, por isso me controlo. Ter mulher bonita dá nisso, a gente tem que marcar território, caso contrário chega um folgado ou folgada e dá em cima.

- Me acha tão bonita assim? – Sarah pareceu receosa.

- Linda como um anjo, uma beleza diferente e rara, que mistura traços delicados em uma personalidade forte, um jeito meigo em uma mulher decidida. Você pra mim é um contraste que deu certo. – sorriu e a beijou.

Sarah sorriu, mas com os olhos cheios de lágrimas.

- Não chore meu amor. Por que isso agora? – encheu Sarah de beijos. – Hum?

- Estou pensando em como estaria vivendo se você não tivesse aparecido na minha vida de novo.

- Bom, você eu não sei, mas eu estaria jogada às traças. – brincou.

WAVE - SARIETTE Onde histórias criam vida. Descubra agora