Capítulo 86

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Almoçaram na rua mesmo e dali Juliette foi trabalhar levando o carro antigo de Sarah. Despediu-se discretamente, mas sob os olhares atentos de Maria Abadia.

- Gostei do carro, o que acha Bia? – Guilherme mostrava a ela.

- Muito bonito e realmente está novo.

- Vou ver no banco sobre um empréstimo; eu lhe dou uma entrada e financio o resto. – falou com Juliette.

- Não precisa financiar Guilherme. Dê a entrada e o resto a gente negocia no seu salário.

- Está falando sério?

- Você é bom funcionário, não tem por que eu não ajudar.

- Então como garantia ele fica no nome de Sarah até eu pagá-lo totalmente.

- Tudo bem. – sorriu.

- Negócio fechado. – apertaram as mãos.

Juliette sorriu e ficou feliz ao ver o rapaz entusiasmado. De volta em sua sala, Juliette falou.

- Bom, aqui está a chave e o manual dele. Esta é a apólice do seguro que ainda vai vencer, veja se faz seguro dele hein. – entregou tudo ao rapaz.

- Com certeza! Um carro desses sem seguro chega a ser ultrajante. – brincou. Já ia saindo quando Vitória entrou na sala informando que Sarah estava no telefone.

- Oi meu anjo.

- Amor, pode passar no mercado e trazer leite? Sua mãe pediu, mas ela quer o desnatado.

- Tudo bem. Eu ia ligar, queria saber se você não quer vir me buscar.

- Vendeu o carro?

- Vendi.

- Que rápido! Achei que ele ia pensar ainda.

- Guilherme está precisando de um carro e aquele estava novo.

- Então eu te pego aí.

Quando Sarah chegou Juliette estava quase saindo, dava alguma  coordenadas a Beatriz antes de ir.

- Sabe se Guilherme marcou alguma coisa no fórum desse caso aqui? – apontou para uma pasta verde.

- Já, ele foi lá ontem. Agora me diga uma coisa, eu li sobre um processo de uma família do Mato Grosso, aquilo vai dar uma indenização e tanto. Quando vai ser?

Sarah bateu na porta e a abriu com cuidado, mas Luisa entrou escritório adentro.

- Luisa, espera! – chamou a atenção da menina. - Oi, boa tarde. Atrapalhamos?

- Não querida, entre. – Juliette fez sinal e se levantou indo ao encontro das duas. – Já estou saindo. Ei menina! – pegou-a no colo – Este caso é o seguinte... – sentou no sofá junto com Luisa. – O motorista tem dezenove anos, é filho de um empresário muito rico em São Paulo, dono de uma empresa de turismo conhecida no país inteiro. O rapaz estava dirigindo em alta velocidade e possivelmente embriagado quando perdeu o controle do veículo e bateu em duas árvores e um poste. Uma garota se machucou, perdendo o movimento do braço esquerdo e outro garoto morreu na hora.

- Hum. – Beatriz fez uma cara de desolação. - Não tem nenhum exame?

Juliette fez que não com a cabeça.

- E também não quis fazer teste de bafômetro no local. É direito dele, mas depois ficou alegando que não havia ingerido álcool.

- É o caso que me contou? – Sarah perguntou.

- Sim. Achei incrível o médico legista não ter pedido algum exame toxicológico do rapaz logo depois do acidente.

- Suspeito não?

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