Capítulo 95

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De madrugada Sarah se remexeu e acabou acordando Juliette, que estava abraçada a ela.Tinha uma luz acesa deixando o quarto parcialmente iluminado. A chuva havia piorado, trovões faziam a trilha sonora da noite.

- Que foi amor? – perguntou abraçando mais forte a loirinha.

- Assustei com o trovão, está chovendo muito. – se encolheu naquele abraço. – Como você me trouxe?

- No colo. Você dormiu no carro e não quis te acordar, achei que só iria cochilar, no fim eu que acabei dormindo com você. – sorriu.

- Podemos ir embora amanhã? – Sarah falou com dengo, quase chorando.

- Claro minha linda, cedo nós fechamos a conta e partimos. – beijou-a. - Vou tirar você dessa cidade, voltamos pro nosso cantinho o quanto antes, ta bom? – beijou-a mais uma vez.

- Às vezes queria esquecer que tenho família, pensar que sou sozinha. Seria mais fácil se fosse. Não ter família para julgar meus atos, talvez tivesse mais paz...

Juliette a virou de frente e falou olhando em seus olhos.

- Você é a melhor pessoa que conheço, tem caráter, humildade e amor no coração. Paz não é encontrar tudo perfeito do lado de fora, é quando olhamos pra dentro sem nos assustar. Eles não podem te julgar, porque você é perfeita, ao menos pra mim. – beijou a ponta do nariz dela.

Os olhos de Sarah se encheram de lágrimas, sorriu e chorou ao mesmo tempo.

- Eu amo tanto você. – segurou o rosto de Juliette com as mãos.

Juliette sorriu e a beijou nos lábios com carinho, depois beijou seus olhos, a ponta do nariz e por último a testa.

- Não quero vê-la chorando, você não merece isso. Faço qualquer coisa pra que se sinta melhor. – alisou o rosto dela. – Me fale que eu faço agora se quiser.

- Que me abrace e fique comigo. – Sarah falou quase num sussurro.

Aconchegaram-se de novo debaixo das cobertas e dormiram.

No dia seguinte partiram cedo da cidade, mas antes entraram em Jaú e Sarah comprou um presente para a mãe, outro para Kerline e um para Luisa. Pediu que entregassem em casa junto com um cartão de despedida para elas. Ainda chorava quando pegaram a estrada e Juliette sempre tentava animá-la. Maria Abadia foi quem recebeu os presentes e ficou emocionada, se trancou no quarto por horas. Evandro nada falou, mas sentiu vergonha de sua própria atitude com a filha. Quase perto de São Paulo Juliette olhou e viu que Sarah ainda dormia, a chuva havia diminuído, mas o tempo estava nublado.

- Viagem fuleira essa... – resmungou.

- Que foi amor? – Sarah acordou.

- Nada linda, estou olhando o tempo.

Sarah se endireitou no banco e pôs a mão na perna de Juliette.

- Nossa viagem não foi "fuleira". – brincou com a palavra. – Já disse a você que pra mim não importa onde estamos ou aonde vamos, desde que esteja ao meu lado tudo fica bem.

Juliette sorriu e olhou para ela rapidamente lhe dando um selinho.

- Eu quero... bom, eu gostaria de levar você a um lugar romântico. Você tem que voltar para o estúdio quando?

- Tecnicamente eu estaria ainda em Jaú, mas como as coisas não deram muito certo, temos uns quatro dias mais ou menos. Preciso estar no estúdio na segunda à tarde ao menos.

- Ok. – Juliette sorriu e começou a mexer no GPS do carro.

- Aonde vamos?

- Calma. Tenha medo não, ta tudo sob controle. – ainda mexia no aparelho e sorria.

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