Kim
O ônibus sacolejava e eu sentia meu estômago embrulhar. Na verdade, provavelmente seria devido ao salgado que eu tinha comido na última parada, mas mesmo assim eu tentaria me acalmar para não jogar nada para fora, já que não queria passar vergonha e muito menos me sujar de vômito.
Levei a mão até minha barriga e senti meus olhos se encherem de lágrimas.
Quando minha mãe descobrisse o que tinha acontecido, eu não saberia qual poderia ser a sua reação, mas eu esperava do fundo do coração, que não fosse de nenhuma forma agressiva e que ela me perdoasse.
Eu iria precisar muito do seu apoio naquele momento, porque não tinha ideia do que iria fazer a partir dali.
Quando o ônibus parou em Santa Maria, um distrito de Trindade, uma cidade do interior de Goiás, que era onde eu morava, fui caminhando até chegar em casa.
Todo mundo se conhecia ali, por isso, aproveitei para pegar o último horário e quase não tinha ninguém nas ruas. Era bom para que ninguém me visse, senão no outro dia todos saberiam que eu estava de volta.
Odiava fofoca, ainda mais quando se tratava da minha vida. Entrei em casa e percebi que a televisão estava ligada, provavelmente minha mãe estava assistindo alguma novela.
Entrei pela porta da frente e ela ainda nem tinha percebido que eu estava na sala. Se fosse um ladrão ou algo do tipo, já teria a feito de refém e ela nem havia percebido. Ainda bem, que ali o índice de criminalidade era um pouco baixo.
— Mãe? — sussurrei.
Ela tirou a atenção da TV e me encarou, assim que me viu abriu um sorriso e gritou.
— Filha!
Levantou-se do sofá correndo e veio me abraçar. Eu esperava que aquela alegria durasse, depois que lhe desse a notícia do que descobri, senão eu estaria tão ferrada.
— O que você tá fazendo aqui, menina? Num era pra você tá na faculdade?
Ela se afastou de mim, mostrando o último dente do tanto que seu sorriso estava grande.
— Sim, mamãe! — Fiz uma pausa, mas sorri sem graça para que dona Margarida percebesse que as coisas não estavam nada boas. — Só que precisei voltar.
— Ah, meu Deus! — Minha mãe arregalou os olhos, tirou a mochila das minhas costas, segurou minhas mãos e me levou até o sofá. — O que aconteceu, filha?
Ela sentou ao meu lado, esperando que eu dissesse algo.
— Mãe, São Paulo é completamente diferente daqui. As pessoas são mais evoluídas mentalmentes e tudo é... — Eu não tinha palavras para explicar as coisas.
— Ah, menina! Claro que é, a gente meio que mora mais afastadas das metrópoles, né?! Então, eu imagino que você deve ter visto umas coisas completamente diferentes.
Minha mãe tinha sido criada em fazenda e nunca tinha saído de Santa Maria, nunca havia ido em um shopping e nem sabia o que era escada rolante, então tudo para ela era uma metrópole, até a capital de Goiás era algo enorme e gigantesca.
Claro que Goiânia era evoluída, mas para dona Margarida, Goiânia era quase Nova Iorque no meio de Goiás.
— Mas o que aconteceu, que fez você vir para aqui, filha?
— Eu conheci um homem, mãe.
Ela fechou a expressão na mesma hora, até porque para minha mãe, qualquer mulher que tivesse um relacionamento antes de casar, não prestava e merecia ser escorraçada de casa e era por isso que eu tinha medo de contar para ela o que tinha acontecido.
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Grávida do Meu Professor
RomanceLogan Russel, era dono da Beta Universidade, uma rede de universidades renomadas por todo o Brasil, mesmo sendo multimilionário, a sua maior paixão era lecionar, afinal era um ótimo professor, e vários alunos sonhavam em ter aulas com ele. Só que a...