Capítulo 22

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Kimberly

Estava sentada na cadeira de couro do escritório da minha madrinha, do seu falecido marido, que ela amava até hoje e eu admirava aquilo. Pois uma pessoa que ainda nutria o amor por outra até mesmo depois de ela partir era lindo.

Não que eu julgasse quem tentava viver um novo amor. Só que, enfim... estava divagando para tentar não começar um assunto que prolonguei por muito tempo.

Logan andava de um lado para o outro, esperando que eu começasse, hora ou outra, ele me encarava, mas logo tentava parar de me olhar para não me pressionar.

Podíamos ter passado um mês e poucos dias juntos, no entanto parecia que eu o conhecia bem demais.

— O que você veio fazer aqui? — indaguei.

— Assuntos pessoais.

— Você colocou alguém na minha cola e descobriu que eu morava aqui e por coincidência, ao lado da sua casa?

Logan parou de andar e me encarou como se eu estivesse viajando legal em meu raciocínio.

֫— Olha, não quero te ofender, mas nem tudo é sobre você. Desde que sumiu, só me mandando uma mensagem como despedida, eu tentei te deixar em paz. — Logan parou por um, respirou, passou as mãos por seus cabelos lisos e murmurou: — Minto, eu mandei sim, que alguém fosse atrás de você, na sua cidade no Brasil. No entanto, não tive respostas e perdi qualquer esperança de tentar te encontrar. Nunca imaginei que pudesse ter saído do país.

Por um momento, fiquei sem acreditar no que ele me disse. Logan Russel, um homem que pelo que eu conhecia, tinha tudo na palma de sua mão, havia mandado alguém para saber do meu paradeiro?

Aquilo era impossível.

Não podia ser verdade.

Por qual motivo ele teria mandado alguém atrás de mim, se eu não era nada para ele?

Não tinha lógica alguma no que me dizia.

Porém, não queria demonstrar para ele que me senti afetada pelo que tinha me dito, por isso, comentei:

— E ainda quer que eu acredite que não colocou ninguém atrás de mim.

A expressão de Logan ficou mais triste, como se ele tivesse meio destruído por dentro e eu fiquei em estado de alertar, por não saber o motivo de ele estar daquele jeito, no entanto, em seguida o que disse me deixou sem chão.

— Minha mãe faleceu, Kimberly. Por isso, vim parar aqui. Por isso nem tudo gira ao seu redor.

Engoli em seco com seu comentário e levantei da cadeira, meio sentida, por ter feito com que ele dissesse aquilo. Como eu era idiota. Havia esquecido que a vizinha da minha madrinha havia falecido.

— Logan, eu sinto muito.

Fui até ele e coloquei minha mão em seu ombro para tentar lhe dar algum tipo de apoio. Mesmo que aquele gesto parecesse errado demais. Eu estava próxima demais do perigo, mas no momento o meu perigo precisava de um pouco de empatia.

— Tudo bem! Minha mãe batalhou muito, mas infelizmente chegou a hora dela. — Ele fez uma pausa, respirou fundo e tentou continuar: — Só que eu quero saber, como tive uma filha e não soube disso, Kimberly? Você me escondeu algo importante, tem ideia?

Pior que eu tinha.

— Logan, foi a escolha que achei certa na época. Você não me passava confiança de um homem sério. E no momento que eu ouvi que estava grávida, acabei me sentindo uma felina que queria proteger a sua espécie.

Grávida do Meu ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora