Capítulo 17

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Logan

Talvez a dor do luto fosse difícil de superar. Eu ainda estava deitado, e já se passavam das dez da manhã, algo que não me lembrava de fazer nos últimos anos. Eu era um homem que seguia uma rotina de acordar muito cedo, viver uma vida de trabalho e esquecer de aproveitar o que tinha de melhor.

Não sabia o que era ficar na cama e mesmo que estivesse sem sono, não tinha a mínima vontade de me mover daquele lugar, queria somente ficar encarando o teto de madeira.

Um teto que conhecia bem, pois passei minha infância e até mesmo uma parte da adolescência encarando, até que resolvi mudar de país e começar meu império.

Às vezes me arrependia de não ter aproveitado um pouco mais da paz da vida, não que eu não tivesse tido outras coisas, como mulheres, bem estar, dinheiro e outras diversas coisas, mas nenhuma delas me trouxeram felicidade.

E talvez eu estivesse melodramático demais naquele dia, pois tinha acabado de perder minha mãe e não estivesse sabendo lidar muito bem com a perda.

No entanto, era óbvio que eu não saberia lidar bem com a perda, já que eu tinha perdido a mulher que era meu apoio para tudo, minha grande parceira de crime e piadas.

Deixei que as lembranças me levassem há alguns anos, quando vim visitá-la e ela ainda não estava tão doente.

— Sabe o que acho?

Olhei para ela de esguelha, pois estava com medo de perguntar o que era, por isso, continuei tomando meu uísque como se nem tivesse escutado.

— Que eu queria um neto, mas acho que teria que adotar um filho já grande para isso, já que meu único filho nunca me daria um neto. Ele é péssimo com as mulheres.

Sorri de lado, mas acabei comentando:

— Quer que eu a leve no orfanato, mamãe?

— Você é um verdadeiro filho da puta, Logan.

— Mamãe, não se coloque tão em baixa, eu te acho excelente.

— Eu criei um filho tão bem, para ele crescer e virar um puto.

— Livre arbítrio, foi isso que a senhora me ensinou.

Ela se levantou do sofá e foi até o bar, encher seu próprio copo com uma bebida colorida. Dona Rina, sempre amou drinks coloridos e ela tinha feito diversos cursos para aprender a preparar seus próprios drinks, pois se tinha uma mulher que odiava balada e qualquer tipo de aglomeração era aquela.

— Eu ensinei o livre arbítrio, não o vagabundismo, Logan. Você destrói as mulheres que não tem amor próprio. Se eu fosse uma delas, juro que acabaria com você. Mas eu lhe rogo uma praga. — Fez uma pausa teatral e me encarou. — E olha que praga de mãe pega.

— E qual seria a praga? — indaguei em tom de brincadeira, já que não acreditava em nada daquilo.

— Que um dia você vai conhecer uma mulher, e não vai precisar de muitos dias, para que você rasteja aos pés dela, mas ela não vai te querer. E eu desejo que você sofra, meu filho. Eu desejo tanto que sofra, pois você merece ter o seu coração partido.

Levantei-me do sofá e fui até ela, parando ao seu lado e a abraçando, pois amava sentir o cheiro que só aquela mulher tinha... cheiro de mãe.

— Credo, mãe! Achei que a senhora me amava.

— E eu o amo, por isso, desejo que aconteça algo do tipo, você precisa melhorar e enquanto não acontecer, você não se tornará o homem perfeito.

— Já sou perfeito assim.

— Não...

Acabamos deixando aquele assunto de lado e no fim eu agradeci, pois não queria falar de sofrimento futuro. Mas voltando ao presente, pensei que talvez minha mãe estivesse certa, a sua praga provavelmente tivesse pegado e olha que nem acreditava naquelas crenças ridículas.

Grávida do Meu ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora