Tudo de ti

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A noite estava nublada, na verdade o dia todo esteve nublado, assim como eu.
Não sei ao certo o que houve comigo, mas sei que algo não está certo. Me sinto mal e quando paro para refletir nada me vem a cabeça, quer dizer, nada além das coisas impensadas que fiz na minha vida.
Mas, eu sou assim, sempre fui. Sempre fiz e quando dava errado ,aí sim que eh pensava: Mas que porra eu fiz?
Mas dessa vez parece pior que todas as outras vezes.

Me deitei no chão frio que eu estava sobre ele e pus minhas mãos no bolso do casaco que eu vestia, estava frio.
Ouvi as pessoas que estavam próximas à mim vociferarem a palavra: Tchau. Uma após a outra, Respondi, enquanto todas elas saiam conversando e eu as ouvia cada vez mais distantes.

Acho que vai chover.

Enquanto encarava a vastidão negra que era o céu dessa noite, senti em minha pele os primeiros pingos d'água. Está começando a chover... engraçado, em mim já chove a tempos.

Os pingos da chuva ficavam mais grossos e eu permaneci ali, imóvel por longos minutos... quem sabe a água da chuva poderia levar toda essa minha angústia? Quem sabe...
Voltei a me sentar ali naquele mesmo lugar e ergui o capuz do meu moletom, não que fosse surtir algum efeito, já que eu estava com água até os ossos, mas para cobrir meu rosto e evitar que qualquer ser vivente e talvez até não vivente veja a cara de vergonha que me surgiu na face.

Um barulho mais alto surgiu e eu levantei o rosto para a frente para poder ver o que era esse tal barulho e era alguém com um guarda chuva vermelho, tenho até um palpite de que seja ,mas o medo de não pensar e fazer mais algo errado é tanto que mantenho em completo silêncio e espero pata ver quem quer que seja.

__ Filho, Sai da chuva! - Belo palpite o meu. Permaneci sentado enquanto ela se aproximava e então ela falou mais uma vez - Aomine, Você vai ficar doente! Venha!

Me levantei e caminhei na direção dela, tirei o guarda-chuva de suas mãos e a apertei em um abraço. Ela usava uma capa de chuva e então não se importou de me abraçar de volta mesmo eu estando encharcado.

__ Obrigado, Mãe.
__ Obrigado pelo que? - ela perguntou enquanto fechava a grade de ferro da quadra do prédio dela. - Por vir aqui te buscar?
__ Sim. - por tudo Mãe...

Subimos até seu apartamento que há um mês também vem sendo o meu apartamento e entrando nele fui direto para o banheiro. Tirei as roupas,e tomei um banho quente e rápido. Quando voltei ao meu quarto, olhei no relógio digital da escrivaninha e vi as horas: 09h18 PM.
Já fazem cerca de três semanas desde a última vez que liguei para a Yuri, desde aquela vez que liguei para me tranquilizar de que a ida dela não tinha nada haver comigo e com o fato de eu ser um desgraçado, mas a resposta dela foi a que eu queria ouvir... só que... não me senti como queria me sentir, pelo contrário.
Será que ela mentiu? Esse meu estado catastrófico me faz pensar que sim.

Ah Yuri...

Me joguei na minha cama e o apertei o travesseiro abaixo do meu rosto, vários outros dias eu não consegui dormir, como ontem por exemplo, mas hoje eu durmo.
  Eu não posso ficar me remoendo atoa! Se ela foi, talvez tenha sido por quê ela simplesmente quis ir... embora isso não pareça verídico, mas eu preciso me enganar com alguma coisa.

  Fechei os olhos com força e tentei me desligar de qualquer coisa que poderia tirar meu sono, e, com o passar dos minutos sono foi surgindo e logo eu estava dormindo serenamente e não acordado pensando na probabilidade de eu ser mais filho da puta do que eu penso.

   Já de manhã me acordei cedo, Já que fui dormir cedo (Comparado aos horários que eu estava a dormir nos outros dias).
   Era uma quinta-feira e não era preciso ir para a escora nem hoje e nem nos próximos cinquenta e três dias, até o dia em que todos nós teremos de voltar aos ginásios. É apenas o começo do mês de Dezembro e tudo deverá voltar ao normal no final de Janeiro, bem, ou o novo normal...
  
Eu sabia que a minha mãe já tinha saído, então fui direto para o banheiro, tomar um bom banho e assim, sair.

Quando saí do banheiro arrumei as coisas na sala de estar que Minha mãe deixou desarrumadas, tranquei a porta e saí.
  Desci os lances de escada devagar, dobrei em direção ao estacionamento  chegando lá avistei a minha moto ao longe. Já perto dela, subi na mesma e pondo a chave em sua ignição e a ligando. Por um momento me perguntei se deveria mesmo, mas enquanto ainda pensava meu corpo no automático saiu pela rua com minha moto as pressas.
   Na rua haviam poucos carros e poucos pedestres nas calçadas. Mesmo sendo por volta das 08h da manhã o sol já estava a arder a pele, algumas garotas e garotos que comigo estudaram nessa minha última escola, me acenavam e eu os respondia com um buzinar da minha moto, mas a verdade é que eu nem sequer via quem comigo falava, eu só ouvia alguns: Oi Aomine!

Depois de dobrar em algumas ruas, parei no acostamento em frente a uma casa. O portão da casa estava entreaberto e sem tocar a campainha eu o empurrei devagar e dei três batidinhas no metal do mesmo.

__ Oi? - chamei ao adentrar por completo
__ E aí, cara. - Himuro surgiu na porta da casa e eu tive que me segurar para não revirar os olhos só por ver essa coisa na minha frente.
__ E aí. - Respondi rapidamente, a sorte dele é que hoje não quero confusão. - Onde está o Murasakibara?
__ Lá dentro.
Passei ao lado dele na porta e caminhei para dentro da casa, onde pude ver um aglomerado de pessoas. Murasakibara, Kise, Midorima, Akashi, Kuroko...

__ Reunião e eu não tô sabendo? - falei sarcástico.

Panther's HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora