Panther's Heart

Eu que te pergunto

Depois do jantar,me sentei em um dos balanços do quintal, com meu celular em mãos, vendo as 42 chamadas perdidas dele... não atendi nenhuma das vezes e não sei porque, eu achei que estivesse tudo bem, mas ao ficar longe da realidade por um tempo e depois ser atingida por ela ,acho que ainda me resta um pouco de mágoa. Vi que ele mandou 10 mensagens falando o meu nome mas eu nem o visualizei. Eu não estava brincando quando falei que iria sumir da sua visão.

__ Miyuri? - alguém chamado meu nome ,me fez sair do meu transe - Ah ,você está aí. - Brandom me olhou da porta
__ Achei esse lugar. - falei brincando e ele sorriu ,sabendo que eu explorei como ele sugeriu.
__ Já jantou? Tinha pizza,você viu?
__ Vi e comi.
__ Ótimo, eu vou subir,se precisar de mim acho que você já sabe onde me chamar.
__ Sim. - sorri de volta e ele deu meia volta. - Eu vou dormir... ainda me sinto tão cansada. - eu sussurrei para mim mesma quando já estava sozinha novamente.

Me deitei na cama e me enrolei em uma coberta. O quarto estava meio frio e não liguei o ar-condicionado que vi que tem nesse quarto. Como eu pensei antes,vai chover, ou melhor ,já está chovendo. E eu adoro dormir ouvindo a chuva cair.

( . . . )

Entre as cobertas quentinhas eu acordei na manhã seguinte e antes de levantar olhei para um relógio digital no topo da parede, logo a cima da TV suspensa do meu quarto. 8h32min.
Me levantei,no guarda roupas peguei uma blusa preta e um shorts também preto. Sai do quarto e caminhei na direção do banheiro, tomando banho e fazendo o que deve ser feito ao acordar.
Sai do banheiro, retornei ao quarto, arrumei minha cama e depois desci as escadas. Indo até a cozinha preparar algo para comer,notei a casa vazia e na cozinha um bilhete sobre o balcão: "Fui trabalhar,estou de volta ás 18h. Sinta-se a vontade. - Brandon G."

Guardei o papel e fui em busca de algo para comer. Na cesta de frutas sobre o balcão Peguei duas bananas e uma pera. Lavei as frutas e comecei a come-las.
  Na sala de estar do térreo, abri a porta principal e saí para o terraço. Diferente de ontem o sol está mais presente e sinto isso quando alguns raios solares atingem minha pele ,quando desço as escadas da frente. Caminho até o portão de metal branco e grande a frente e olho por seu olho mágico. Que saudades de casa...
     Peguei meu celular no bolso traseiro do shorts e o liguei pela primeira vez desde ontem a noite. Havia várias ligações perdidas do Daiki, mas ele não havia deixado nem uma mensagem. Ou pelo menos não tinha ainda,ja que o celular vibrou em minha mão, mostrando uma mensagem dele.
Sua conversa estava aberta em meu celular e a mensagem foi visualizada de imediato, mesmo que sem querer.

Aomine: Miyuri?
[9:00 Am]

Miyuri: Oi
[9:02 Am]

Aomine: Porque não me atendeu mais cedo?
[9:02 Am]

Mais cedo? Como assim? Ah... o fuso horário ainda está confuso para mim. Eu havia esquecido a grande diferença de horários entre os países que estamos. Então, agora para ele deve ser umas 23h?
Ele ainda está acordado a essa hora?

Miyuri: Não vi. Desculpa.
[9:04 Am]

Aomine: Posso te ligar?
[9:04 Am]

Miyuri: Não.
Miyuri:Quer dizer...
Miyuri: agora não.
[9:04 Am]

Sai da conversa e bloquiei o celular,o senti vibrar mas mesmo assim o guardei. Saindo dos fortes raios solares, caminhei para dentro da casa e fechei a porta de vidro. Sobi as escadas e me permiti jogar-me sobre o grande sofá.
   Sem ter muito o que fazer ,me levantei e fui até o quarto de leitura que eu havia o visto antes. Procurei por algum livro de que me chamasse a atenção. E achei... chamou atenção demais.
D.D.U.V.E.S

Achei que não havia sido lançado ainda ,mas pelo visto já foi e está a muitos km de sua Cidade Natal.

O peguei e saí do quarto. Retornei a sala e me encostando no lado direitinho do sofá, próximo a janela de vidro,onde ficava mais iluminado,me sentei e me pus a ler.
    A princípio quase um clichê, exceto pelo fato de os personagens principais terem 40 e 19 anos. Uma tensão de briga aqui,tenção sexual ali e segue o roteiro.
O que me vem a cabeça são as palavras:
"__Fatos reais? Um pouco dos dois."

É praticamente impossível ler alguma parte de briga, de beijo ou de sexo ,sem pensar: Caralho será que isso foi real?

Enquanto eu devaneava me assustei ao ouvi a porta de vidro,principal, ser deslizada. Coisa que dava para ouvir claramente ,devido ao silêncio extremo na casa inteira. Me assustei. Eu deveria ter trancado a porta e agora a casa foi invadida por algum bandido? No meu primeiro/ Segundo dia sozinha em casa?

__ cheguei. - uma voz masculina, ditou em voz alta,talvez para me amedrontar,conseguiu.

Ouvi passos lentos sobre a cerâmica do térreo e depois pararam. Cerca de dois minutos se passaram e nesse tempo sai sofá e fui para as escadas. As descia devagar,já estava mais da metade quando os passos voltaram e eu travei. Minha única reação foi me sentar em um dos degraus de mármore escuro com rapidez.
Acho que ele não me viu e foi para algum outro lugar, já que os passos cessaram.
    Decidi né levantar e essa talvez não tenha sido uma ideia tão boa.

__Pa..- a mesma voz de antes soou em bom tom e cortou-se ao me notar na escada - Quem é você?

O garoto que graças a Deus não parecia ser um bandido,perguntou em tom suave enquanto seus olhos verdes permaneciam em mim. Com uma maçã na mão, notei que antes ele havia ido na cozinha.

__ Quem é você? - ainda processando a presença do menino bonito que agora tinha seus cabelos loiros chacoalhados com o vento que entrava pela janela aberta,eu repeti.
__ Não, eu que te pergunto. - ele pronunciou dando um passo para trás e se aproximando da lareira, onde o mesmo estava de frente. Ele olhou para trás por breves segundos e mordeu sua maçã. - Ah!! Você é aquela da foto. - ele apontou para a minha fotografia com Murasakibara.
__ Sim. - respondi rapidamente, olhando as fotos sobre a lavei e o avistei. O menino que eu não o conhecia, na foto com minha mãe. - E aquele é você?
__ Sim. - respondeu mordendo a maçã novamente, sem precisar olhar para a foto.
__ Desculpa. - Desci os últimos degraus da escada e me aproximei - Achei que fosse um bandido.

Ele Arregalou os olhos e depois sorriu.

__ Talvez eu seja. - em um tom mais sério ele falou.
__ Você é? - perguntei
__ Não. - sorriu novamente e agora foi a vez dele de se aproximar de mim.

__Você deve ser a filha da Midori. - afirmei com um manusear de cabeça.
__ E Você é? - perguntei
__ O Filho do Brandom.