Um novo ponto de vista¹

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Aomine Daiki

Tudo foi resolvido ,depois de descobrirmos que o tempo de gravidez da menina não batia com a nossa ficada (de acordo com o que ela dizia), nós não transamos em momento algum e em dia algum. Ainda tinha também o nome que foi previsível demais... coisas assim que a garota deixou escapar e a Yuri captou, sou grato a ela. Eu a braçaria,beijaria também se ela deixasse, mas eu fui um pau no cu com ela... eu mesmo ,acho que não merecia fazer isso. Enfim, quando meus pais conversaram com a menina e apresentaram os tais fatos que tínhamos ela literalmente tremeu na base. Passou mal porque o plano tinha dado errado e nós tínhamos descoberto, por mais que eu não sentisse pena dela pois eu estava com raiva ,a levamos a um hospital porque não se tratava somente dela. Tinha a menininha que ela esperava ,que não tinha culpa de nada e que por tão pouco não se tornou minha filha.

No hospital fizemos um trato com ela. "Não levaremos esse caso ao tribunal, porém você terá de desfazer a mentirada que você fez usando o nome do meu filho." Disse o meu pai.

Ela concordou e a um ou dois dias ,não fui mais perturbado com pessoas me perguntando como fui capaz de engravidar uma menor de idade. Creio que o subaru que é alvo de tais questionamentos agora.

Yuri recusou minhas muitas ligações, talvez ela ainda esteja puta comigo,talvez. Eu também estaria se estivesse no lugar dela. Eu fui um babaca total. O que eu tinha haver com o fato de de ela ter ficado com um daqueles filhinhos da puta? Ela é apenas minha amiga...
Bom, eu até teria refletido sobre isso se eu não tivesse ingerido tanta bebida alcoólica. Por algum motivo saber daquilo  me frustrou. Eu ouvi sem querer,quando dois funcionários conversavam sobre não ir até o último andar do terceiro alojamento até segunda ordem, uma mulher que estava junto aos homens questionou o porquê disso e eles disseram que um dos filhos de um dos donos dali ,entrou lá com uma menina de cabelo roxo.  Tirei minhas próprias conclusões,afinal, ela era a única menina de cabelo roxo dali... aliás, é a única da escola também. Arrumei bebida com uns drogados lá, bebi até vomitar e depois fui pertuba-la com o que não me dizia respeito. E até a xinguei. Eu me sinto tão mal.

Ela não atender minhas ligações mostra o quão magoada ainda está, porém sou grato por ela ter deixado a mágoa de lado e ter me ajudado antes de... me evitar.
Eu preciso ve-la. A vontade que antes eu sentia de ver a Kira ,agora era vontade de ver a Miyuri.  Não vejo a hora de poder ve-la nem que seja de longe amanhã na escola. Hoje ela não foi,mas o Murasakibara foi... ele parecia tão aéreo, seu corpo tava lá, mas seu pensamento parecia estar longe,será que estão tendo mais algum problema? Poderei ajudar ou  a imagem de um perfeito filho da puta já foi feita perante eles?

( . . . )

No dia seguinte nenhum dos dois foi a escola. Definitivamente algo está estranho. Depois de todas as aulas, durante o horário que seria para treinar eu fugi. Quando percebi minhas ações já estava em frente a casa dos irmãos Atsushi.
  Antes que eu perdesse o pingo de coragem que ainda me restava estiquei o braço coberto pelo moletom do time e toquei a campanhia. Cerca de dois minutos se passaram e ninguém apareceu. Duas vezes seguidas apertei a campanhia e depois disso ouvi passos lentos e arrastados vindo de dentro. O portão foi aberto e Murasakibara com uma cara péssima, me encarou,como se esperasse eu dizer que diabos eu fui fazer ali.

__ Oi. - falei primeiro e levantei a mão em um aceno
__ Oi ,cara.
__ Você não parece muito bem, o que aconteceu?
__ Terapeuta agora, caralho? - em tom de brincadeira ele falou por cima de minha voz. Mas tenho quase certeza de que foi só pra ocultar algo. Esse meu senso de investigação, me lembra a Miyuri e sinto minhas mãos soarem.
__ Porque não foram pra escola?
__ Não podíamos.
__Porque?
__ Doentes.

A feição abatida dele então seria por isso? Por estar doente?

__ A Miyuri? Ela está aí?
Ele não respondeu de imediato, ele encarou um ponto fixo no chão da rua e assim ficou por uns dois minutos. Não o interrompi e muito menos o apressei a responder. Ele passou a mão pelos fios de cabelo roxos ,maiores do que de costume  e tirando uma presilha do bolso o amarrou. Alguns poucos fios menores caiam sobre o rosto e eu tentei entender o porquê de um raciocínio tão longo, referente a uma pergunta tão simples como a minha.
__ Não.
__ Ela saiu? Mesmo doente? - me preocupei, mas ao mesmo tempo me senti tão invasivo ,então me arrependi da pergunta, mas ela já havia sido feita  ou seja não tem volta.
__ Quando eu disse que não podíamos ir a escola,eu falei a verdade. Porém, são em sentidos diferentes. Eu não posso porque estou doente e ela não pode porque não está aqui.
__ Nossa cara, você fez um suspense tão grande que eu pensei que...
__ Ela não mora mais aqui. - cortando minha fala, ele pronunciou e um nó começou a se formar na minha garganta.
__Quê?
Foi o que consegui pronunciar,depois de tamanha descoberta.
__ Ela quis ir morar com a nossa mãe.
__ Onde? - minha esperança de ser em uma cidade próxima, ainda se mantinha viva.
__ Estados Unidos. - A esperança morreu. Tão longe ,tão distante... de tudo ,de todos e de mim.
Mas talvez tenha sido isso que ela queria mesmo, distância de mim.
Mas ainda não consigo entender.
__ Quê??

Panther's HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora