CAPÍTULO 24 - Entre acertos e decepções (Parte 1)

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"Quem seria aquela mulher?" Essa era a única pergunta que martelava incessantemente em minha mente, como um eco constante de curiosidade e inquietação. A certeza de que Eros estava ocultando algo sobre ela era como um nó apertado em meu peito, um mistério que me consumia. Sua atitude peculiar e respostas evasivas diante dos acontecimentos recentes, somada à explosão durante nossa discussão acalorada, deixou-me desapontada e sedenta por respostas. Ao cruzar a roleta giratória na entrada do humilde edifício, meu coração acelerou quando me aproximei da porta prateada do elevador. A realidade fria e cruel se fez presente através de um pequeno pedaço de papel fixado com fita adesiva: "Elevador em manutenção."

— Ótimo, só faltava essa, tudo o que eu precisava era subir os seis lances de escadas carregando uma bagagem extremamente pesada! — Desabafei com um misto de indignação e resignação, minhas palavras carregadas de uma frustração palpável que ecoava pelo corredor vazio e silencioso do prédio imponente. A jornada árdua que se anunciava diante de mim parecia uma metáfora cruel da incerteza que me envolvia.

O peso da incerteza em relação a Eros e à misteriosa mulher acentuava cada degrau, como se o próprio peso da verdade se manifestasse fisicamente em minha jornada. A cada quatro passos, precisava fazer uma pausa para respirar e tentar acalmar o turbilhão de pensamentos que inundava minha mente. A viagem extenuante, além do cansaço físico, trouxe consigo uma carga emocional avassaladora, envolvendo-me em estresse e ansiedade que pareciam pesar tanto quanto minha bagagem. Finalmente alcançando o andar desejado, permiti-me cair exausta no chão do corredor, meus olhos se perdendo no teto enquanto meu corpo implorava por um breve momento de repouso. 

Foi então que percebi a quantidade de teias de aranha que decoravam o teto, uma metáfora visual da intrincada teia de mentiras e segredos que me envolvia. Franzi o cenho involuntariamente, mergulhada em meus pensamentos. Distraída por esse panorama sombrio, mal notei os passos que se aproximavam da escadaria. Só quando a voz alta de Daniela ecoou pelo corredor é que fui arrancada de meus devaneios, como se uma cortina de realidade brusca se abrisse diante de mim.

— Mas o que está acontecendo aqui? Por que você está deitada nesse chão sujo? — Daniela exibiu um misto de surpresa e preocupação ao me ver naquela condição. — Pensei que você fosse passar alguns dias com o Eros! — Seus olhos piscaram algumas vezes, tentando entender a situação.

— Eu ia, mas não vou mais! — Minha voz escapou carregada de dor e desilusão, enquanto mantinha meu olhar fixo no teto.

— Levanta logo desse lugar! — Daniela me puxou pelo braço, mas ao notar minha fragilidade, sua expressão mudou para uma mistura de preocupação e aflição. — Amiga, o que aconteceu? Você está me assustando. Por favor, fale comigo! — Ela segurou minhas mãos com firmeza, buscando confortar-me.

— Acho que o Eros tem alguém além de mim! — Minha voz falhou, sufocada pelos soluços que escapavam de minha garganta.

— O quê? Como assim? — Daniela arregalou os olhos, surpresa e perplexa com minha revelação.

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