CAPÍTULO 31 - Preparativos e sustos (Parte 2)

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A manhã despontou, e o sol irradiava com sua divindade, infiltrando-se pelas cortinas e pintando o quarto com tons dourados. Ao acariciar a cama, em busca de Eros, deparei-me com a ausência dele. Apenas um pequeno bilhete permanecia, com as palavras: "Já sai para trabalhar, não quis despertar você. Prometo retornar mais cedo hoje. Não esqueça que eu te amo." Um sorriso tolo e espontâneo se desenhou em meus lábios ao concluir a leitura. Ergui-me, sentindo uma mistura de fome e ansiedade por um café da manhã substancial. Enquanto me dirigia ao banheiro e, em seguida, à cozinha, o som de meus passos ecoava pela casa agora silenciosa. Contudo, o silêncio foi rompido por um grito apavorante que escapou de mim ao deparar-me com um homem gigantesco próximo à escadaria. Ele se identificou como Francis, meu novo segurança.

A perspectiva de ter esse "homem-poste" como companhia constante fazia com que eu evitasse ao máximo sair de casa, mas ao mesmo tempo, me trazia uma sensação de segurança. Concluí minha refeição e optei por retornar à cama, tentando relaxar. Ao encarar-me no espelho do guarda-roupa, notei que, nas últimas semanas, minha barriga parecia crescer mais a cada dia. Um turbilhão de pensamentos invadiu minha mente enquanto eu tentava descansar. Após horas me revirando de um lado para o outro, acabei pegando no sono novamente. 

No entanto, fui despertada abruptamente por dores intensas na região da barriga. Ao perceber que a cama estava ensopada, um enorme círculo se formou sobre o lençol, fazendo meu coração acelerar. "Eu não posso ter feito xixi na cama, não é possível. Caramba, a bolsa estourou, só pode ser isso!" — Concluí mentalmente, tentando processar a situação enquanto lutava contra a dor avassaladora. Peguei meu celular sobre o criado-mudo e liguei para o Eros, cuja voz ao atender me trouxe um misto de alívio e preocupação.

— Olá, amor, logo estarei de volta! — Ele falou, tentando manter a calma. Mas minha voz era uma mistura de falas e gritos, revelando o desespero que eu tentava controlar.

— Eu preciso que você venha agora! A bolsa se rompeu, estou com muita dor! — Pedi, sentindo o pânico se apoderar de mim.

— O quê? Tente se manter calma, estou a caminho! — Sua voz tremia de urgência, revelando o desespero que também tomava conta dele. — Amor, tenta focar a sua mente em algo que não seja a dor! — Ele tentou, com uma voz embargada, me transmitir uma tranquilidade que não existia naquele momento, mas suas próprias palavras denunciavam o pânico que ele tentava controlar. Era como se nossas emoções estivessem em sintonia, um ecoando o medo e a ansiedade do outro, numa dança caótica de emoções à beira do desconhecido.

— Eros, cale a sua boca e venha logo! — Berrei, incapaz de conter a agonia que tomava conta do meu ser.

— Já entrei no carro, estou indo! — Ele avisou, e eu encerrei a ligação, agarrando-me à esperança de que ele chegasse a tempo de me ajudar.

O desespero e a ansiedade se misturavam em um turbilhão de emoções enquanto eu aguardava a chegada de Eros, consciente de que o momento tão aguardado da chegada do nosso filho estava prestes a acontecer. Dolores, a dedicada governanta da casa, ouviu meus gritos e correu rapidamente em minha direção para prestar auxílio. Eu estava suando frio; minha barriga se contraía a todo instante, acompanhada por dores extremamente intensas. Já se passavam cerca de dez minutos desde que tinha ligado para Eros, e percebi que o trânsito devia estar caótico. Diante da situação, Dolores julgou prudente chamar uma ambulância e em menos de cinco minutos, ela chegou e me conduziu apressadamente até o hospital. Ao atravessar a porta de entrada, já estava em pleno trabalho de parto. O que inicialmente parecia ser um parto simples, acabou apresentando algumas complicações.

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