CAPÍTULO 8 - O pior chefe ( Parte 2)

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Respirei fundo, acomodando-me na cadeira, determinado a revisar a planilha mensal de margens de lucro da empresa. "Mas que confusão é essa?" Pensei, ao examinar o documento, sentindo a frustração crescer a cada segundo.

— André, venha até minha sala agora mesmo! — Gritei, minha voz reverberando pelas paredes do escritório.

— Estou aqui, senhor Coleman! — André abriu a porta imediatamente, avançando lentamente até mim, exibindo uma expressão de apreensão, assemelhando-se a um cachorrinho com o rabo entre as pernas. — O que aconteceu? — Ele perguntou com cautela, a tensão evidente em sua voz.

— Quem fez essa planilha horrível? Se é que posso chamar isso de planilha! — Apontei meu dedo indicador para a tela do computador, sentindo a raiva borbulhar.

— Não faço ideia, senhor! — Ele respondeu com os olhos arregalados, o medo estampado em seu rosto.

— Tudo bem. Quem geralmente é responsável por essas planilhas mensais? — Respirei fundo, tentando manter a calma e não perder o controle.

— É a Alana, sempre é ela quem faz! — André evitou meu olhar, claramente desconfortável com a situação.

— Ótimo, e quem é Alana mesmo? Não sou muito bom com nomes! — Cocei a cabeça, provocando um arquear de sobrancelhas por parte de André.

— Ela está de férias, mas o senhor não teve a chance de conhecê-la; enfrentou alguns problemas pessoais e precisou trabalhar remotamente! — Ele explicou, tentando justificar a ausência dela.

— Ah, claro, só podia ser ela! A mulher que tirou férias e transformou minha vida num verdadeiro inferno! Não sei quem é, só sei que mesmo trabalhando de forma remota, ela está fazendo uma falta danada por aqui! — Passei as mãos pelos cabelos, sentindo a exasperação aumentar.

— Ela estará de volta em alguns dias! — Ele apertou os dedos, denotando nervosismo, como se tentasse acalmar a situação.

— Se a empresa atrasasse seu pagamento por alguns dias, você ficaria satisfeito com isso? Preciso dessa planilha para ontem, não tenho alguns dias! — Berrei entre dentes, completamente irritado, tentando transmitir a urgência da situação.

— Vou resolver isso, senhor! — Seus olhos se arregalaram, a determinação misturada com o medo em sua voz.

— Espero que sim! — Murmurei, deixando claro que não toleraria mais atrasos ou incompetências.

Ele saiu da sala rapidamente, e eu me recostei na cadeira novamente, esfregando as têmporas. Precisava encontrar uma maneira de melhorar a eficiência da equipe e, ao mesmo tempo, aprender a lidar com as críticas que recebi. O peso da liderança estava se tornando cada vez mais evidente, e eu sabia que algo precisava mudar. "Bando de incompetentes, é isso que são! Não conseguem manter uma simples planilha em ordem! Para que estão recebendo? Depois dizem que sou um líder ruim!" Pensei, frustrado, enquanto a raiva borbulhava dentro de mim. Consultei o relógio de parede, constatando que já ultrapassava as nove da manhã. Nem um gole de café havia passado pelos meus lábios, e a necessidade de um estímulo para acalmar os nervos era imperativa. Agarrei o jornal do dia e abandonei minha sala, decidido a sair do andar do prédio e atravessar a calçada até a cafeteria do outro lado. Enquanto me dirigia para a saída, Greta, a senhora Wilson, se aproximou com um olhar atento.

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