CAPÍTULO 18 - Dia confuso (Parte 3)

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Após usar o sanitário, fui surpreendido por Greta, que me convidou para tomar um chá que ela havia preparado

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Após usar o sanitário, fui surpreendido por Greta, que me convidou para tomar um chá que ela havia preparado. Sua gentileza e sorriso acolhedor traziam um pouco de leveza ao meu dia tão atribulado. Como já estava quase no fim do expediente, aceitei o convite com gratidão, puxei uma cadeira e sentei ao lado dela, sentindo-me reconfortada pela amizade em meio ao caos do ambiente.

— Alana, peço desculpas pela indiscrição, mas preciso esclarecer: ouvi dizer que você está solteira, é verdade? — questionou André, sua voz cortando o ar com uma curiosidade indisfarçável. A pergunta me pegou de surpresa, especialmente com Eros a uma distância não muito longa, sua presença agora emanando uma energia tensa e palpável.

— Estou. — Respondi rapidamente, sentindo o peso do olhar de Eros sobre mim, sua expressão agora nublada por uma estranha inquietação. — Bem, na verdade... Estou mais ou menos! A situação é um tanto complicada, você sabe como é. — Engoli em seco, desejando que a terra se abrisse para me engolir e evitar mais esse constrangimento. Eros parecia ter ficado ainda mais agitado, suas feições revelando uma crescente preocupação.

— Como assim mais ou menos? Isso não faz sentido! — André riu alto, a tensão do momento quebrada por sua risada. Na tentativa de desviar o foco do desconforto, comecei a falar sobre Jonathan, torcendo para que a conversa mudasse de rumo.

— Já faz um tempo desde nossa última discussão, mas logo vamos nos reconciliar. Sempre acabamos voltando um para o outro! — Um nó se formou em minha garganta ao considerar a possibilidade de reatar com Jonathan. O olhar de Eros tornou-se ainda mais penetrante, seus passos agora impacientes ao redor do espaço, refletindo claramente sua agitação interior.

— Agora sim você explicou melhor! — André murmurou com um sorriso irônico. — É uma pena que esteja pensando em voltar com ele. Parece uma grande perda de tempo! — Ele suspirou, como se lamentasse a minha falta de visão.

— Já te disse inúmeras vezes que nunca sairia com você, pare de insistir! — Arqueei uma sobrancelha, sentindo um alívio misturado com irritação ao finalmente encerrar o assunto. André pareceu perceber a firmeza em minha voz e permaneceu em silêncio.

— Vamos embora, pessoal. Já passou da hora! — Greta anunciou, pegando sua bolsa e pendurando-a no ombro. Um alívio coletivo se espalhou pela sala, a maioria dos colaboradores se apressando em pegar seus pertences e deixar o ambiente tenso para trás.

— Você veio de ônibus? Não vi o carro da sua amiga no estacionamento hoje. Se quiser uma carona, pode ir comigo! — André ofereceu, sua voz educada escondendo mal suas segundas intenções. Eu sabia que lá no fundo ele ainda nutria uma esperança de conquista.

— Na verdade, eu já tinha prometido levá-la todos os dias, pelo menos até que resolva o problema do conserto do carro dela! Obrigada por se preocupar, André, mas ela estará em boas mãos! — Minha resposta foi interrompida pela intervenção de Eros, que se manifestou antes que eu pudesse recusar educadamente o convite.

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