Dulce Maria
Voltei para casa e fiquei pensando em como conversar com Ian sobre o assunto sem ter que presenciar uma briga feia. Sentei no sofá e olhei o celular, depois do que ele me disse não senti vontade de mandar alguma mensagem.
No dia seguinte acordei e fui para a empresa, afinal eu ainda trabalho lá. A rotina não podia parar, fui bem cedo para terminar meus afazeres a tempo.
Selena a secretária anunciou que Ian estava esperando para entrar, eu acabei deixando por acreditar que poderia se tratar de algo em relação ao trabalho.
— Dulce, podemos conversar?
— Sim.
— Me desculpe por ontem, eu não quis dizer todas aquelas coisas.
— Mas você falou e não pense que gostei do que ouvi, você não se deu ao trabalho de tentar me entender.
— Você me entende? Eu te ouvi reclamar desse cara e até chorar na minha frente. Como você queria que eu reagisse?
— Não sei, Ian. Eu te faço a mesma pergunta, não quero ter que voltar no assunto. — cruzei os braços. — A gente sempre briga e não resolve nada!
— Eu vim aqui pra te pedir desculpas, você aceita?
— Não sei, isso de nunca conseguirmos resolver as coisas sem discutir.
— A gente pode resolver isso, ontem eu tava muito estressado e acabei descontando em você.
— E naquele outro dia você também tava né? — debochei.
— A questão é que não podemos continuar assim, eu te amo e quero o melhor pra você.
— O melhor pra mim, seria que você se desse ao trabalho de me entender. — comecei a guardar as coisas em minha bolsa.
— Mais do que eu te entendo? Impossível.
— Não acredito que acabei de ouvir isso.
— Desse jeito não vamos chegar a lugar nenhum!
— Eu também acho, por isso não podemos ficar de bem. — peguei minha bolsa e sai.
Peguei o elevador e fui até o estacionamento, entrei em meu carro e dirigi até o hospital. Ficar perto de Ian só me deixava ainda mais nervosa e com raiva, incapaz de controlar minhas palavras.
Cheguei no hospital e fui até a recepção, tive autorização para visitar Christopher novamente. Eu estava entrando naquele quarto pela segunda vez e mesmo assim conseguia me emocionar, ver ele daquele jeito me deixava tão triste.
— Eu só queria ser capaz de controlar o tempo e te fazer acordar mais rápido. Sinto sua falta, desejo demais você do meu lado. — toquei em seu rosto. — Tá difícil enfrentar os problemas e a barra de não poder correr pra você, mas quero que escute. Eu te amo! Sempre irei. — falei com a voz embargada. — Sempre.
Fiquei o resto do dia naquele quarto junto com ele, chorando como um bebê. Todo instante eu me pegava lembrando de nossos momentos e do quanto ele me fazia sentir bem. Meu peito apertava cada vez que me dava conta da realidade.
— Dulce, querida. Acabou dormindo? — perguntou Dona Alexandra assim que entrou no quarto.
— Aí, me desculpe. Fiquei a manhã e a tarde toda com ele. — falei ficando de pé.
— Tentou resolver as coisas com seu namorado?
— Tentei, mas só dá discussão.
— Precisa continuar tentando, desse jeito não vão conseguir resolver nada.
— Tem razão, farei um esforço. — olhei para Christopher. — Só queria que ele acordasse logo.
— Eu também, mas vamos continuar esperando. Tenho fé de que ele está se preparando para acordar. — sorriu.
Depois daquele dia inteiro no hospital, fui para casa novamente. Com a cabeça em outro lugar, não conseguia parar de pensar em Christopher e no que ele representa pra mim.
Então, ouvi a campainha tocar e já imaginei que poderia ser Ian. Me preparei para mais uma discussão que iria acontecer ali.
— Chegou agora em casa? — disse entrando.
— Faz alguns minutos. Tinha vindo aqui antes? — fechei a porta.
— Sim, mas imaginei que você estaria no hospital. Por esse motivo me deixou falando sozinho na sua sala.
— Você não queria me ouvir. — respirei fundo esperando sua resposta.
— Eu não estou gostando da forma como estou reagindo a tudo isso.
— Engraçado, eu também não.
— Viu, você debocha da situação. Acha isso a coisa mais normal do mundo.
— Eu disse isso em algum momento?
— As vezes não é preciso dizer nada, as atitudes já dizem por si só.
— Não brinca, veio aqui pra continuar com essa discussão idiota?
— Eu estou ficando de saco cheio de tudo isso! — aumentou o tom.
— Não está! Eu que estou! Porque decidi entrar em um relacionamento com você, porque eu tinha a esperança de conseguir recomeçar. Mas tudo que eu consigo é dar passos para trás, você não me escuta e não entende meus motivos. Eu entendo que você está chateado, mas custa me ouvir e tentar me entender? — aumentei o tom mais ainda.
— Você me coloca numa posição em que eu sou errado da história.
— Você faz a mesma coisa. Engraçado, termos atitudes tão parecidas.
— É óbvio que isso não está funcionando.
— Sim, não está.
— E o que pensa em fazer?
— Eu quero terminar! Não dá pra continuar assim.
— Entendi, você quer porque assim será mais fácil de ficar com ele.
— Está se ouvindo?
— Apenas confirme se é verdade ou não.
— Isso não te interessa, acaba aqui o nosso namoro! Vai embora, por favor.
— Está bem, lembre de tudo que eu te falei. Quando se der conta de que isso não é o certo. — foi embora.
Bati a porta com toda força, tranquei e sai escorregando até chegar ao chão. Coloquei as mãos na cabeça e comecei a chorar, tudo que eu queria era poder ir embora.
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Because of Love (Vondy)
RandomDulce Maria é apaixonada por Christopher Uckermann, fazendo parte do setor administrativo de uma empresa de marketing. Os dois se tornam bem próximos, o único problema é que Christopher é um babaca e sempre acaba magoando ela. Mas quem diria que um...