oito

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Desde que Styles foi embora os dias passaram de forma mais lenta, mas isso não era algo ruim.

Veja bem, Louis agora conseguia enxergar o lugar com mais amor e com menos receio. Ele sempre tinha seus olhos fixos em todos os cantos, mas agora tudo que via eram coisas que queria proteger e cuidar.

Tomlinson não mentiu quando disse que tinha visto o Harry de novo. Ele o reconheceu. E, no reconhecimento lembrou-se de tudo que planejaram por toda a vida. Louis estava cuidando, amando e vivendo cada um dos seus dias ali, pois existia algo sobre estar ali, sobre estar no lugar que tanto falaram, sobre cuidar de algo que Harry amava... Existia algo na forma como ele queria que o futuro mudasse.

A semana passou e logo soube que um dos infiltrados passaria 2 dias no campo. Era comum que eles só aparecessem 1 ou 2 vezes no mês, entretanto, as coisas na cidade estavam tranquilas e agora apareceriam mais, pelo menos era isso que Bella o contou.

Então, naquela manhã quando os olhos azuis se abriram foi uma surpresa boa reconhecer o cheiro que emanava perto de sua cabana. Era de Harry. Ele era o infiltrado que veio até a matilha.

Não demorou para que já estivesse de pé, arrumasse sua cama e fosse preparar o café. Durante toda a manhã ele pensava como seria o fim de semana com Harry por ali, Louis não se escondia mais na sua cabana, agora, tinha suas obrigações e até mesmo lia para os pequenos alfas que estavam crescendo. Ou seja, não havia mais condições de ficar ali por muito tempo e por mais que não quisesse admitir sabia que o Harry que viu na última vez, perto da fogueira, não era o mesmo Harry que veria hoje.

- Só um momento - disse após ser retirado de seus pensamentos quando um dos pequenos alfas estava o chamando na porta da cabana. Ele teria que sair mais rápido do que imaginava.

- Lou, eu não sei ler isso - o menino levou o caderno até a mão do alfa assim que a porta foi aberta.

- Bom dia, Julian! Dormiu bem? - Perguntou após pegar o caderno em sua mão.

- Dormi sim - sorriu em ansiedade ao ver que o homem à sua frente estava lendo.

- Que bom. Aqui diz "alfas podem correr mais rápido, pular mais longe e caçar melhor, porém é somente no colo de um ômega que se sentirá feliz e completamente realizado." Onde você encontrou essa frase? - Ficou curioso, aquilo parecia ser literatura.

- A professora passou um livro pra gente, mas eu não li, só que a gente tinha que colocar nossa frase favorita no caderno - agora eles andavam para frente da cabana onde tinha algumas cadeiras de madeira, sentaram-se lado a lado.

- E o que vocês farão com essas frases?

- Vamos ler na frente de todos...

- Provavelmente ela também irá perguntar sobre o livro, não acha? - O trabalho com as crianças estava sendo bem mais lento que gostaria, a questão é que por mais organizado que fossem na matilha, ainda existia questões de extintos e de classes que respeitavam por ali. Então, os professores mais sérios e respeitados eram os alfas, entretanto todos esses davam aulas de luta, caça, corrida e qualquer coisa que não usasse o cérebro, ele era o único da sua classe que estava indisposto a ensinar qualquer arte que não fosse algo que usasse a força. Enquanto isso, as aulas de literatura e a "escola" no geral eram com ômegas, e ninguém dava a mesma importância, Tomlinson sabia disso. Ele sempre quis que a nova geração pensasse por si só e soubesse se defender de formas diferentes do que somente com a força, por isso instigava Julian.

- Você acha?

- Acho. Por que não lemos juntos o livro e então você descobre qual parte mais gostou? - Julian concordou e a próxima hora foi dedicada ao livro de ilustrações com diálogos curtos, mas que mesmo assim foi o suficiente para enfurecer Louis.

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