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vinte e seis

Louis não acreditava em almas gêmeas. 

Ele foi claro na resposta "não, obvio que não, se isso existisse mesmo não lutaríamos tantos anos para combater alfas estúpidos que deixam qualquer coisa de lado só pra se satisfazerem".

E eu? Bem, eu não tinha como negar que concordava com ele.

Todo momento de euforia que tive nas ultimas horas, ao descobrir, mesmo que minimamente, que eu e Louis pudéssemos ser almas gêmeas, foi pro espaço. 

Era uma luta constante, ter que lembrar o tempo inteiro que esse mundo não era um campo de flores, mas sim um campo de guerra. 

- Você não quer mesmo ficar mais? Não faz nem 5 minutos que você chegou... - Liam, o marido do policial, me pergunta. 

- Obrigado, mas preciso ir pra casa - não dou tanta explicação, sigo em direção a porta, Zayn me acompanha sem dizer nada, ele sempre parece que tem algo a dizer. 

- Amor, você pode pegar uma latinha de coca para o Harry ir tomando, por favor? - Ele diz ao marido que no mesmo momento sai da nossa visão. Eu não espero para pegar a Coca, apenas continuo meu caminho, quando escuto a porta se fechando atrás de nós e finalmente estamos sozinhos no corredor do apartamento. - Olha Harry, eu não sei o que aconteceu e nem mesmo o que você sente, mas entendo como funciona o processo de se descobrir nesse mundo - olho para trás e o vejo com a expressão tranquila, Zayn era um cara calmo. 

- Não está acontecendo nada - decido dizer para acabar com aquele assunto. 

Minha mãe sempre me disse que se alguém acredita em algo não cabe a nós estragar com a crença dela. Zayn acreditava que seu marido era sua alma gêmea, mesmo que ambos fossem alfas e não combinassem em qualquer aspecto. Eu não seria o culpado por fazer ele desacreditar e muito menos entraria nesse mérito. 

Entretanto, parecia que Zayn não estava tão empenhado quando eu para manter aquele assunto enterrado. 

- Liam demorou cerca de 5 anos para acreditar que éramos almas gêmeas - ele solta de cara, - só conseguiu acreditar de verdade quando eu me mudei. Vim pra Paris a fim de lutar por um lugar melhor e quem sabe espalhar mais informações. Eu sei que você possui o campus de refugiados, eu já fui lá antes mesmo de você vir pra Paris - ele sorri e prendo minha atenção nele. - Assim como você, eu também tenho meu lugar aqui, estou mais envolvido na educação e conhecimento. 

- Como? 

- Dou aula sobre raças e história, existem várias escolas espalhadas pela cidade com pessoas que realmente querem sair do espectro de preconceito, acredite. 

- Não consigo...

- Entendo. Demorei muito pra acreditar também, mas é real. 

- Mas isso não significa que essas pessoas tenham almas gêmeas em outros alfa - digo irritado, porque essa é a única coisa que passa na minha cabeça. 

- Sim, você tem razão - ele diz e para. É claro que eu tenho razão, essa merda não existe. Estou a um passo de virar as costas e ir embora quando ele continua. - Você não acreditar ou nem todos terem alfas como suas almas gêmeas não faz significar que isso não seja real - seu corte é certeiro e mais uma vez me chama atenção. - Pode não acreditar em mim, você tem todo esse direito. 

- Eu não tenho outra opção. 

- Eu não conheço seu alfa - franzo a testa, como ele sabia disso? - Você disse lá dentro que estava mandando mensagem ao "seu alfa" - concordo com a cabeça, - enfim, eu não o conheço, mas vejo você Harry... E isso já é o suficiente para saber o que está acontecendo. Se não acredita em mim, tudo bem, mas não negue que existe algo ai. Procure saber mais sobre alfas e ômegas, como se encontram, como o cheiro deles diz o que o outro quer sentir. Leia. Depois você me diga o que achou.