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Quando percebi, já tinha prendido a respiração

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Quando percebi, já tinha prendido a respiração.

A camisa azul-céu estava dois botões aberta, dando spoiler da visão do paraíso que todas as garotas da minha turma morreriam para ver.

Os cabelos penteados para trás e levemente molhados. Aquele olhar afiado, de matar, deslizando pela boate, enquanto uma mulher segurava o seu braço, agitada.

Ele nos viu. Ele me viu.

E começou a andar até a nossa mesa.

- Mas que droga hein? O que deu em você hoje? - Leonardo deu um gole em seu próprio copo, balançando a cabeça em negação para Dylan.

- Imaginei que fosse cruzar com todos os meus alunos hoje aqui. Mas não imaginei que começaria por vocês. - riu-se, instigando a risada da mulher ao seu lado.

Ela era bonita, estatura baixa, de cabelos bem armados da cor de doce-de-leite. Sua escolha para acessórios era brega, mas seu vestido era bem bonito, brilhante e dourado. Meus olhos prestavam atenção em cada movimento dela, entretanto, percebi que meu rosto era um grande e enorme nada, encarando-a como se fosse uma criminosa. Analisando cada detalhe falho da sua maquiagem pesada, e observando como sua postura deixava a desejar.

Comecei a me forçar a não pensar em nada.

Não tinha porquê.

Desviei meus olhos antes que aquilo ficasse estranho demais.

Dylan provavelmente percebeu essa inquietação da minha mente, porque me olhou com um ar curioso.

- A cidade inteira combinou de vir. - comentei, tentando esboçar um sorriso forjado.

A boate estava mesmo lotada e eu não duvidava que a nova e velha Berkeley estivesse ali dentro hoje.

- Não é? Essa cidade é realmente minúscula. - a mulher finalmente falou, revelando a voz estridenre.

O que foi Dylan? Você é tão bonito, poderia fazer melhor do que isso.

Minha garganta ardeu ao querer dizer isso. Balancei a cabeça irritada comigo mesma, que porra eu estava pensando?! Eu não tinha nada a ver com isso. Nada mesmo.

- Então essa é a sua namorada? - sorri para ela, sabendo que a resposta seria negativa, e eu gostaria de ouví-la para reafirmar isso para mim mesma. Por que? Porque meu cérebro deixou de funcionar, essa era a resposta.

- A-ah, não, não! - ela mexeu as mãos de forma agitada. - Estamos só nos conhecendo. - assenti, esperando que ele falasse qualquer coisa. Qualquer droga.

Mas ele não disse nada.

- Ah mas que porra?! Leve esse seu cachorrinho pra lá então moça, ele está nos infernizando desde cedo. - Leonardo resmungou, arranjando mais bebida.

Impossible [Livro único]Onde histórias criam vida. Descubra agora