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Abri os olhos, com dificuldade de deixar a iluminação os penetrar

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Abri os olhos, com dificuldade de deixar a iluminação os penetrar. Franzi as sobrancelhas. Percebi então, um chão duro, gelado e úmido embaixo de mim.

Minhas mãos, por sua vez, estavam presas, eu não conseguia movê-las. E finalmente, enxerguei ao meu redor; um incrível nada, apenas quatro paredes cimentadas sem pintura e logo à minha frente, Léo.

- O que...

- Você está correndo perigo lá fora.

- Léo? Léo o que é isso? - falei quando tentei me soltar, mas percebi que o que prendiam minhas mãos eram pesadas e grossas correntes de metal. - Léo? - arregalei os olhos, mas ele continuava com uma expressão tranquila.

- Você iria a qualquer lugar que ele te pedisse, não é? - agachou, fazendo uma expressão de pena.

- O que você está fazendo? - senti meus olhos marejarem. Eu estava com medo, aquilo não parecia estar realmente acontecendo.

- Você precisa ficar aqui. Eu sei o que estão fazendo com você.

- Onde estamos?

- Não interessa agora. - suspirou - Eu preciso te dizer algumas coisas, e você vai me escutar.

- Do que você está falando?

- Sobre o seu pseudonamoradinho. O Spinelli. - o loiro se virou, pegando uma mochila, e depois se aproximando de mim de novo. Abriu-a e retirou alguns documentos.

Ele os espalhou no chão à minha frente, de forma que eu conseguisse ler todos.

"16/08/2015"

Senti um soco no estômago de início, e depois, como se alguém estivesse torcendo ele com muita força.

Eram documentos que eu não tive acesso na época em que tudo aconteceu.

Depois do acidente, óbviamente, todos fomos levados ao hospital. Ali estavam fichas importantes, de cada um de nós. Especificações sobre a morte de cada um deles que não sobreviveram, e ainda, a data da minha alta do mesmo hospital.

- Onde conseguiu isso? - minha voz saiu vacilante.

- Você não está olhando para o que realmente importa. - ele apontou para a assinatura do médico nos documentos.

"Spinelli".

Arregalei os olhos.

- É a porra do papaizinho idiota dele, Annelise.

Balancei a cabeça.

É por isso que ele sabia sobre Duda, é por isso que ele me disse aquelas coisas.

Ele já sabia de tudo.

- Agora... Veja isto. - ele puxou outro papel de dentro da mochila preta e jogou sobre os outros. Estava meio amassado, com as pontas rasgadas. Era uma folha de caderno e a caligrafia denunciava que havia sido escrita às pressas.

Impossible [Livro único]Onde histórias criam vida. Descubra agora