Impossible [Livro único]

18

Aproximei-me dela na poltrona e com o indicador, levantei seu queixo e ela sorriu, empurrando o corpo para cima, para alcançar a minha boca, parecendo tão indignada com a distância dos nossos lábios quanto eu.

- Você não deveria fazer isso. É perigoso para você e, para mim. - falou piscando divertida.

- Eu tento não fazer, mas você me provoca.

- Eu te provoco? O que foi que eu fiz? - Fez uma cara piedosa. Mas, realmente, ela não tinha feito muita coisa. Não desta vez.

- Não tente se fazer inocente. Conheço essa sua língua afiada.

- É... Talvez conheça. - ela se encolheu na poltrona, como se estivesse derretendo.

- Está tudo bem?

- Sim... - seus olhos ficaram pesados, de repente. - Está, sim... - bocejou.

- Annelise, você nem sente sono, caramba. O que está havendo? - agarrei-a pelos ombros, mas seus olhos se fecharam. - Annelise! - chacoalhei-a com força.

Mas ela já estava dormindo. Peguei a porra do remédio no bolso e o encarei. Tinha certeza, mais do que nunca, que aquilo era o responsável por ela não sair do quarto.

[...]

Coloquei-a em seu quarto, coloquei um cobertor por cima do seu corpo e fechei a porta, deixando-a.

Abri o notebook rapidamente e iniciei a pesquisa.

Voilá.

Aquela merda, era um antidepressivo com efeito sedativo. E o pior, ela disse que estava tomando dois ao dia.

Que merda estava se passando na cabeça minúscula de Leonardo?!

Li mais sobre o medicamento. Li toda sua bula. Não tinha porquê ele ter pensado que seria bom que ela dormisse o dia todo, principalmente quando ele não estaria em casa.

Algo não estava cheirando muito bem, eu poderia estar ficando paranóico, mas havia alguns pontos soltos.

A história da festa em que Annelise e sua amiga estavam, em que Leonardo fez alguma coisa que ela não quis me contar, e agora isso.

Eu não era o tipo de pessoa que me metia mais na vida do meu irmão, mas eu sabia o suficiente para desconfiar que algo estava acontecendo.

Fechei o notebook e preparei um café para ficar esperando ele chegar.

[...]