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Voltamos para casa

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Voltamos para casa.

  A decepção ainda me rondava, mas eu não sei se poderia culpar Leonardo.

Éramos inseparáveis, éramos quase irmãos num dia e no outro eu o forcei a nunca mais me ver. E agora, imagino que ele pense que qualquer coisa pode me tirar dele de novo.

Ele me abraçou outra vez na sala, durante um tempo e eu acaricei seus braços em silêncio. E depois, ele simplesmente foi dormir.

Fiquei no balcão, tomando um chá na esperança de ficar com alguma migalha de sono. Tinha me assustado com seu comportamento, mesmo que eu encontrasse algumas justificativas para ele. Aquele Leonardo eu ainda não conhecia.

Ele me assustava.

[...]

- Bom dia, flor do dia! - pisquei lento até entender que a barulheira e a voz estridente que tinha me acordado era de Denise, e que significava que ela estava no apartamento, sorridente e animada como se não tivesse bebido horrores na última noite.

- Tão cedo... - resmunguei esfregando a cara amassada, tentando encará-la contra a luz.

- Eu a convidei. - Léo disparou encarando sua caneca de café - Como um... Pedido de desculpas.

- Bom dia. - Dylan.

Ele estava sem camisa de novo e, não, eu nunca me acostumaria. Me forcei a olhar para o outro lado.

- E aí, Dylan? - minha amiga sorriu para ele, enquanto o mesmo pegava um croissant de dentro de uma caixa rosa.

- Tudo bem? Vocês se divertiram ontem? - senti seu olhar em mim então eu fiz questão de demorar a colocar o leite no copo para não ter que me virar completamente.

- Teria sido melhor se Leonardo não tivesse arrastado a Anne de volta como se fosse o pai dela. - ela cuspiu, olhando feio para o meu amigo - Mas fora isso...

- Você fez o quê? - Dylan endureceu a voz e eu estremeci.

- Eu já pedi desculpas. - Leonardo abaixou os olhos de novo.

- Mas que caralho? - agora ele olhava pra mim, como se quisesse que eu dissesse alguma coisa - O que exatamente ele fez com ela? - virou-se para a loira, já que era explícito que eu nunca colocaria Leonardo em apuros, nem mesmo com Dylan.

- Ele a buscou lá no andar de cima. Eu não sei direito porque não vi tudo e...

- Ele só me trouxe. - interrompi, tentando livrá-lo daquilo. Eu também não queria que Dylan ficasse sabendo da minha vida mais do que deveria. Ele suavizou sua expressão, mas eu sabia que ele não estava acreditando completamente - Só me chamou para voltar para casa e eu vim. - virei-me para eles. - Chega desse assunto, certo? - andei até o sofá.

Denise analisou algo no ar e ficou pensativa por um instante. Ela mais do que ninguém sabia que eu estava mentindo, ela assistiu o pior da cena.

- Você que trouxe? - Dylan apontou para os croissants e ela assentiu alegre. - Ótima escolha. - pegou um e saiu em direção ao seu próprio quarto.

Impossible [Livro único]Onde histórias criam vida. Descubra agora