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Durante as aulas, Denise estava muito empenhada em me contar todos os seus casos amorosos e pedir minha opinião sobre todos eles, um por um

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Durante as aulas, Denise estava muito empenhada em me contar todos os seus casos amorosos e pedir minha opinião sobre todos eles, um por um.

Eu me entretinha, até porque era divertido ter que segurar a risada nos momentos errados para que não fôssemos repreendidas por algum professor.

- Esse daqui é o Jean. - ela sorriu, me mostrando uma foto no visor do seu celular - A gente ficou por um mês. - O rapaz tinha cabelos castanhos, mas usava óculos escuros, jaqueta e até cachecol na foto em questão.

- Tem certeza que ele não é um foragido da polícia? Não consigo ver nada com tanta coisa escondendo. - ela fez um barulho engraçado ao segurar o riso e Dylan nos deu um olhar de repreensão.

Abaixei os olhos e ela se afastou de mim.

Mas só até o Warner voltar a escrever alguma coisa no quadro. Ela se esgueirou até mim, mostrando outro rapaz. Esse, não se importava de mostrar o rosto, era moreno, de cabelos cacheados. Mas as fotos eram meio estranhas. Estava sempre parecendo que ele sentia alguma dor.

- Ele já foi ao médico? Olha essa cara de sofrimento, Denise, pelo amor de Deus! - ela grunhiu tentando esconder outro riso e o professor virou, de sobrancelhas franzidas, olhando em nossa direção.

- Vocês duas. - ele endureceu a voz ao nos encarar de fato. - Annelise. - estreitou os olhos - Se está tão engraçado, é melhor que você vá rir lá fora para não atrapalhar o resto da aula.

- Mas senhor War... - Denise tentou intervir.

- Não, Denise. Eu vou. - levantei-me, encarando-o cheia de fúria e saindo em silêncio.

Aquela alegação idiota de que eu não parava de falar e rir, e estava atrapalhando o rendimento da aula, podia até ser verdade, mas eu tinha certeza que não era só isso. Afinal, era o Dylan.

Óbvio que ele se divertia em me trarar como se eu fosse uma detestável criança. Aquela que ele sempre fazia questão de lembrar que eu era.

Denise arregalou os olhos pra mim, surpresa e incrédula antes que eu saísse da sala. Todo o resto da sala fez o mesmo. Ainda ouvi alguns comentários maldosos - que não me dei o trabalho de saber exatamente de onde vinha, ou o que estavam realmente dizendo. Eu apenas não acreditei no que ele estava fazendo.

A minha surpresa e chateação foram substituidas bem depressa por raiva, ainda no instante em que eu estava na sala. Eu não queria nem mesmo olhar para o rosto dele depois, queria poder xingá-lo de todas as formas que eu conhecia.

Então eu me forcei a só me levantar e sair, como se não tivesse realmente sido abalada.

[...]

Me sentei na sala do auditório ao lado, remoendo o que ele acabara de fazer. Um frio se instalou na minha barriga e eu queria chorar, voltar lá e gritar com ele.

Impossible [Livro único]Onde histórias criam vida. Descubra agora