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Leonardo retirou a fita prateada da boca do irmão, fazendo um barulho terrivel do atrito entre a pele e a cola

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Leonardo retirou a fita prateada da boca do irmão, fazendo um barulho terrivel do atrito entre a pele e a cola. Dylan forçou os olhos, por causa da dor, e eu estava sentindo tudo se partir em mim cada vez mais.

- Você ouviu tudo? - questionei chorando, e ele balançou a cabeça de forma positiva, ainda contra o chão. - Você ouviu...

- Até a parte em que você disse que me ama? - um sorriso irônico e cheio de si surgiu naquele rosto derrotado. Algo no meu coração se aqueceu e se ajeitou, como se tivesse sido recarregado. Eu queria dar uma surra naquele imbecíl, por estar sorrindo em uma situação como aquela, mas também sorri enquanto as lágrimas continuavam a escorrer como chuva, sem parar, completamente fora do meu controle. - Eu sinto muito por tudo isso. - suspirou - Por ter causado tudo. Eu não queria piorar as coisas.

- Vocês estão aí dentro? - todo mundo entrou em alerta com o grito - Anne?! Você está aqui?!

Mas eu reconheci a voz assim que a ouvi.

Denise.

- ESTAMOS AQUI! - gritei - ACHE A GENTE! - usei toda a força que eu ainda tinha.

Leonardo pisou com mais força sobre as costas do irmão, que grunhiu sôfrego.

- DENISE POR FAVOR! - gritei de novo, assim que vi a cena horrível, como se eu tivesse levado uma facada no estômago.

Leonardo se virou para a porta, com os olhos escancarados, quando Denise a empurrou com força, ofegante. Ela não estava sozinha, Artemis e Darian estavam com ela.

- O que você está fazendo com ela, seu filho da puta? - Darian entrou, tropeçando nos seus acompanhantes e esmurrou Leonardo de baixo para cima. O estralo foi enorme, como se ele tivesse quebrado o maxilar.

Tentei me desvencilhar das correntes, tentando lembrá-los de que eu ainda estava ali.

Mas eles não estavam dispostos a parar ainda. Leonardo agarrou o Spinelli, lançando socos contra a sua barriga. Os sons eram os piores, gritos, atrito e muita dor.

Enquanto eles se matavam, Dylan se arrastava pelo chão, arranhando o queixo pelo mesmo, tentando se aproximar de mim.

- Não. - balancei a cabeça negativamente, para que ele parasse. Mas ele não me ouviu e continuou rastejando, empurrando o corpo com tudo o que lhe restava.

- Parem vocês dois, caralho! - a loira arfava na porta. Artemis finalmente entrou, tentando pular no meio dos dois e empurrar o amigo na direção da porta.

Dylan finalmente conseguiu se aproximar o bastante de mim, o máximo que podia para um homem amarrado e uma jovem acorrentada. Ele levantou o rosto, com um sorriso triste. A água escorria pela sua barba, eu vi tudo nele se contorcer em agonia. Eu queria abraçá-lo, queria pedir desculpas, queria envolvê-lo em mim uma última vez que fosse.

Impossible [Livro único]Onde histórias criam vida. Descubra agora