PARASITA II

01

Abro meus olhos cansado.

Olho ao redor, reconhecendo o lugar onde me encontro. Meu quarto.

Levanto estalando minha costa, e logo em seguida colo a palma de minha mão sobre minha testa, sentindo alguns fios de cabelo em minha pele.

Direciono meu olhar para lá fora, vendo que ainda estava escuro, oque eu acho perfeito. Coloco minhas pernas e pés para fora da da cama. Vou em direção ao espelho, olhando meu reflexo e refletindo o sonho que ando tendo repetidamente.

Eu, um garoto, em um balanço, quando uma garota que tem seus cabelos longos tingidos por duas cores de tinta, que eram as mesmas que meu tio usava, porém não era nenhuma parente minha. Eu sentia e sinto que não.

Não conseguia ver sua face, pois a luz que havia nela me cegava completamente. E então acordo.

Após bagunçar um pouco mais meu cabelo vermelho, vou até meu guarda roupa, pegando um blusão branco, um moletom beje, minha calça moletom cinza e minhas meias pretas.

Retiro a roupa que uso para dormir e coloco a que peguei calmamente.

Vou até o pé da minha cama, me ajoelhando, pegando meu par de tênis ALL STAR o colocando em meu pé.

Saio do cômodo com minhas feições do dia a dia.

Vou até a cozinha, pegando uma banana, mesmo sabendo que não iria comer.

Vou até a mesa, já vendo a chave, a pego indo em direção a porta, pegando minha mochila colocando nas costas. Destranco a fechadura e saio de casa.

Logo que me viro, vejo meu primo Michael na frente de casa, fumando seu cigarro. Vou até ele que agora, está com seus cabelos pintados de branco.

--- Fala Adam --- Fazemos um comprimento com as mãos e ele oferece um cigarro, e aceito.

Mesmo tendo apenas meus quinze anos, eu jogo o foda-se para isso.

--- Como vai a vida? --- Ele pergunta, já sabendo que eu não iria responder --- A minha vai uma merda ---

Suspiro.

--- É perda de tempo tudo o que eu faço --- Ele olha pra mim --- Construo e destruo todo o meu legado --- O mais velho direciona seu olhar para frente novamente.

--- Seja forte --- Ele fala, com leve tom de pena em sua voz.

--- Não fode --- Digo, deixando que a fumaça saia de minha boca.

--- Nessa vida, tudo tem que se contar com a sorte --- O de cabelos brancos diz com seus olhos fixos em algum lugar, enquanto seus olhos acompanhamento para frente e para trás. Seus pés param, descansando suas costas no muro da escola.

Já havia me acostumado com o diagnóstico de sua esquizofrenia.

Ele finalmente olha para mim.

--- Todo mundo fala: 'po, espero que melhore. Se o sul é pra frente, então eu tô é seguindo pro norte --- Digo jogando o cigarro no chão, o amassando com o pé.

--- Meu sangue não importa, nem meu sofrimento --- Fico na mesma posição que o mais velho enquanto ele observa meus movimentos cautelosamente.

--- 'Tô vivo por fora e já morto por dentro. Então foda-se. Descobri com corey taylor que os anjos mentem mesmo --- Falo com a voz grossa que eu herdei de minha mãe Billie.

--- A vida é um verdadeiro livro de dor e sofrimento. Isso que eu falei, eu descobri comigo mesmo, em meio a um pesadelo, que quanto mais eu corria, mais eu ficava lento --- Ele diz para mim, olhando para os jovens que chegam esperando o portão abrir.