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Lilly estava sentada em minha cama, parecendo pensativa. Tiro meus olhos de meu livro, o deixo em cima da escrivaninha.

--- Oque tanto pensa? --- Não é como se eu me importasse. Talvez, ela esteja pensando em voltar para sua casa?

Ela parece olhar para mim, e esvazia seu pulmão de ar.

--- Lilly vê que Adam não é feliz, ela queria poder fazer algo por ele --- A mais nova diz voltando seus olhos para o teto.

Você indo embora já seria um bom começo.

Não digo nada. Na verdade, eu não havia uma sequer palavra para aquilo.

Vamos lá, Adam. Você quer que ela vá embora, porquê não diz isso a ela?

--- Isso não seria problema seu, Lilly. Não esqueça que você está aqui por pouco tempo porquê eu quero, e então se eu quiser te expulsar de minha casa, eu posso --- Falo ríspido.

Por algum motivo, eu havia me sentido mal por ter falado assim com ela. Porquê?
Por algum motivo, eu tinha um sentimento dentro de mim, que me impedia de mandar ela embora. Porquê?

Ela parece se encolher um pouco, acho que fui muito grosso...

Não. Eu nunca me senti assim, porquê isso agora? Porquê?

--- Estou saindo, fique aqui --- Digo me levantando e saindo do quarto. Desço as escadas, encontrando minha irmã sentada no sofá, em suas mãos o chocolate quente que ela tanto gosta, seus olhos vidrados na TV com olheiras enormes em seus olhos. Quanto mais eu desço as escadas, mais eu conseguia ouvir os gritos.

Todos pensam que somos perfeitos, e nunca vêem a real verdade. As pessoas só vivem de status, isso é mais que humilhante.

Eu apenas ignoro aquilo tudo, pegando a chaves em cima do móvel, e meu Vans Old School e saio com eles nas mãos.

Tranco a porta, sento na calçada e começo a colocar meus tênis. Me levanto, pego meus chinelos e vou em direção ao meu skate que estava encostado na parede de casa.

O coloco no asfalto, subo em cima dele e começo a andar.
Chego na pista, e ela está um pouco cheia, com alguns jovens manobrando e alguns conversando entre si.

(...)

Quando chego no topo da pista, saio de cima de meu skate e o pego, também pego meus chinelos e me dirigi para casa.

Chego onde moro, pego a chave da porta e a enfio na fechadura, girando-a e logo em seguida a abrindo.

Entro e a tranco. Assim que me viro, vejo minhas mães com Lilly no meio delas, suas caras são de quem querem uma boa explicação.

--- Explique-nos isso, Adam! --- Minha mãe fala furiosa.

Suspiro.

--- Eu a achei na rua ferida, e decidi trazê-la para casa, mas ela já estava de saída --- Pisco para Lilly que estava com sua feição preocupada. Não era totalmente mentira.

--- Você não tem autorização para trazer estranhos para nossa casa, Adam! Não é porquê você tem 15 anos que pode fazer tudo oque quer! --- Madeleine dá sua bronca. Isso era chato.

--- Ok, ok... Eu já vou manda-la embora --- Digo indo até a mais nova, pegando em seu braço, e levando até a porta, pegando a chave novamente, fazendo o mesmo processo de antes.

Assim que estou numa distância considerável da porta, pego em seus ombros.

--- Escute, se você quiser me esperar, você espere. Mas aconselho você ir embora, você viu oque deu --- Falo para a mais nova que abre a boca para falar mas eu a interrompi --- A escolha é sua --- Saio de lá, a deixando sozinha, indo para a porta.

PARASITA IIOnde histórias criam vida. Descubra agora