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Não parecia que minha vida fazia muito sentido agora. As coisas estavam saindo como esperado, mas ainda estava faltando algo e eu sabia muito bem o que era.

Eu 'tava de fato tão perdida sem ela, e isso é tão ruim. Eu não sei, eu quero voltar pra ela, mas ainda estou insegura.

Meu orgulho e saudade travavam uma grande batalha dentro de mim, e saudade está vencendo.

Mas, se ela me quiser de volta, terá que quebrar suas paredes.

--- Mãe? --- Batidas são depositadas na porta do banheiro que eu me encontrava presa há horas --- Fique tranquila (bem, depois da notícia que ele estava prestes a me dar eu não fiquei tão tranquila assim), já eles te tiram daí, ok? Só por favor, fique calma.

Espera, Adam não é assim. O seu tom parecia vacilar e geralmente ele não é assim.

Me levanto do vaso e vou até a porta encostando meus ouvidos na porta.

Creio que não há necessidade de contar como eu vim parar aqui. Ou será que tem?

--- Está tudo bem? Parece com medo --- Pergunto olhando para um ponto qualquer.

--- Ah...Sim sim! Eu só estou pensando no quão apavorada você deve estar, não é?

Esse garoto está escondendo algo.

--- Mãe, esqueci de lhe contar, Angel anda respondendo muito bem a terapia --- Me atento às suas palavras.

Um suspiro de alívio sai dos meus lábios. Ela estava tão debilitada emocionalmente, é bom que ela reaja de maneira positiva as consultas e então, se livre das garras da morte do pequeno James.

Orgulhosa do quão eles amadureceram.

Um sorriso involuntário escapa.

--- Ok! Bem, estou esperando --- Digo para meu filho. O silêncio se estala no lugar, significando que ele saiu.

Cerca de vinte minutos se passam e eu vejo a porta abrir lentamente. Coloco meus pés e sorrio para meus filhos.

Eu estava prestes a agradecer, mas Angel me corta:

--- Não é a gente que você tem que agradecer --- Ela acena com o olhar para trás de mim.

Direciono meus olhos para lá e congelo.

Ela estava lá, mais linda do que antes. Com uma roupa que fazia tempo (talvez décadas) que ela não usava, com aqueles olhos que refletem luz no meu coração e com aqueles lábios rosados. Porra.

Eu não percebi que Angel e Adam me deixaram sozinha com ela, muito menos que eu estava a secando.

Acordo de meus devaneios.

--- O que faz aqui? --- Pergunto não tão confiante quanto queria parecer.

--- Dois passarinhos vermelhos me contaram que você estava presa no banheiro --- Ela fala parecendo estar tímida. O que?

Um silêncio constrangedor começa entre nós.

--- Bem, obrigada... Depois eu deposito dinheiro na sua conta --- Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, ela me corta:

--- Não precisa, foi um favor --- Ela diz com aqueles olhos que um dia foram tão cheios de luz, agora parecendo que as trevas os consumiram. --- E eu tenho certeza disso.

PARASITA IIOnde histórias criam vida. Descubra agora