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Abro a torneira do bebedouro e coloco minha garrafinha de plástico em baixo da água corrente começando a fazer peso na garrafa.
Ao meu lado, estavam mais duas garotas, uma estava chorando e a outra a acalmando. Eu deveria perguntar?
Não, eu tenho mais o que fazer.

Após minha garrafa estar cheia, tiro ela debaixo d'água e sigo em direção ao portão aberto que dava pra um caminho para a quadra.

Todos da sala já estavam lá fora, sigo calmamente pra a enorme escada para descer e finalmente chegar na quadra.

Assim que cheguei, deixei minha garrafa num muro. Subo em cima dele e sento.

Observo os jovens jogarem o tradicional futebol, ping pong, tênis, algumas meninas pulando corda ou fazendo cabo-de-guerra.

O professor apita, ensinando que era hora de voltar para o inferno.
Porquê não me arriscar um pouco?
Fico de pé no muro, e pulo de cima dele. Ótima ideia Adam!

Perco o equilíbrio nos pés e caio bruscamente no chão. Ah! Caralho!

Sinto meus joelhos, costas, nádegas e mãos arderem como o inferno.

--- Eita Adam! Quer ajuda? --- Uma garota da minha sala estende a mão e eu aceito.

--- Eu estou bem... Obrigado --- Me afasto mancando sentindo uma dor insuportável em minha perna esquerda.
Vou em direção a minha garrafa e sigo para o final da multidão subindo atrás do professor mancando.

Assim que chegamos dentro da escola novamente, sigo para o banheiro masculino, levantando minhas calças até o joelho vendo o estrago em ambos. Merda.

Tiro as luvas, e vejo que elas não prestavam pra nada, já que minhas mãos estavam ainda mais machucadas.

Passo a água corrente nos arranhões e volto a minha posição.

Sai do banheiro e segui em direção a minha sala.

(...)

--- Bora Adam --- A garota de minha idade me chamou, me levantei do banco e segui ela com mais uma menina ao seu lado --- Peguem os violinos que vou ver o que preciso fazer, já que uma está mais a frente que o outro ----

Pego um dos violinos juntamente com o arco, posicionando meu queixo na queixeira e também posicionando minha mão de uma maneira que ela aceite o arco, o que foi difícil. Há alguns meses que não o pego...Decidi retomar.

A garota chegou dizendo que iríamos fazer exercícios de corda, já que eu precisava retomar os velhos tempos.

(...)

Parecia que o ar se fazia menos presente a cada minuto que passava. Minhas mãos soavam e minha perna direita tremia. Mesmo eu andando de um lado para o outro, nada adiantava.
Minhas mãos sob meus joelhos, tão fracos quanto uma pessoa em um leito de morte.
Aquilo já havia se tornado comum para mim.
Minhas mãos tremem com a pressão de levar o copo de água para os meus lábios sem derruba-lo, o que não adiantou, já que o mesmo caiu de minhas mãos se partindo.

--- Adam? O que f-
Minha irmã não terminou de falar, eu cogitei que era minha irmã. Seus olhos não poderiam me enganar tão facilmente.
Bem, ela foi a última coisa que vi antes cair no chão inconsciente.

PARASITA IIOnde histórias criam vida. Descubra agora